quarta-feira, 9 de abril de 2014



CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O ESPIRITISMO NA VERTENTE SEGUNDO ALLAN KARDEC

AGRADECIMENTO

a
         Aproveito para agradecer de todo meu coração à forma receptiva e carinhosa como os meus atuais, agora dezessete Blogs de estudos contando com este, estão sendo visitados por milhares de pessoas no Brasil, e em mais trinta (30) países alguns dos Temas, mais visitados no exterior do que no Brasil  ; e agora este, para o qual peço a mesma atenção.  Isto enseja o meu muito obrigado, e ouso ainda lhes pedir mais, que divulguem esses meus estudos sobre Temas (assuntos) específicos, porquanto, como pode ser constatado nos mesmos, eles foram e são produzidos com a máxima seriedade na direção de ser útil a todos nós seres humanos... Também lhes informo que estou aberto às contestações sérias que visem ajudar esse intercâmbio de idéias e conseqüentemente a todos nós como indivíduos... Também informo que este Tema ganha presentemente a sua prioridade em função de solicitação de amigos... Para acessar os demais, dos atuais dezessete Blogs, clique no link perfil geral do autor (abaixo da minha foto) e a lista aparecerá, bastando clicar no título de cada um para acessá-lo.
 
b
         Esse é o meu décimo oitavo Blog, de uma série de muitos outros sobre vários assuntos que pretendo postar. Embora tenha dito no décimo sexto que o seguinte a ser postado (o décimo sétimo), cujo Tema ainda não teria definido; se sobre a TRINDADE entendida e estudada no decorrer da história como tri-unidade , o ESPIRITISMO ou que poderia até se fazer necessário abordar outro Tema antes desses, de fato, mais uma vez adiei estes assuntos em função do novo Tema, que foi décimo sétimo Blog, endereço www.paradocola.blogspot.com , e não o Tema Espiritismo... Agora, neste Blog, o assunto espiritismo está sendo estudado. Ficando tão-somente como promessa futura o Tema DOUTRINA DA TRINDADE; que no seu tempo ótimo será pastado na Rede.

c
         Ainda, vale à pena informar de forma antecipada aos estudiosos de filosofia  que possivelmente discordarão da leitura que faço das obras de Platão nos comentários feitos neste trabalho  , que antes de estribarem-se naquilo que têm aprendido sobre elas no decorrer da história quanto  a autoria atribuída a Platão, por exemplo: da “Alegoria (não mito) da Caverna”, e outras coisas atribuídas a ele; que leiam antes, depois ou concomitantemente o meu primeiro Blog SÓCRATES VERSUS PLATÃO VERSUS MACHADO (clicar link do perfil do autor e depois o nome do Blog na lista que aparecerá), no qual identifico o genialíssimo Platão como MODERADOR CONTEMPLATIVO    aquele que não emite opinião, nem  modera de forma incisiva os debates dos fóruns que criou nas suas obras sobre vários assuntos e os legou a nós, toda humanidade.                       

PREÂMBULO
1
            Falar, estudar e debater sobre o Espiritismo demanda invariavelmente (pelo menos) fazer um estudo e discussão bíblico-teológica, porquanto a partir de Hoppolyte Léon Denizard  Rivail (Allan Kardec 1804-1869) tem-se o seu chamado Evangelho segundo o Espiritismo (1864), que diz  ter fundamento e base bíblica; daí eu ter que trabalhar esse assunto também dentro da visão do que a Bíblia realmente ensina ou de fato submetê-lo ao crivo do texto sagrado, com toda a seriedade necessária... No qual, não farei contraposição a essa mesma crença, que está presente em outras religiões ou vertentes filosóficas-religiosas, que não professam o cristianismo (ou não têm a sua base de fundamentação na Bíblia), porque se assim fosse, esse pequeno estudo ficaria muito dispersivo e improdutivo, até porque a confissão cristã evangélica, por si, já refuta essas outras crenças. Daí, não me cobre essas específicas confrontações; porque, sendo esse pequeno Estudo sobre o Espiritismo, é na realidade no seu desenvolver o Estudo de ressurreição versus reencarnação. O aqui explicado é a exata contraposição à reencarnação em qualquer outra cultura, crença ou religião filosófica.         

2
            Segundo os espíritas pós Kardec a importante vertente espírita quanto à reencarnação viria de Platão (427-347 a.C.), que na realidade seria de Sócrates (470-399 a.C.) em Platão, entretanto, foi também presente no filósofo grego Pitágoras  (582 - 497 a.C.)  o do teorema do triângulo retângulo, da matemática e da metafísica; essa vertente dita espírita ou espiritualista. De igual modo, esse tipo de entendimento   pelo menos, no que diz respeito ao invocar a mortos   não que eles realmente venham, mas, era forte e já existia desde a antiguidade em muitas culturas; com aparece nos registros do texto sagrado desde as leis que proibiam esse tipo de coisa, conforme Deuteronômio 18. 10-12 ─ (...) nem encantador, nem quem consulte um espírito adivinhador, nem mágico, nem consulte os mortos; pois todo aquele que faz essas coisas é abominável ao Senhor, e é por causa destas abominações que o Senhor teu Deus os lança fora de diante de ti. Também Levítico 19. 31 e 20. 27 (15 séculos a.C.) e Isaías 8. 19    Quando vos disserem: Consultai os  que têm espíritos familiares e os feiticeiros, que chilreiam  e murmuram, respondei: Acaso não consultará um povo ao seu Deus? Acaso a favor dos vivos se consultará aos mortos? (sete séculos a.C.).  Especificamente sobre “espíritos familiares” voltarei a falar no decorrer do Estudo.

3
            Uma questão que já a priori quero ressaltar como mais que importante é o fato, de que sendo ou se apresentando o Espiritismo como uma Idéia ou doutrina espiritualista com o pressuposto de ser essencialmente cientifica; peca por ter de igual modo toda a sua base de fundamentação praticamente a partir de revelações de “ditos espíritos” que explicarei mais à frente a afirmação, ditos espíritos que não é ofensiva, como será visto no decorrer do Estudo; quando  revelações de espíritos, diferentemente seria exatamente um contraponto ao empirismo cientifico; até porque essas ditas revelações vieram se harmonizando no decorrer da história, e mais ou menos se ajustando paulatinamente ao senso-comum desse pensar todavia, revelações espirituais são objetivamente matéria de fé e não científica... O interessante quanto a isso é que a Bíblia não pretende ou pretendeu ser científica; entretanto, se produziu por inspiração de Deus a homens de diferentes níveis de instrução; paulatinamente em épocas diferentes, e se fechou nos ensinamentos do Senhor Jesus e de seus apóstolos, estando totalmente completado o suficiente ensino dessas questões, sem demandar constantes adaptações revelatórias  posteriores, ainda que pretensamente de ditos espíritos de luz; porém, aquilo que é entendido como metafísico o é também cientifico, racional e empírico se avaliado pela verdadeira ótica cristã com parâmetro último, os ensino de Jesus e o dos apóstolos sem revelações posteriores, quer de espíritas, evangélicos e qualquer ramo cristão que o pretenda. 
       
4
            A outra questão sobre o Espiritismo que também é importante que estudemos, está justamente na negação da ressurreição, que se constitui na doutrina básica e fundamental da  fé cristã; para a qual o Espiritismo interpõe a Idéia da chamada reencarnação, defendendo-a como doutrina bíblica e apoiada em  Platão o correto seria Sócrates, que a enuncia nos registros de Platão na sua obra Fédon , quando busca fazer isso “usando vários textos da Bíblia”, como veremos a seguir.

5
            Os estudos espíritas no pressuposto de serem a partir do Evangelho, citam enfaticamente o dito por Jesus ao fariseu Nicodemos, conforme João 3. 7b (...): Necessário vos é nascer de novo, quando na realidade Jesus usa isso para explicar de forma alegórica a transformação que tem que haver em todo aquele que o aceita como Salvador; quando Ele posteriormente mostrou isso por meio de uma espécie de dinâmica de grupo, na qual tomou as crianças e as colocou entre Ele e ou seus discípulos, conforme Mateus 19. 13-15, Marcos 10. 13-16 e Lucas 18. 15-17, ensinando-lhes e a nós, que devemos ter procedimentos como os das crianças, como se tivéssemos nascido de novo para herdarmos a vida eterna.

                                                                  6
            O Espiritismo quando da sua doutrina básica, inicialmente permeia parte da visão filosófica de Epicuro quanto ao não crer e aceitar a ressurreição, mas ao mesmo tempo esse entendimento dito espírita se mostra por demais aleatório e sem consistência embora se apresente como lógico e cientifico, o empírico, aquilo que se prova. Entretanto, Epicuro quando nega a ressurreição é coerente, pois diz que devemos buscar a plena felicidade e tudo de bom nessa vida porque morrendo acabou tudo. Já o Espiritismo cria uma forma ilógica, até irracional; de que eu que posso ser umas das mais maravilhosas pessoas ou o pior dos seres humanos. Na realidade eu não sou eu e sim José, que foi Antônio, que fora Francisco, que fo..., faltou pretérito, mas é exatamente assim caminhar na direção do passado e também do futuro ou: eu sou o que será Paulo, Pedro, João, sendo perfeitamente repetitivo, é assim que caminha e caminhará rumo ao futuro essa doutrina. Só que surge aquela constante e objetiva afirmação do meu amigo e pastor, Rogério Luís Leitão, a famosa pergunta que não quer calar: Quem é de fato o responsável pelos atos de todos esses indivíduos?.. Não diga que é o espírito número tal  número sim, porque se ele fora um dos já denominados, isso invalidaria a cadeia de reencarnações, porque Epicuro irá rir de você; e eu além de lhe cobrar coerência bíblica, pelo seu “Evangelho segundo o Espiritismo”, colocaria também no seu encalço todos os Renascentistas, os Antropocentrista, os Empiristas e todos os Iluministas, todos dentro do universo humano científico.

7
            As considerações do parágrafo anterior estão exatamente em função do pretenso fundamento lógico e cientifico do Espiritismo; pois o Renascimento marca o final da Baixa Idade Média (Idade das Trevas); que foi o momento em que se começou a contestar o Teocentrismo    que não se constituiu exatamente no reconhecimento da soberania de Deus (grego, Θεός ─ Theos) e sim a hegemonia do Império Romano dito cristão e posteriormente da igreja Católica Romana; a qual usando o nome de Deus assolou os povos e cometeu grandes atrocidades. A contestação dessa forma de poder exercida em nome de Deus teve o nome de Antropocentrismo, homem, grego, ανθρωπος - antropo, que veio resgatar o valor do ser humano, seus direitos e responsabilidades. Que remete para a visão e ensinamento bíblico, no qual, Deus ama, respeita e se interessa pelo bem-estar do ser humano. Não que Ele (Deus) tenha delegado a governantes e líderes despóticos o direito de perseguir, maltratar, espoliar e até matar àqueles que a eles não se submetessem.  

8
            Alguém que gostaria também de colocar no calcanhar de Kardec seria o filósofo empirista John Locke (1632-1704); que em uma de suas obras defende a “Tabula rasa, que inclui, inclusive o espírito” ou que todo ser humano quando ao nascer, não tem informações anteriores, pois é como um papel em branco coisa, que obviamente todos nós sabemos ou, já imaginaram? Um bebê ao nascer, se dirigindo a todos em vários idiomas e falando de coisas que a maioria de nós semi-analfabetos não sabemos considerando que esse bebê em outra vida fosse alguém de instrução acadêmica e poliglota porque dentro do ponto de vista empírico, se esse bebê tem espírito (melhor alma, que é o depositário da cognição e realizações daquele que morreu) de alguém que morreu adulto já alfabetizado ou até com doutorado, terá sim, invariavelmente que ter esses conhecimentos ou se não os tem, será um espírito e alma novos; “Tabula rasa” portanto... Estou dizendo essas coisas aqui e dessa maneira, sem nenhuma brincadeira, e com toda a gravidade que o assunto merece, porque é exatamente isso que Sócrates em Platão explicou com nome de Reminiscências ou; as pessoas que nascem não aprendem e sim lembram o que aprenderam em vidas passadas    como veremos mais a frente. Só que na visão de Sócrates esse indivíduo é a alma (grego, ψυχή - psique) e no entendimento de Kardec e dos espíritas, esse ser é o espírito. Quando na realidade após a morte não existe nenhuma pessoa, que seja alma ou espírito como se fora um fantasma    ou uma espécie de indivíduo transparente  que no cinema e na televisão aparecem com a roupa que morreram (talvez por uma questão de pudor e moral) , como alude Sócrates em Fédon de Platão... Ainda, com relação a essa espécie de alinhamento dos vocábulos alma e espírito que evoluiu como sendo sinônimos quando aconteceu basicamente na visão lingüística de facilitação etimologia e não na intrínseca essência teológica de cada um. Coisa essa, considerando que isto aconteceu também com o idioma grego, que é a principal matriz filosófica e teológica o texto original bíblico é grego, o koiné... Essa nuance da evolução da língua, à meu juízo prejudica tremendamente o entendimento real e correto da Tricotomia para àqueles desavisados quanto a essas particularidades, de forma contrária e muito ruim, isto, favorece o  errado conceito da Dicotomia do ser humano.             

9
            Entre o século XVIII e o XIX, do qual Kardec é contemporâneo, teve-se o surgimento de maneira efetiva da Antropologia ou o estudo do homem, que dentro da visão do espiritismo versus reencarnação colide de maneira clara e objetiva com que a Bíblia ensina sobre o ser humano; sendo que agora não estou considerando ainda questões espirituais, e a Antropologia, que é uma ciência, que o espiritismo diz ser; começou a estudar na época contemporânea a Kardec a origem, evolução e comportamento do homem, e tem ampliado os seus conhecimentos na direção da plena valorização da raça humana que é coisa perfeitamente compatível com que a Bíblia ensina; entretanto o espiritismo numa doutrina tremendamente absurda (herdada de Sócrates em Fédon de Platão), a da reencarnação, diz detalhadamente que dezenas ou não sei até onde esse número pode ir; de seres humanos nascerão e morrerão em função de purificar um determinado espírito ou para executar determinadas missões, agora por meio dessa pessoa, quando esses em suas realizações aqui e ali, com essa ou aquela finalidade ou toda a vida, desses indivíduos; se de bom, se de mal. Segundo essa idéia Espiritismo versus Reencarnação, seja o número que for; sejam Antônio, Berenice, Carlos, Dolores, Edson, Fabiana, Geraldo, Helena, Inácio, Janice, Lauro, Márcia  e Nestor...  Sejam esses ou quantos a necessidade de reencarnações venha exigir. Serão simples e absolutamente nada como pessoa que aqui viveu, e não merecedores de tudo de bom que fizeram, e o pior, serão totalmente irresponsáveis cada um pelos seus atos; e o seu espírito correspondente também (ou alma segundo Sócrates em Fédon de Platão), pois não estando ele ainda purificado poderá usar outro ou outros seres humanos para continuar essa caminhada de ritual macabro, desumano e pecaminoso    desumano sim, porque é contra a raça humana e pecaminosa porque é contra a maior obra das mãos de Deus, o homem... Quando formei o rol de nomes, observem que o fiz em ordem alfabética e intercalando um nome masculino, depois um feminino, em seguida masculino novamente e assim sucessivamente, não que eu queira responder se o espírito de José que morreu pode reencarnar-se como Maria, porque caberiam ainda outras perguntas, pois também nas religiões filosóficas-espiritualistas orientais e em Fédon de Platão se ensina a reencarnação também em animais irracionais, não presente na doutrina  espírita segundo de Kardec.    

EVOLUÇÃO  HISTÓRICA  DO ESPIRITISMO
10
            Concordo plenamente com os espíritas quanto à idade do Espiritismo, e com Kardec, quando identifica através do Antigo Testamento, como os textos que citamos no início, inclusive o de Isaías 8. 19, sobre o qual voltarei a falar, sobre a presença da prática de invocar a mortos, que foi e é tida como abominável por Deus; amplamente condenadas na Bíblia, cabendo, inclusive, as detalhadas ponderações que farei no subtítulo posterior a esse; por enquanto, prossigamos na evolução da narrativa histórica.

11
            Dentro dessa evolução histórica que procurarei sintetizar ao máximo e simplificar, quero pedir, e assim farei. O trabalhar os fatos na sua identificação cronológica a partir da unidade século, para melhor facilitar o andamento do estudo e não se ter controvérsias quanto à exatidão de algumas datas: isso sem prejudicar a veracidade dos fatos, é claro!

12
            As citações feitas pelos espíritas quanto à presença ou a existência da prática de consulta aos mortos no Antigo Testamento referem-se a textos da lei mosaica que listei no início; que nos levaria dentro dessa visão de evolução histórica há 15 séculos a.C., também abordarei no subtítulo seguinte sobre o profeta Samuel (10 séculos a. C.) e o profeta Isaías (sete séculos a. C.). Essa prática era antiga e generalizada entre os povos da antiguidade; e por esse motivo a sua condenação é ostensiva no texto bíblico em vários momentos no decorrer da história da vida do povo de Israel. De igual modo, essa prática estava presente nas culturas orientais, entre os gregos (hegemonia quatro séculos a.C.), como o próprio Kardec identifica o crer na reencarnação nos filósofos gregos, e entre os romanos (hegemonia primeiro século a.C.)... Passei aqui rapidamente nessa abordagem cronológica, porque há algo muitíssimo interessante com relação a essa prática veementemente condenada na Bíblia, que talvez os próprios espíritas não tenham atentado para ela, que é o fato identificado por Isaías quanto aos “espíritos familiares”, que explicarei no decorrer do estudo.

REENCARNAÇÃO E O TEXTO SAGRADO
13
            Quem me conhece sabe o quanto valorizo e sou veemente quanto à necessidade de conhecimento do texto sagrado; sendo a conseqüência quanto a isso contundente e gravíssima, pois o Senhor Jesus disse de maneira enfática que a única maneira de sermos libertos é conhecendo a verdade, conforme João 8. 32, pois, neste texto, de igual modo, é ensinado ser o único meio de conhecer essas questões por meio do conhecimento bíblico, que obviamente demanda sincero e aplicado estudo.

14
            Dentro dessa trajetória de avançar paulatinamente nos assuntos, gostaria de agora trabalhar ou analisar os textos do Novo Testamento usados por Kardec para fundamentar pontos da doutrina espírita. O primeiro deles e o de João 14. 1-3, quando a partir desse texto Kardec fundamenta a hierarquia, estágio ou o grau de pureza espiritual de cada espírito; em função, segundo ele, de que Jesus estaria dizendo ou efetivamente informando aqui nesse texto a existência de diversos lugares onde cada espírito está ou estaria em compatibilidade com seu grau de purificação. Não vou comentar essa interpretação dele para esse texto por ser infantil, descabida e sem nenhuma racionalidade para qualquer um que tenha o mínimo de bom senso quanto ao avaliar um texto escrito, inclusive com os seus contextos... Senão, leia esse texto e interprete-o    Não se turbe o vosso coração; credes em Deus,  credes também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito, vou preparar-vos lugar. E, se eu for e preparar-vos, lugar virei outra vez, e vos tomarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também.        

15
            O segundo sobre o comentário dos discípulos quanto ao que dizia os populares, o povo de um modo geral sobre quem  seria Jesus, Mateus 16. 13-17, Marcos 8. 27-33 e Lucas 9. 18-20    (...) Responderam eles: Uns dizem: João Batista; outros: Elias; e ainda outros, que um dos antigos profetas se levantou.  A partir desses três textos dos Evangelhos, que são a mesma narrativa Kardec e os espíritas modernos buscam fundamentar a reencarnação; inicialmente esquecendo que a afirmação é claramente oriunda da crendice popular  com base até na filosofia grega que defendia a reencarnação através da alma, e mais ainda; sendo dessa crendice carrega dentro de si erros, como é comum ás crendices elementares de conhecimento bíblico que não deveria passar despercebido por quem pretende ensinar cientifica e empiricamente. João Batista havia sido morto há pouco tempo antes desse fato, sendo ele seis meses mais velho que o Senhor Jesus; quanto ao profeta Elias, segundo o texto sagrado: fora arrebatado vivo (I Reis 2. 1-11), no que, decididamente João Batista, que foi contemporâneo de Jesus, e Elias que recebeu corpo imortal, pois não morreu, foi arrebatado, não poderiam de forma alguma reencarnar em Jesus ou até ressuscitar Nele. Reiterando: João Batista, até pouco tempo vivera junto a Jesus, sendo quase que da mesma idade, não podendo encarnar nem ressuscitar em quem ainda está vivo. Elias não morrera; conseqüentemente não podia reencarnar ou até ressuscitar. Quanto a Jesus ser um dos profetas reencarnado; que valor poder-se-ia dar a crendices populares tão infantis e descabidas como essas?

16
            O terceiro tem novamente a ver com o profeta Elias, quando é usado o texto de Mateus 11. 7-14, porquanto deveriam ler até o verso 19. Aqui novamente se insiste na idéia de João Batista ser o profeta Elias reencarnado; o que objetivamente já está explicado e respondido acima. Essa afirmação ou profecia alegórica quanto ao ministério de João Batista, como consta do livro do profeta Isaías 40. 3-5 Malaquias 3. 10  e  4. 5-6 e foi identificada por Jesus nesse texto de Mateus 11. 12-15    que é usado pelos espíritas de forma literal para fundamentar a reencarnação de Elias que não morrera, foram plenamente explicadas como alegórica pelo próprio João, no Evangelho do seu xará (mesmo nome), conforme João 1. 19. 23   E esse foi o testemunho de João, quando os judeus lhe enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para que lhe perguntassem: Quem és tu?  Ele, pois confessou e não negou; sim, confessou: Eu não sou o Cristo. Ao que lhe perguntaram: Pois quê? Eis tu Elias? Respondeu ele: Não sou. És tu o profeta? E respondeu: Não. Disserem-lhe, pois: Quem és? Para podermos dar resposta aos que nos enviaram; que dizes de ti mesmo? Respondeu ele: Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías.              

17
             O quarto texto, que persegue (trabalha) a mesma idéia, refere-se à fala de Jesus após a descida do monte onde houve a transfiguração, conforme Mateus 17. 10-13  e Marcos 9. 11-13, quando Jesus explica aos discípulos sobre as citações alegóricas das profecias de Isaías e de Malaquias, como está plenamente mostrado acima, sendo o interessante a considerar sobre o questionamento dos discípulos, é que, se vimos Moisés e Elias lá no monte, como os escribas dizem que é necessário que Elias venha?.. Eles em momento algum misturaram essa vinda de Elias (que era simbólica) ou de qualquer outro com reencarnação.    

18
             Creio poder agora entrar nessa avaliação de Elias e Moisés na transfiguração (Mateus 17. 1-13, Marcos 9. 2-13 e Lucas 9. 28-36). Com relação a Elias, e Enoque, que não estava presente na transfiguração; tem-se no que aconteceu com eles a evidência do que acontecerá conosco pós-ressurreição, que também por conseqüência, mais uma vez nesses textos é zerada qualquer possibilidade desses textos serem utilizados para fundamentar reencarnação. Considerando a presença de Moisés na transfiguração; além de todas as ponderações sobre o seu não falecimento. Tem-se: 1º    Que, não tendo ele morrido, também não poderia reencarnar, e se tivesse morrido não poderia estar presente ali, porquanto não poderia ter ressuscitado antes de Jesus; e se fosse o caso de reencarnação, seria ilógico, uma nova regra, e ridículo para a reencarnação, pois seria ressurreição o alguém morrer e ser de novo, a mesma pessoa... 2º    Obviamente vê-se no tão-somente uso da parte final dos textos da transfiguração, uma clara confissão dos espíritas de que só lhes interessa o alguém dizer que João Batista é o Elias; porque queiram os espíritas ou não a Bíblia de Gênesis a Apocalipse é vida humana  terrena e posterior Ressurreição para a vida eterna com Cristo.

19
            Já foi visto em parágrafo anterior, que o buscar identificar os ensinamentos de Jesus ao douto fariseu Nicodemos; não foi inicialmente entendido por ele, justamente por Jesus estar explicando coisas espirituais com interligação direta com o que é terreno e humano, que consistia simplesmente no a partir de aceitar a Jesus como salvador; para que então essa ou aquela pessoa passe a ser alegoricamente no que diz respeito ao intrínseco corpo uma criança que cresce espiritualmente para a vida eterna, e efetivamente quanto aos seus atos, uma de fato nova criatura, conforme II Coríntios 5. 17 ─ Pelo que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.

20
            Ainda, quanto à questão nascer de novo ou “reencarnar-se”, tem-se    e vou usar o termo para mostrar o que falta aos espíritas   embora sinceros , o abrir o coração para Cristo como salvador e não como o espírito iluminado que simplesmente ensina; e sim abrirem-se ao melhor estudo da Bíblia e de todas as ciências de maneira mais efetiva.

21
            No mesmo Evangelho de João 1. 14, de onde os espíritas basicamente tiram as suas ditas fundamentações bíblicas, ele, Kardec, diz que o verbo tradução muito inteligente para (grego, λόγος)  , se fez “carne” ou literalmente encarnou e não, reencarnou, como preceitua a doutrina espírita: ato único de se tornar carne, o de Jesus; e posteriormente foi morto e depois ressuscitou.

22
            Se tivermos observado o decorrer desse estudo, lembraremos que ao falar sobre as razões pelas quais Deus nos induziu estudar o não ter acontecido a morte de Moisés, conforme nos parágrafos de 19 a 35 nos foi ensinado ou aprendemos; e isso é ponto básico ou a essência de todo o ensinamento bíblico de Gênesis a Apocalipse, de ser Jesus na sua vida humana e posterior ressurreição e ascensão aos céus, o protótipo de todo nosso relacionamento com Deus, quando reiteradas vezes ele nos concita a imitá-lo na sua dependência, comunhão e amor para com o Pai e a futura vida junto a eles pós nossa também ressurreição. 
    
23
            Esse grave paradigma posto na humanidade (ter-se feito carne) do Senhor Jesus remete para o assim como Ele encarnou uma só vez e ressuscitou; de igual modo esse processo percurso ou modelo, é e será o mesmo para nós seres humanos: o nascer, morrer e ressuscitar, conforme registrou o escritor aos Hebreus 9. 27-28    E, como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois disso o juízo, assim também Cristo ofereceu-se uma só vez para levar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que esperam para a salvação. 


24
            Também antes de concluir essa questão reencarnação gostaria de citar outro texto do Evangelho de João, no qual o Senhor Jesus, antecipando em muito os Renascentistas e os demais movimentos na direção do reconhecimento do valor do ser humano; vimos Jesus, numa fala elementar e acessível até para analfabetos que a ouçam, no seu dialogo com a mulher samaritana, Ele fala de Antropologia, Sociologia e Teologia... Primeiramente, como relata João era necessário a Jesus passar por Samária, que reproduziremos com um acréscimo paráfrase, conforme João 4. 4 E era-lhe necessário passar por Samária,“ para ensinar àquela mulher e a toda raça humana sobre Antropologia, Sociologia e Teologia”... Se você está lembrando de todo o relato do dialogo do Senhor Jesus com aquela mulher, ela o questionou, porque ficou surpresa de que um judeu que se consideravam superiores aos samaritanos  , estivesse justamente pedindo água a uma mulher samaritana; sendo o problema existente entre judeus e samaritanos, exatamente o antropológico, pois os samaritanos eram aqueles descendentes de judeus que se uniram maritalmente com pessoas de outros povos, perdendo conseqüentemente a sua dita pureza étnica... Falou também aquela mulher da diferença de costume quanto à adoração, questionando não ser só em Jerusalém, mas, de igual modo ali naquela região. Jesus como já havia feito desde o início do diálogo volta á questão teológica da salvação, usando pontos do dia-a-dia dela, agora falando do seu relacionamento marital, que como o costume de adoração, referia-se à questão sociológica.

25
            O que reproduzi no parágrafo anterior não é fruto de retórica e sim mostrar como para Deus e seu filho o Senhor Jesus é importante o ser humano   não porque sejamos invólucros descartáveis para serem usados por espíritos nas suas escaladas descendentes ou ascendentes de purificação  ; e sim, real e exatamente, espírito (grego, πνεύμα - pneuma), que volta para Deus na nossa morte, Eclesiastes 12. 6-7 que terá contato novamente com o corpo e a alma para a ressurreição. Alma (grego, ψυχή - psique) que é a sede ou depositário de todos os nossos feitos, pensamentos ou efetivamente o que fomos enquanto vivos, e o corpo (grego, σώμα - soma) que volta ao pó, e não mais voltará como fora anteriormente e sim, na ressurreição, será  um corpo incorruptível (II Coríntios 15. 50-54), tanto para a glória como para a condenação. Voltarei a essa questão tricotomia no subtítulo seguinte.                     
                         
A BÍBLIA E A MENÇÃO AOS ESPÍRITOS FAMILIARES
26
             Talvez o assunto mais importante com relação ao espiritismo seja exatamente esse: espíritos familiares; que remete para tudo dentro dessa questão espíritos e as chamadas entidades; que envolve todo esse universo de relacionamento espiritual; quer dentro da visão especifica de espíritos ou o seu forte apelo familiar. Quando na evolução e particularidades dessa crença e prática no decorrer da história e em algumas culturas; também as nuanças dessa crença; nas  ditas entidades e a manifestação parapsicológica; de alguma forma, atrai pela auréola metafísica que a envolve.

27
             Quando comecei esse estudo, listei uma série de textos do Antigo Testamento nos quais o Senhor nosso Deus proíbe terminantemente a consulta a mortos, conforme os textos de Êxodo 20. 6, Levítico 19. 31 e 20. 27, Deuteronômio 18. 10-12 e o de Isaías 8. 19 ─ Quando vos disserem: Consultai os que têm espíritos familiares e os feiticeiros: Acaso não consultará um povo a seu Deus? Acaso a favor dos vivos consultará aos mortos? Como já concordei com os espíritas, no parágrafo que inicia o subtítulo evolução histórica; sobre o que eles apregoam como uma espécie de troféu de credibilidade; o fato de aparecer na Bíblia a menção da existência, desde muitos séculos da presença da prática da consulta a mortos. Que aproveito para ajudar nessa confirmação, dizendo que essa prática era generalizada entre todos os povos antigos; daí a proibição incisiva e veemente de Deus através do texto sagrado quanto a esse modo de proceder.

28
            A consulta a mortos no seu sentido ou entendimento “mais ameno”, que é a pratica do espiritismo de mesa dito científico (o qual respeito pela seriedade da maioria dos que o professam), se identifica mais ou menos com a crença milenar combatida pela Bíblia; que vou explicar com detalhes as razões, de que os espíritos dos antepassados de cada família, velavam e velam e protegem os seus familiares vivos. Isso é um entendimento milenar em praticamente todas as culturas. Daí, preliminarmente não se importe com esse fato, e até considere que é exatamente por isso que o texto sagrado considera essa prática como abominável diante de Deus. Sobre a causa detalharei a seguir como o prometido... Com relação à importante coisa chamada evolução cultural é coisa que me dá muito prazer  , os que lêem meus Blogs sabem disto; das coisas da cultura popular, inclusive as cito em meus escritos, como poesias e trechos (versos) de canções populares  ; creio valer a pena ser visto o filme (desenho) Mulan, do elenco de bons filmes dos Estúdios Disney, produzido em 1998. O filme narra a lenda de Fa Mulan: clássico da literatura chinesa Poema de Mulan, que merece ser visto  quanto a essa informação cultural, no qual é mostrada a ação dos espíritos dos antepassados (espíritos familiares) em favor dos seus parentes que ainda vivem. 
  
29
            Primeiramente quero que você entenda o como Satanás é sutil e inteligente; pois a idéia de que um parente meu que morreu está por aí em espírito preocupado e agindo de todas as formas em favor dos meus e seus familiares vivos; é, concordo, por deveras atraente, e é exatamente por isso que ela tem seduzido a muitos no decorrer da história e se consolidado como uma crença verdadeira a ser seguida.

30
             Você que segue a doutrina espírita ou que é simpatizante dela entenderá com facilidade o que irei explicar... E aproveito para dizer do meu respeito e apreço pelos espíritas sérios   diferentemente, embora eu o seja, tenho um total mal-estar em relação a alguns ramos dito evangélicos, os quais,  conscientemente usam o nome de Deus para ganhar dinheiro, não se importando com a educação correta dos fiéis ; todavia os espíritas ainda não entenderam que as suas práticas espiritualistas desagradam a Deus   como a dos líderes evangélicos vendilhões da fé , e o pior, é o não ser o que se apresenta como espírito daquele seu parente, aquela entidade ou coisa que se apresenta falando em seu nome. E essa constatação é tão séria, que dentro dessa possibilidade do poder ser enganado por algo ou alguém sobrenatural, Paulo de maneira grave disse na sua carta aos Gálatas 1. 8    Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos pregasse outro evangelho além do que já vos pregamos, seja anátema. Paulo, nessa espécie de hipérbole mostra o quanto é importante o que já está informado e estabelecido na Bíblia, também, de alguma forma mostra o possível engano através de anjos, que seria os infiéis embora ele tenha na hipérbole usado o anjo fiel, cujo engano pelo infiel é terrível, conforme II Coríntios 11. 14   E não é de admirar, porquanto o próprio Satanás se disfarça de anjo de luz. Podendo se apresentar aqui e ali como nossos entes queridos, ditas entidades ou o que quiserem para nos enganar.

31
            Com relação aos chamados espíritos familiares que já disse ser uma crença milenar de praticamente todas as culturas, teve-se entre os romanos desde o seu início como povo, particularidades interessantes quanto à relação deles com os seus deuses e demais entidades as quais adoravam. A primeira delas foi o compulsório e fácil sincretismo quanto às crenças oriundas de outros povos    que no caso do povo grego    que não estamos seguindo a cronologia, porque os deuses dos gregos aparecem na cultura romana com nomes modificados.

32
            Para dar a idéia de como se deu esse processo; vou listar os 12 principais deuses de Roma, que correspondiam aos deuses do Panteão grego, que entre os romanos tinham mais ou menos as mesmas atribuições: Júpiter (Zeus), Juno (Hera), Minerva (Atena), Ceres (Demeter), Marte (Ares), Vênus (Afrodite), Vulcano (Hefaísto), Apolo (Apolo), Diana (Artêmis), Mercúrio (Hermes), Vesta (Héstia) e Netuno (Posseidon). Teve-se também sendo adorada pelos romanos, a deusa Cibele de origem asiática; cujo culto envolvia orgias sexuais e autoflagelação, que foi posteriormente abandonado, e a deusa egípcia Isis (esposa de Osíris, o deus da morte), cujo culto era normal e dizem de grande beleza, entretanto, após Roma ter aderido ao cristianismo; e com a queda de todos os deuses do paganismo, inclusive a deusa Isis. Esse vazio da ausência de um deus feminino entre os romanos gerou a adoração de Maria para preencher essa lacuna de um deus mulher para ser adorado... Isso é o mágico poder receptivo do sincretismo!

33
            Ainda, no período pagão romano; Plutão (como Hades, para os gregos), era o deus dos infernos, também o deus Tártaro, que erro o deus do inferno mais profundo na mitologia grega. Alguns deuses, entretanto, tiveram significado especial para os romanos, e nada tinham a ver com deuses gregos, como: Juno, por exemplo, era a guardiã da porta principal de Roma; Saturno, o deus das sementes; Quirino conservou as atribuições dos tempos em que começou a ser cultuado, ligado às tempestades.                  
               
34
            Poderíamos classificar esse conjunto de deuses e crenças como que global ou pública, porque havia outra particularidade mais para o individual quanto a culto e adoração, que, inclusive tinha no Colegiado dos Pontífices presidido pelo Pontifex Maximus, título que posteriormente passou para os Papas em Leão I (440-461) : o colégio (assembléia) dos Pontífices compreendia quinze Pontífices, entre Decênviros (ligados à magistratura),   Flâmines (ligados ao culto de deuses domésticos e específicos) e os Álgures (ligados a presságios ou questões místicas). Este Colégio (dos quinze  Pontífices), que não se sabe exatamente qual a sua hierarquia interna quanto aos três grupos; os quais se reportavam hierarquicamente, junto com as cinco vestais (sacerdotisas guardiãs do fogo sagrado da deusa Vesta) ao mando do Pontifex Maximus; no que, o tópico Espíritos Familiares tem toda conexão com o efetivamente estudado, e de forma objetiva com o universo de comando dos Flâmines, discutido nesse trabalho e também os fatos que realmente se interligam com o contemporâneo praticado hoje... A título de informação: sete imperadores romanos receberam o titulo de Pontifex Maximus, e posteriormente os Papas, e é também o oitavo rei e é dos sete (Apocalipse 17. 11), conforme o livro que pretendo editar sobre Escatologia.    

35
            Essa outra particularidade a qual me referi está objetivamente em função do assunto que dá nome a esse subtítulo, ou o que a Bíblia chama de espíritos familiares... Eu disse desde o início desse trabalho, que a idéia e prática de consulta aos mortos foram algo sempre presente em todas as culturas antigas, sendo exatamente essa prática generalizada que motivou a séria advertência e proibição de Deus exigida ao povo de Israel    que inclusive os estudiosos espíritas identificam plenamente isso na Bíblia... No caso dos romanos havia também a crença nos numes ou numinas (espíritos dos mortos), e particularmente os lares, espíritos do universo dos numes, que eram os protetores de cada família, de onde deriva a palavra lar; e estando isso ligado ao culto familiar a esses espíritos ser feito em torno da lareira das casas; cujo fogo mantido aceso também estava vinculado à deusa Vesta, guardiã do fogo sagrado...  Quanto à deusa Vesta ela era representada em um templo em Roma através de uma chama de fogo que deveria ser mantida constantemente acesa... Para isso meninas de 6 a 10 anos eram convocadas das famílias nobres para servirem durante 30 anos preservando-se virgens durante esses 30 anos no serviço de manter aceso o fogo vinculado à deusa Vesta... A criação das contemporâneas monásticas irmãs de caridade, as freiras; são possivelmente; o sincretismo das jovens vestais da religião pagã de Roma.

36
             Creio que à medida que estamos evoluindo no estudo, estamos ou estaremos também observando que a questão com relação ao espiritismo ou mais precisamente quanto ao pretenso relacionamento com mortos, no passado e presentemente é exatamente igual. De igual modo estamos ou estaremos vendo de maneira mais objetiva que a idéia de espíritos familiares, foi e é o vetor principal desse pretenso relacionamento. Por esse motivo pode estar certo disso! Deus desde o início não quis de maneira nenhuma que houvesse esse tipo de relacionamento, que procurarei mostrar exatamente as razões.
                  
37
            Quanto falei no início sobre ter, de alguma forma, que trabalhar explicações mais para o acadêmico, embora esteja falando de algo bem popular hoje em dia como no passado também era, pois o vemos em literatura popular, no teatro, no cinema e na televisão. Isso por conseqüência se tornou uma espécie de senso comum e se misturando ao sincretismo do sociocultural, que inclusive acabou até  penetrando na mais pura doutrina teológica como se tem visto no decorrer da história.

38
            Essa vertente maior de consultar aos mortos ou os espíritos familiares tem um apelo poderosíssimo; que é o da falsa lógica da credibilidade... Porque qual de nós não acreditaria em um espírito que diz ser o do nosso ente querido morto? Mais de 40 séculos são passados, e essa coisa sedutora do espírito do papai, da mamãe, do titio, do meu querido esposo ou esposa, do meu querido irmão ou irmã, continua aí seduzindo cada vez mais pessoas que ainda não resolveram estudar a Bíblia com seriedade    inclusive muitos chamados evangélicos... Tenho ponderado no decorrer desse trabalho a devida responsabilidade com o contraditório ou como costumo exemplificar a partir de dois pontos distantes um do outro; que a conclusão que chegarmos nesse ponto próximo de nós, terá invariavelmente que ser igual para todos os assuntos congêneres até o ponto mais distante, no que, de maneira nenhuma pode haver dois pesos e duas medidas...  Ver Considerações Iniciais no meu Blog SÓCRATES VERSUS PLATÃO VERSUS MACHADO VERSUS O AMOR, endereço    www.socratesplataomachado.blogspot.com .

39
            Porque, se, segundo Sócrates em Platão (as almas) e Kardec (os espíritos), dos mortos reencarnam, sendo assim 0tão comum, os ditos espíritos de entes queridos também reencarnam conseqüentemente nesta conclusão de lógica, e não só são parentes desses, mas também de outros e outros mortos e vivos anteriores; como poderiam aqui e ali se comunicar com seus crédulos parentes, se já estão reencarnados em outras pessoas e/ou são parentes de outras famílias e outras pessoas? Que entendo e compreendo ser muito difícil resistir a algo sobrenatural, e ainda mais, quando envolvido pelo apelo da possibilidade do relacionamento com um ente querido falecido, ao qual muito se amava; e essa possibilidade lhes serem oferecidas exatamente por pessoas dignas e bem intencionadas, como é a maioria dos espíritas... Ainda, o pressuposto de que os espíritos ou almas daqueles que morreram reencarnam (se tornam outra pessoa); isto quer dizer exatamente, que a pessoa que morreu perdeu a sua identidade; a qual, agora pertence a essa pessoa que nasceu e vive com esse espírito que pertenceu àquela que morreu.  Isto contraria (colide) ou torna basicamente nula a idéia de existir um espírito ou alma daquele ente nosso familiar que na sua  reencarnação deixa de ser a pessoa anterior e agora é aquele que está vivo. No pressuposto colocado pelo espiritismo para contrapô-lo de forma filosófica (evocando Heráclito de Éfeso, no seu Devir, a contínua modificação) e pela física (Lavoisier (1743-1794), conservação das massas ou seu enunciado: “Na natureza nada se perde nada se cria, tudo se transforma”)  : se alguém foi João ou Marta, tendo morrido e reencarnado como José ou Maria, decididamente, não resta jamais João ou Marta, até pelo fato elementar de: considerada a premissa de que o espírito de João ou Marta ser agora José ou Maria, ele, o espírito aqui estaria; não podendo concomitantemente compor outra população de espíritos familiares ou não, vivendo ou estando aqui ou ali e também lá no passado, em duplicidade de si mesmo... Não existe (sendo repetitivo) população de espíritos (Kardec) ou almas (Sócrates) aguardando reencarnar ou a serviço de familiares ou de ajuda a quem quer que seja...                
  
40
            Sendo mais objetivo e didático, não há, como defendem Sócrates (a alma) como aparece em Fédon de Platão, conforme o transcrito no parágrafo 65 e Kardec (o espírito) o fantasma ou indivíduo sem corpo correspondendo à forma física do corpo que morreu, até porque, a alma ou o espírito (distintos ou não no seu existir) habitam ou estão contidos no cérebro de cada pessoa, conforme os parágrafos de 65 a 79, não sendo decididamente possível a existência de indivíduos alma ou espírito, já na glória ou vagando em um mundo invisível... Isso conduz a duas importantes constatações, que são: A dita credibilidade, a plena aceitação e a grande simpatia pelo espiritismo estão exatamente em função desse inteligente apelo já milenar da proximidade familiar; que contemporaneamente evoca a Regressão, perfeitamente possível na vida do ser humano, conforme a Psicanálise, entretanto somente até o início da vida do indivíduo (do seu último dia de vida até o primeiro) e não as ditas vidas passadas. Que também de maneira sedutora evoca “almas gêmeas”, “vidas passadas versus vida futura”, e coisas desse universo de entendimento   contraditório, porque não tem uma raiz muito nobre na filosofia grega e em outras vertentes espiritualistas que também contemplam a reencarnação em animais e vice-versa ; numa visão de reencarnação não matematicamente explicada, que não resistiria à mínima análise pitagórica, socrática, geométrica e/ou matemática. Ainda, essa fantasia gostosamente romântica e de grande apelo emocional: “almas gêmeas”, que se existissem seriam de Sócrates em Platão, porquanto quem reencarna para Sócrates é a alma e não o espírito. Isto, pelo fato elementar de não haver essa evolução romântica na reencarnação de Sócrates em Platão. Que do exposto fica até, a princípio, controverso e nada verossímil dizer-se “almas gêmeas”, quando na doutrina espírita de Kardec quem reencarna é o espírito.
           
41
            A outra constatação é a de que sendo isso abominável perante Deus, conforme diversos textos bíblicos; desde os primórdios dos seus ensinamentos aos homens, Ele condena veementemente essa idéia e prática. Entretanto, essa condenação e proibição não quer dizer absolutamente que isto seja possível; porquanto essa proibição (contra algo errado), diferentemente, é mais uma das diversas quanto a procedimentos heréticos (doutrinas de homens) ensinados e praticados à revelia dos ensinamentos de Deus, por meio da Bíblia à humanidade.
     
42
             Não sei se você está observando as minhas constantes reiterações quanto à questão específica espíritos familiares, mas eu lhe digo a razão disso... Como foi no meu Estudo (Trabalho) anterior sobre anjos, quando lá, sistematicamente como aqui quanto a espíritos familiares. Reiterei várias vezes o não ser procedente o entendimento de haver para cada um de nós o chamado anjo da guarda... Constato com tristeza que a grande maioria dos evangélicos ainda continua com as mesmas idéias sobre anjos, que têm como seus defensores os católicos romanos, os espíritas, os gnósticos e os inocentes úteis evangélicos que pouco estudam a Palavra de Deus.

43
            Reiterando mais uma vez: Quando insisto na questão espíritos familiares, é exatamente porque Deus através de homens inspirados se preocupou muito quanto a isso... Também essa questão foi e é o pano de fundo de uma das maiores heresias iniciado por Agostinho, inclusive criando uma versão escatológica, a chamada na época, de Pós-nicena, hoje conhecida como Pós-milenismo, que se exauriu em 1034, mas vem sendo adaptada e continua sendo defendida por muitos ainda hoje.

44
            A heresia a que me refiro é a da vida continuada do espírito como individuo, que tem base no seu livro Cidade de Deus cidade dos homens... Sendo também exatamente essa idéia a base de fundamentação do Espiritismo... Creio que o já explicado possibilita e nos remete ao detalhar o porquê Deus proibiu o consultar os mortos e a causa de ser isso abominação para Ele.

O ESPÍRITO, A ALMA E O CORPO
45
             Quem estuda a Bíblia com seriedade, tem entendido que é improcedente o entendimento de que após a morte exista uma espécie de vida consciente do espírito, até porque, e isso deve ficar plenamente entendido... Embora dentro de uma visão e explicação semântica quanto a nossa vida pós-aceitação do Senhor Jesus como salvador, quando dizemos que a nossa vida em Cristo é vida espiritual. Não podemos misturar as coisas e perder de vista que a essência da revelação de Deus aos seres humanos    sendo repetitivo, pois de alguma forma já afirmei isso , é a vida, cuja intenção inicial de Deus era e continua sendo eterna, no estado de tricotomia, conforme diz Paulo em I Tessalonicenses 5. 23    E o próprio Deus de paz vos santifique completamente; e o vosso espírito, e alma e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. Como diz o texto: o vosso espírito (grego, pneuma), alma (grego, psique), e corpo (grego, soma), ou a nossa vida futura com Cristo e o Pai se dará com a volta do nosso espírito, que nos foi dado no nascimento e tornou para Deus com a nossa morte. A nossa alma, que é o que efetivamente somos e tornaremos a ser na ressurreição, e o corpo ressurgido e glorificado, conforme II Tessalonicenses 4. 13-18 e I Coríntios 15. 18-57; que sendo o texto muito extenso reproduzirei apenas os versículos 52 e 53    num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos serão ressuscitados incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque é necessário que isso que é corruptível se revista de incorruptibilidade e isso que é mortal se revista de imortalidade... Tendo ficado bem entendido o que tenho explicado de forma simples didática, conclui-se de forma elementar: que sendo o espírito de cada um de nós uma pequena fração do Espírito Santo de Deus, ele, essa fração do Espírito de Deus, que é o espírito de cada ser humano, não tem ou terá, absolutamente, nenhuma identificação com o corpo ou a alma; porquanto, como explica a Bíblia, ele, o nosso espírito é a parte divina de cada ser humano (bons e maus), que nos torna imagem de Deus, conforme Gênesis 1. 27, entretanto, sendo repetitivo e repetitivo: o nosso espírito, que é uma pequena fração do Espírito de Deus, ela não se corrompe e é sempre a presença (na mente, Romanos 2.15-16) de Deus em cada ser humano enquanto vivo, como acontecerá na ressurreição; para formar novamente aquele indivíduo que morreu (a mesma alma, a sua cognição) em um corpo imortal, conforme nos explica Paulo no texto acima.                
                                                               
46
            Em função das crendices, sincretismo, os vários entendimentos religiosos dos povos no decorrer da história, o pouco estudo do texto sagrado e principalmente os postulados de teólogos de forte ascendência de formador de opinião; têm permitido que idéias estranhas ao que preceitua a Bíblia se perpetuem e cause aquele negócio indesejável que se exterioriza na afirmação leviana de ser isso ou aquilo coisa difícil e polêmica.

47
             O ESPÍRITO  Que cada ser humano tem ao nascer    que segundo Sócrates em Platão seria alma e não espírito é aquela pequena parte de Deus que cada ser humano recebe quando  formado num novo ser, conforme Gênesis 2. 7    E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou-lhe nas narinas o fôlego (hebraico, ruach ─ grego, pneuma) da vida; e o homem tornou-se alma vivente, foi e é uma dessas coisas, que no decorrer da história tem sido usado para significar e identificar, uma gama enorme de coisas, ações e princípios cuja quase totalidade não têm a intrínseca relação com ele e sim como ferramenta lingüística de comunicação dentro das diversas figuras de linguagem que o usa pela sua força de indicar o cerne e a essência das coisas. Voltarei a falar sobre isso.
                 
48
            Desde o início desse estudo estivemos convivendo de alguma forma com a idéia de que o espírito após separar-se do corpo, continua a viver em outra esfera com se fora um individuo dito espiritual como ensina o espiritismo e indevidamente incorporado ao entendimento dos evangélicos ou alma, segundo Sócrates em Platão , sendo isso uma espécie de senso comum, todavia não entenda o senso comum como algo efetivamente bom, porquanto o grande pensador Nicolau Maquiavel (1469-1527) na sua importante obra O Príncipe, que é consultada e seguida por muitos nos seus ensinamentos, Maquiavel diz algo nada agradável quanto ao senso comum:   pois o vulgo (o povo) atenta sempre para as aparências e os resultados; o mundo se compõe se de pessoas do vulgo e das poucas que, não sendo vulgares, ficam sem oportunidade quando a multidão se reúne em torno do soberano, ou idéias que ganham status de senso comum. Também o teatrólogo Nelson Rodrigues parafraseando o dito por Maquiavel , se posicionou quanto ao senso comum dizendo que toda  unanimidade é burra.

49
            Esse senso comum com relação ao espírito ensinado pelos espíritas como base de doutrina ; não encontra fundamento na Bíblia e pelo contrário, o grande sábio Salomão fora usado por Deus ao escrever o livro de Eclesiastes; que é uma espécie de desabafo daquele importante homem quando ao falar de forma poética sobre todas as coisas que muito valorizamos e nada mais são senão vaidades, e as ligadas ao que significa o fim da vida terrena; ele disse em Eclesiastes 12. 7  e ao pó volte para a terra como era, e o espírito volte a Deus que o deu. O que Salomão nos disse aqui foi que o espírito de cada pessoa volta a Deus quando essa pessoa morre; entendimento esse que desde Gênesis existia na Teologia e na Cultura judaica, e Jesus concordam com isso; primeiro porque também está profetizado no Salmo 31. 5 e conforme a palavra de Jesus em Mateus 27. 50, João 19. 30 e Lucas 23. 46    Jesus clamando com grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E, havendo dito isso expirou. Também outros textos bíblicos que evidenciam esse entendimento sobre o espírito, conforme Gênesis 6. 17 b, Jó 33. 4, Jó 34. 14-15, Isaías 57. 16 e Zacarias 12.1; e esse entendimento era base teológica para aqueles que detinham o conhecimento das Leis de Deus, convivendo com o popular sincretismo espírita dos postulados socráticos das obras de Platão no início da era cristã.

50
             Embora você encontre inúmeros textos bíblicos, nos quais, o substantivo espírito aparece de modo a ser confundido com algum ser ou qualquer dita entidade espiritual... Leia com atenção cada texto, considere as diversas figuras de linguagem, inclusive as questões semânticas, que permite a uma determinada palavra poder substituir a outra sem a exata correlação etimológica que a tornaria até antônimo quando separadas do texto... Vou citar aleatoriamente alguns textos nos quais esse tipo de coisa acontece. Tem-se registrado no livro de Números 14. 24 o ter havidooutro espírito em Calebe”; que significa exatamente o ter havido nele uma outra atitude”, em Ezequiel 3. 14, ele diz no amargor do meu espírito; que significa no amargor do meu interior ou exatamente da minha alma e não espírito, ainda em Mateus 10. 1, Marcos 1. 27, Marcos 3. 11, Marcos 5. 13 e Lucas 4. 36, o texto sagrado registra a expressão espíritos imundos, todavia como temos estudado, só existem três manifestações sobrenaturais, que são: A ação do Espírito Santo do Senhor, o agir dos anjos fiéis a Deus, que agem a seu mando, e o  agir dos anjos infiéis, também chamados de demônios; sobre os quais voltarei a falar. Ainda, quanto ao uso do substantivo espírito como forma de dar uma determinada idéia sobre a atitude, cerne ou essência de alguém ou de alguma coisa, temos no dicionário Housais dentre os vários usos para a palavra que não correspondem exatamente ao seu etimológico, dentre outras: espírito das leis, espírito de corpo,  espírito de grupo, espírito esportivo, espírito público, espírito forte, espírito fraco, espírito de contradição, espírito do vinho, espírito de observação, espírito rude, espírito de porco, espírito de luz, espírito das trevas, espírito maligno e espírito imundo. Se quisermos discutir alguma terminologia (palavras, termos, vocábulos) do passado, aproveitemos os comentários do filósofo Iluminista Voltaire, na sua obra Dicionário filosófico, no subtítulo espírito e o falso espírito, sobre o ruach (hebraico, espírito, vento) e o pneuma (grego, também espírito, vento), no qual tem-se no uso figurado desse substantivo, coisas muito mais importantes e amplas dentro da questão semântica, que mudam efetivamente o que se deve entender quanto à valorização dada à terminologia (etimologia)    muito além do que se poderia imaginar, quando exige-se desse substantivo   que estando presente, o devido cuidado para identificar a sua devida função no texto, como nos explica Voltaire nesses dois pequenos parágrafos    O ponto principal é saber até onde o espírito deve ser admitido. Está claro que nas grandes obras deve-se empregá-lo com seriedade e por isso mesmo nelas é um ornamento apenas. A grande arte está na pertinência    Não se pode esquecer de dizer aqui em quantos sentidos diferentes a palavra espírito é empregada. Não é um defeito da língua; é, pelo contrário, uma vantagem ter assim tantas raízes ramificando-se em várias direções”.  

51
            E quanto ao ensinamento de que o espírito é o indivíduo metafísico ou espiritual que transcende ao ser humano, que seria o seu invólucro purificador; isso é exatamente a grande mentira sutil de Satanás e seus anjos que trabalham livremente nesse vazio apresentando-se como esse ou aquele espírito.

52
            Entendida essa questão de que o espírito que cada ser humano recebe ao nascer volta para Deus com a morte dessa pessoa... Poderemos agora também entender que nenhum espírito se corrompe, é mau ou não o sendo se torna; porque o espírito de cada pessoa é como vimos no texto de Gênesis 2. 7 o sopro, vento, ruach (hebraico), pneuma (grego) ou uma fração do Espírito de Deus dado ao homem quando nasce, sendo esse espírito uma pequena parte ou a presença, a imagem de Deus em cada pessoa: Genesis 1. 27. Não confundir o que estou informando aqui, com o batismo ou revestimento do Espírito Santo; porquanto no revestimento advindo do ministério do Espírito Santo, acontece um incremento (maior quantidade) desse poder dentro de nós, que nos habilita a sermos mais fortes contra o pecado; como nos informa Paulo na contraposição entre o Espírito e a carne   que é conduzida pela alma, a sede dos sentimentos , em Gálatas 5. 19-21 (as obras da carne) e as obras do Espírito em Gálatas 5. 22-24    Mas o fruto do Espírito é: o amor, o gozo, a paz, a bondade, a fidelidade, a mansidão, o domínio próprio; contra essas coisas não há lei. E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências. Se vivemos em Espírito, andemos também em Espírito... Paulo quando fala da tricotomia humana, diz que há uma constante luta entre a carne (o corpo), e o espírito; pois o espírito não concorda ou admite qualquer ação pecaminosa do corpo condenando-a veementemente, que só acontece em função do livre-arbítrio, que é da alma e do corpo    não do espírito de cada um (que é uma fração do Espírito de Deus) necessite do livre-arbítrio; pois sendo ele fração do Espírito Santo de Deus dentro de nós (na nossa mente), só caminha na direção do que é justo e de moral. Leia todas as epistolas de Paulo e novamente todos os pontos que abordei sobre fracionamento do Espírito Santo até agora.

53
             O pai da psicanálise, Sigmund Freud (1856-1939) demonstrou e sistematizou de certa forma a tricotomia humana (Id, Ego e Superego) na qual o Id (parte mais profunda do psique, alma) corresponderia ao corpo, o Ego à alma, e o Superego ao espírito, que como vimos do ponto de vista bíblico, ele patrulha na direção do bem, o justo, e o moral de todas as ações do ser humano, ou o espírito    que o homem recebe quando nasce  , é o permanente censurador (avaliador) de todos os atos conjeturados, intentados e praticados pelo indivíduo, enquanto ser vivente e pensante. O que estou dizendo aqui é que o empírico cientifico de Freud explica de alguma forma o teológico bíblico da Tricotomia humana.                                       
54
             Concluindo essa pequena ponderação sobre o substantivo espírito e principalmente sobre o de fato espírito ensinado na Bíblia. De maneira objetiva sabemos que o único Espírito que pode agir em todos os sentidos junto a nós seres humanos é o Espírito Santo de Deus que se fraciona e pode estar dentro de todos e em todos os lugares ao mesmo tempo, e sendo essa atuação fracionada como nos ensina o texto sagrado    que explico de maneira prática a você que é evangélico esse fracionamento, que é o cada um de nós ter dentro de si o Espírito Santo, que na sua constituição amorfa, conforme Gênesis 1. 2, Números 11. 16-17 e Atos 1. 15 e Atos 2. 1-4 pode estar ao mesmo tempo dentro de milhões de pessoas e em todos os lugares, como explicarei de maneira pormenorizada no Blog futuro O fracionamento do Espírito Santo.

55
            Dentro, ainda, dessa questão dita espiritual é importante que se deixe claro, ressalvando os diversos usos do substantivo espírito como ponderei acima, que só existem três manifestações ditas sobrenaturais, que são: Espírito, anjos e demônios (anjos rebeldes). O Espírito, que é a mais importante delas, e que somente pode ser exercida pelo Espírito Santo do Senhor, reiterando; não existe manifestação por meio de espírito de quem quer que tenha morrido; no que, essas manifestações se dão ou darão por intermédio de anjos rebeldes aqueles que foram expulsos junto com Satanás  , conforme, primeiramente Ezequiel 28. 16 (a queda) e Apocalipse 12. 7-12 (a total expulsão), nos quais, o próprio texto sagrado, dentro da questão lingüística amplamente já detalhada aparece a denominação espírito imundo ou maligno para ações de Satanás e seus anjos, que num estudo atento isso será perfeitamente identificado. Também se tem amplamente registrado no texto sagrado às ações dos anjos fiéis a Deus, que também às vezes são chamados pela  denominação de espíritos, conforme Hebreus 1. 12-14, até porque, nós seres humanos, os anjos fiéis a Deus e os infiéis, temos cada indivíduo um espírito dado por Deus (que é a fonte de vida ou motor de cada ser); aos quais, os espíritos de cada um, não são permitidos o intercâmbio com seres humanos estando na condição de espíritos porquanto, voltam para Deus quando morremos: não há espíritos vagando ou a espera para reencarnar , como tenho detalhado desde o início desse Estudo, porque é assim que o texto sagrado ensina. Sendo esta a causa da proibição ostensiva do fazê-lo no Antigo Testamento, justamente pelo fato desses espíritos não poderem vir, pois com a morte do homem voltam para Deus. Quando há ignorância disso abre-se um espaço de fato perigoso, e torna-se abominável quando Satanás e seus anjos se apresentarem como quem e o que quiserem nesse vazio de conhecimento bíblico.

56
           Ou você entende    na realidade pensa aleatoriamente  sem base bíblica  , que tendo alguém aceitado a Cristo; o corpo, a alma e o espírito dessa pessoa se converteram ao Senhor? Não. Não foi isso que realmente aconteceu, e sim; essa pessoa    ser pensante e que age segundo esses pensamentos  , que estão na alma e de forma poética no coração, conforme I Samuel 13. 14, I Reis 11. 4, I Reis 15. 14, Salmo 101. 4, Provérbios 15. 13, Provérbios 17. 20 Provérbios 20. 9, Eclesiastes 8. 5, Oséias 2. 14, Mateus 4. 6, Mateus 15. 19, Marcos 7. 21, Atos 15. 8-9    E Deus, que conhece os corações, testemunhou a favor deles, dando-lhes o Espírito Santo, assim como a nós; e não fez distinção alguma entre eles e nós, purificando os seus corações pela fé. Também o texto de Colossenses 3. 23    Exterminai, pois, as vossas inclinações carnais: a prostituição, a impureza, a paixão, a vil concupiscência, e a avareza, que é idolatria.

57
             Entendamos definitivamente que o texto sagrado fala da conversão da alma    que de forma poética maciçamente aparece como coração e também como sentimentos e pensamentos  , conforme Jeremias 24. 7, Ezequiel 36. 26 e Mateus 26. 41b, entretanto, todavia, porém e certamente o espírito não se converte, “o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca”    como disse o Senhor Jesus e Paulo (I  Cor. 14. 14-15)  , porquanto o nosso espírito é a parte de Deus dentro de nós, nos tornando Sua imagem (o espírito), e a Sua semelhança (o arbítrio) no escolher, optar; que caminha na direção do que é justo, moral e ético, quando damos ouvidos a ele, o espírito; que é uma pequena parte de Deus dentro de todo ser humano (Gênesis 2. 7). O qual não se corrompe, e age sempre conduzindo-nos para o que é bom, perfeito e agradável, isso, em luta contra as eventuais ações ruins da alma que comanda o corpo; embora na maioria das vezes seja o corpo, o que influencia essas ações, junto e em cumplicidade com a alma (cognição), em detrimento do instar (mandar) constante do espírito na direção do que é bom e justo...

58
             Falei de forma geral com relação a todo ser humano que tem dentro de si essa fração mínima do Espírito de Deus, que garante o conseguir optar pelo que é certo, moral, ético e justo... Se considerarmos agora alguém que realmente se converteu a Cristo, teremos nessa pessoa a sua parte inicial do espírito    o  seu, “que recebera quando se tornou alma vivente”  ,  e agora também a implementação (aumento, quantidade maior) do Espírito Santo recebido quando do ter crido e aceitado a Jesus como salvador... Falarei com mais detalhes quanto ao Espírito Santo e seu ministério junto aos humanos num futuro Blog sobre o Espírito Santo de Deus    no Estudo O Fracionamento do Espírito Santo.

59
               A ALMA ─ Que erradamente aparece nos dicionários também como sinônimo de espírito, pois é assim defendido por muitos teólogos (os Dicotomistas). No passado, inclusive anterior aos gregos, aparece no Antigo Testamento e também no Novo, de forma figurada significando a vida do ser humano, conforme Gênesis 46. 27, Jeremias 39. 18 e 45. 5 (também em algumas traduções consta como vida): Ezequiel 18. 4 e 18. 20, Mateus 16. 26-27, em outras traduções, também vida: Romanos 13. 1 (aqui pessoa, indivíduo); amplamente no Antigo Testamento de maneira semântica como coração, como também no Novo Testamento e na literatura poética secular; ainda hoje a alma é identificada de forma semântica que tem o poder de dar nuances ao etimológico das palavras fazendo-as representar ou significar outras coisas  , como coração (dezenas de textos), pensamento (muitos textos), baú do tesouro (Mateus 12. 35-37), depósito (e até ventre ou estômago (Habacuque 3. 16)... A relevância quanto à questão alma, creio, se tornou mais que evidente; depois dos fatos que enumerei anteriormente sobre o espírito que pode ser ainda melhor fundamentado num estudo que se proponha a maior abrangência  ; todavia entendo que o detalhado aqui sobre o espírito já possibilita entender que espírito e alma não são a mesma coisa como defendem a maioria dos teólogos, como A. B. Langston (batista como eu) e muitos outros; quando decididamente o texto sagrado ensina de maneira clara Tricotomia e não Dicotomia do ser humano, ou a Bíblia mostra, de maneira distinta: corpo, alma e espírito.

60
             Por entender que o assunto alma é muito importante, e também por constatar que existe de fato essa confusão com relação à Dicotomia e Tricotomia. Que já discuti acima tomando por base o espírito   como defendem os espíritas  , agora o farei exatamente usando como base a alma; e para fazê-lo, nada melhor, senão usar a obra Fédon de Platão, que fala de forma objetiva sobre esses assuntos, nos diversos discursos de Sócrates, seus discípulos e amigos, que aconteceu horas antes dos seus últimos momentos de vida, quando aguardava o ter que tomar veneno para a sua morte.

61
             A obra Fédon de Platão; constitui-se no que escreveu sobre o relato de Fédon a Echecrates, sobre o acontecido no dia em que Sócrates tomou o veneno que lhe foi imposto como forma de pena de morte; conforme o seu julgamento relatado pelo mesmo Platão na obra Apologia de Sócrates, no qual, após Sócrates ter discursado em sua defesa, foi julgado por 501 juízes, sendo 281 a favor de sua condenação e 220 contra. Na posterior reunião, no dia da execução de Sócrates; ali estavam: Sócrates, Apolodoro, Antístenes, Cebes, Críton, Euclides, Fedon, Símias e Xantipa   mulher de Sócrates, que foi retirada do recinto, por seu descontrole emocional, face à próxima morte de seu marido  ; e o servidor dos Onze   espécie de oficiais de execução penal, e ao ali presente cabia servir o veneno para a morte do condenado.  Machado de Assis em Memórias Póstumas de Braz Cubas, diz que no leito de morte do seu principal personagem estavam presentes onze amigos; na alusão a esses Onze também, Aristóteles cita esses onze da execução penal grega na sua obra A Política ─, presente no dia da morte de Sócrates.

62
           Nessa obra de Platão, o Fédon, a existência da alma é discutida e sistematizada e, é nela que se fundamenta a doutrina espírita; como já expliquei, e vou continuar desenvolvendo esse assunto dessa elementar confusão: da alma em Platão e espírito em Kardec e outras considerações importantes para essa questão, também no meio evangélico. 

63
             O Espiritismo, faz esse tipo de confusão justamente porque a doutrina espírita pretende ter sua origem de sistematização a partir da reencarnação ensinada por Sócrates em Platão embora essa idéia entre os gregos, seja anterior, em Pitágoras, mas de fato sistematizada em Platão... O Espiritismo em Kardec sistematizou a idéia da reencarnação no pressuposto da vida continuada do espírito pós-morte (como se fora um indivíduo, como que transparente), entretanto, não fora assim em Pitágoras; e Sócrates em Fédon de Platão trabalha essa idéia da reencarnação a partir da alma (psique), inclusive, a afirmação de Sócrates quanto à dicotomia humana, quando diz em Fédon, que o ser humano tem tão-somente corpo e alma Prossigamos, então, continuou Sócrates. Não é verdade que há em nós, precisamente, duas coisas, sendo uma o corpo e a outra a alma? Que para nós que estudamos o texto sagrado e a filosofia grega, como Kardec afirma ter estudado; fica muito clara a inconsistência dessa doutrina que se apresenta como empírica e quer se provar  científica , quando não resiste a mais elementar análise bíblica e filosófica, no que, Sócrates em Platão afirma que o ser humano só de tem alma e corpo; e que a reencarnação se dá  por meio da alma e não do espírito, conforme já está demonstrado nas considerações que fiz sobre  Fédon  e procurarei avançar mais no seguimento.

64
            Sócrates, nos vários discursos nas obras de Platão, sempre teve proeminência sobre os demais participantes nos assuntos discutidos inclusive, como já comentei no subtítulo Sócrates versus Platão versus o Amor, sobre a obra Fedro quando Sócrates discorreu sobre o mito da parelha alada, que dá a alma gradações e degradações em função da prática das diversas acepções do Eros (amor) , excetuando os últimos deles (os que estou discutindo agora), que foram parte de diálogos entre Símias, Cebes, Fédon, Críton e outro, cujo nome Fédon disse não lembrar; que aconteceu na prisão antes da sua morte por ter que tomar veneno, cujo assunto tratado foi unicamente sobre a alma, conforme a obra de Platão Fédon. Na qual, Símias e Cebes se contrapuseram a Sócrates de maneira determinante contra a sua argumentação sobre a imortalidade da alma, que da parte de Sócrates, essa questão não ficou exatamente respondida; até porque, considerada a degradação moral da alma em função das sucessivas reencarnações degradantes em animais cada vez piores, a levaria a uma condição irreversível Quais são,  Sócrates, essas maneiras de ser que falas? ─ Por exemplo: as almas daquele que se entregaram a glutonaria, a devassidão e bebedices, não sendo capazes de continência, tomarão corpos nas formas de lobos, falcões e milhafres. Ou poderá haver, segundo o nosso modo de pensar, outro destino para tais almas? ─ Não, é claro, continuou Sócrates, que, para cada um dos outros casos, o destino das almas corresponderá às similitudes com que praticam durante a vida?  ─ Isso é bem claro, disse ele. Ainda, nessa questão de uma degradação mais amena    Dize-me: em que sentido eles são mais felizes? ─  Desse modo: a sua migração far-se-á, de acordo com o que foram, para qualquer espécie de animal sociável e pacífico, como, por exemplo, as abelhas, as vespas ou as formigas, ou, então, voltarão para a sua primeira forma humana, para dar nascimento a homem de bem. E no caso da gradação, Sócrates estabelece aqui em Fédon o entendimento do Gnosticismo (que foi no segundo século sistematizado por Plotino), quando disse   Quanto à espécie divina, a ela não chegarão os que não filosofam, os que não se separam do corpo perfeitamente puros: a ninguém é lícito ali chegar senão ao filósofo. E no seguimento, no discurso A filosofia e a sua função, Sócrates mostra ser a filosofia como que a trajetória ascendente daquele que filosofa na direção da divindade (como mostra no texto transcrito acima); que concluiria a Idéia do Gnosticismo. Sendo que seria verossímil essa conclusão de Sócrates; porquanto é evidente nos seus discursos essa conclusão a partir de sua própria vida e pessoa, que foi de amor ao saber (conhecimento) e totalmente desprovida de apego às coisas materiais. E esse seu discurso, como o discurso final de sua defesa no seu julgamento em Apologia de Sócrates, também de Platão. De igual modo, deveria ser lido por todos os pastores e ovelhas ávidas de poder e riquezas (os avarentos de plantão). Quem tem desejos como esses reprovados aqui podem aprender de Jesus e de seus apóstolos e pelo nível de inferioridade espiritual desses desejos, podem aprender e também serem repreendidos pelos filósofos gregos.     

65
             Nos vários argumentos de Sócrates em Fédon na defesa ou construção da alma como centro, ou a parte mais importante da dicotomia, corpo versus alma (o indivíduo binômio, pessoa). Primeiro como que uma espécie de indivíduo número dois    no argumento da Semelhança, o corpo seria o ser humano, e a alma a parte divina  , que na morte do número um ela ganha esse status ou agora não teria nada a ver com o indivíduo a quem estava ligada anteriormente  que embora não seja dito isso por nenhum dos participantes dos diálogos em Platão   no entanto, é clara a inferência, que por algum tempo, o importante será o próximo corpo em quem essa alma reencarnar, se humano ou animal  , ou ele (o anterior) será tão-somente o referencial que determinará o seu imediato futuro    ou o futuro, da até então sua alma ; se para gradação (na direção da pureza) ou degradação (descendo a indivíduos inferiores e até animais). No entanto, há ainda o pressuposto eventual dessa alma, de alguma forma, ficar presa ao corpo que morreu e se decompôs, que seria, segundo Sócrates as ditas aparições que acontecem à noite nos cemitérios (fantasmas dos mortos e/ou o indivíduo ou animal na condição de sem corpo, mas, contraditoriamente sendo aquele do corpo que morreu), conforme este texto da obra Fédon de Platão Mas essa corporeidade, meu caro, não podemos duvidar, pesa; é coisa grave, terrosa, visível! Sendo justamente esse o conteúdo de tal alma, ela deve sentir-se pesada e atraída para o lado visível, por medo do invisível ou, como o chamam, o Hades    na mitologia grega: morada dos mortos e/ou inferno, tendo o deus Hades como chefe, havendo ainda a parte mais profunda, o Tártaro, cujo chefe era o deus com o mesmo nome  ; ela andará entre os monumentos funerários e as sepulturas, em volta das quais, é um fato, que já se viram aspectos e sombras de almas: imagens apropriadas das almas de que falamos, as quais, não tendo conseguido libertar-se do corpo em estado de pureza, mas sim em estado de participação do visível, tornam-se elas mesmas, em seguida, visíveis. Há também por parte de Sócrates o entendimento de que a alma pré-existe antes de qualquer indivíduo, que ao nascer, se torna o invólucro de uma delas. É lamentável, que os espíritas tomem por base e referência esses pressupostos sem nenhuma base empírica e de efetiva racionalidade  conforme já expliquei no início desse pequeno Estudo ─ fique tranqüilo, pois vou avançar mais  ; e os chamem de científicos, quando na realidade, são pura e simplesmente crenças, que não pode ser chamada de fé, porquanto fé não pressupõe empirismo.

66
            Conforme já comentei anteriormente, a obra Fédon de Platão; fala ou é basicamente constituída de diálogos sobre a alma; na qual, o batimento desses diálogos é sistematizada a existência da alma em vários argumentos (principalmente de Sócrates), que não vou comentar todos, todavia, vou trabalhar sobre alguns    como já fiz quanto ao Espiritismo, cujos argumentos são exatamente os mesmos, só que no pressuposto de considerar a alma como sendo o espírito.

67
            Em Fédon, basicamente os diálogos se dão entre Sócrates, Símias e Cebes    também ao final com outros  , que no seguimento Símias e Cebes ao serem instados por Sócrates a alimentarem a discussão, se na  concordância ou discordância. Símias propôs a alegoria da Harmonia para o binômio corpo e alma, e fez algumas objeções ao todo proposto por Sócrates, posteriormente foi seguido por Cebes nas objeções. Sócrates, ao tomar a palavra, buscou, numa fala plenamente retórica, que consistiu em desqualificar a alegoria Harmonia proposta por Símias, entretanto    como aconteceu em todos os discursos até o final    não se explicou de forma objetiva, física ou metafísica o que de fato é a alma. Também a sua pré-existência em todo Fédon é balofa (frágil, inconsistente), até numa exata visão teológica de fé por parte de Sócrates (que a fundamentou) e dos demais. Quando digo balofa, é pelo fato de não ser explicado ou criado um Mito que a legitimasse plenamente; também porque a sua pré-existência é totalmente desprovida de lógica porque o seu plural (almas) e preexistência exigem o seu número quanto ao que existe (o seu número total) ; porquanto em primeiro lugar, de modo elementar não passa pela mais simples avaliação estatística populacional ascendente que é um fato; isso sem considerar a reencarnação em animais. Necessário seria que paralelo às almas pré-existentes que reencarnaram; criar novas almas para suprir o excedente gerado pelo crescimento populacional, ou então o número dessas almas pré-existentes seria tão grande    sendo a população mundial atual, de  mais de sete bilhões ,  necessitando ser de dezenas de bilhões para suprir essa questão lógica; que geraria em conseqüência uma espécie de eterna vida sem corpo para as almas excedentes e tornaria essa coisa mais ainda inverossímil. Sendo isso um fato incontestável à luz de qualquer confissão matemática, filosófica ou teológica.

68
            Considerado esse argumento, fica ainda mais difícil e até insustentável esse entendimento da pré-existência da alma; em contrapartida, o que vimos, fragiliza essa Idéia e a conduz     corresponder a cada indivíduo que nasce; não o reencarnar de uma alma pré-existente, mas uma alma exatamente da mesma idade do corpo   a Tabula Rasa, como nos informa o filósofo Empirista John Locke, e com as características intrínsecas que lhe atribui o filósofo Racionalista René Descartes.                                                        
69
            Os que são evangélicos como eu, mas, que pouco estudam o texto sagrado, a história e a filosofia. Não se escandalizem e entendam incompatibilidade dessas informações e conhecimentos com a Bíblia, pois nela são encontrados o batimento e confronto com esses postulados filosóficos, que foram, inclusive, dados a esses povos, principalmente aos gregos, por Deus, para servirem de “bigorna” para a sedimentação do Evangelho... A Bíblia não se preocupou em provar a existência de Deus, pois, pura e simplesmente apresenta-O como o Deus único e transcendente, entretanto a filosofia grega o fez. Definição profunda sobre várias questões, Deus tem capacitado a filósofos, no decorrer da história para fazê-las, porque o Evangelho é dirigido principalmente aos de menor conhecimento, conforme Mateus 11. 25-27. Quando falei de bigorna foi porque usei essa figura nos comentários que fiz sobre as cartas de Paulo aos de Corinto em Estudo sobre hermenêutica.

70
            O que disse sobre Deus usar filósofos para discutir e fundamentar questões que possam servir de subsídios para fundamentação do Evangelho e já demonstrei isso citando o psicanalista Freud quanto à tricotomia. No caso da alma o filósofo racionalista, o francês René Descartes (1596-1650) chamado O Cogito (penso), de maneira objetiva demonstrou que eu como ser pensante, de fato existo, e essa alma (psique) é a sede dos sentimentos, diversas realizações e a total depositária de toda a trajetória da vida de cada um... Você quando olha para dentro de si, não vê ou tem visto (sentido) alguém ou algo que pensa, planeja, ama, dirige tudo na sua vida e armazena. É essa a nossa alma que a sentimos dentro de nós, no nosso corpo e também o espírito que luta contra os nossos atos pouco recomendáveis, tentando administrá-los na direção do bem  coisa muito clara em qualquer introspecção que façamos, conforme o superego da psicanálise em Freud. Descartes quando questionado quanto a esse seu COGITO (cogitar, pensar ou alma), ele produziu a seguinte afirmação:    Pode ser que o mundo não exista, que meu corpo seja uma ilusão, mas uma coisa é certa: até agora estive duvidando de tudo, e se estive duvidando, mesmo que meus pensamentos sejam incorretos, mesmo que eu me engane sobre tudo, há algo do qual eu não posso duvidar: até agora eu estive pensando, certo ou errado, mas estive pensando. A única certeza que posso ter é que penso, disto não posso duvidar. Logo se eu penso, eu existo. Cogito ergo sum, penso logo existo. Ainda que nada mais exista em meu pensamento, minha consciência existe.  O que Descartes diz aqui e demonstrou nesse seu trabalho que sistematiza a alma, foi que dentro de mim (no meu cérebro) existe um algo pensante. Que ele para agravar conjetura, pensa, cogita e desafia ao dizer que esse seu pensar é tão real, que o acontecer do dia-a-dia é o que poderia ser ilusão; e o pensamento, o real    PENSO LOGO EXISTO ou diria eu    porque a minha alma e a de todas as pessoas existe; pois a minha, a sinto existindo viva dentro de mim, que em cumplicidade com a nossa carne (corpo) luta  contra a imposição moral e ética do nosso espírito que busca nos fazer justos e agradáveis a Deus.

71
            Justamente pelo fato de ser ela (a alma) que armazena de forma global, e, ou seletiva, conjectura, reproduz de forma mecânica (gestos, expressões, defesa ou agressão), sublima o armazenado, evidência no cognitivo ou em expressões da fala, gestos, escrita e etc... E mais se poderia listar do agir do cérebro, inclusive buscando na ciência neurológica o mapeamento das regiões cerebrais nos seus lobos, os nomes dados a essa ou aquela, e suas funções, ainda que ostensivamente estudadas e não plenamente conhecidas, cujo conjunto, teologicamente entendo como sendo a alma (psique), que não poderia  decididamente a alma ser também o espírito (sinônimo), e numa análise de todo esse conjunto científico-neurológico, ser ela a alma. Só restaria agora a chamada pergunta que não quer calar (novamente o coloquial, para o qual peço desculpas). Qual ou quem é o motor (a vida que faz todo o corpo funcionar) de tudo isso. A Bíblia responde a esse questionamento de maneira didática dizendo ser o espírito, que é a vida, como expliquei anteriormente a partir de Gênesis  2. 7 e outros textos, que reitera essa informação.

72
            Do exposto, fica claro que não caminho de forma exata junto a Descartes para a localização da alma na glândula pineal; cujo entendimento é o que norteia o moderno postulado filosófico-religioso do Espiritismo e do específico Racionalismo Cristão, com o qual também não concordo na idéia da localização específica, e sim no conjunto do cérebro nas suas funções; embora tenha usado a sistematização dele quanto ao princípio básico da questão alma registrada acima.

73
            Voltando a Sócrates em Fédon de Platão, entendo que não há verossimilhança no postulado da preexistência da alma; do outro modo ou diferentemente há logicamente a pós-existência da alma por um período ─  isso corroborado pelos próprios argumentos de Sócrates em Fedro e Fédon de Platão    e amplamente pela Bíblia  ,  que se ajusta a Descartes. Entretanto, Descartes não viu a alma como uma espécie de fantasma cópia do seu correspondente humano e, quando vinculada a um animal, não há fantasma em Platão  ,  como também a Bíblia assim não vê. Isso exatamente pelo fato    como Sócrates crê e defende em Fédon de Platão a imortalidade como necessária  , que de maneira verossímil e lindamente lógica, aponta, não para a imortalidade da alma como “Princípio”, e sim a possibilidade do ser humano o ser, que quando mortal recebe essa alma, que guarda tudo o que essa pessoa foi para identificá-la plenamente no momento em que Deus, por meio do seu filho Jesus, vier resgatar a imortalidade prometida em Gênesis 2. 17, que segundo Paulo será restabelecida, conforme I Coríntios 15. 53-54 Porque é necessário que isso que é corruptível se revista de incorruptibilidade e isso que é mortal se revista de imortalidade. Mas quando isso que é corruptível se revestir de incorruptibilidade, e isso que é mortal se revestir de imortalidade, então se cumprirá a Palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória.  Todo esse entendimento sobre a alma    que não é o espírito, como crêem os espíritas,  se conclui numa afirmação parecida, colocada por Jesus sobre o sábado, e vou fundir as duas a favor da didática: Assim como o homem não foi criado por causa do sábado, de igual modo, o homem não foi criado por causa da alma    não são os seres humanos invólucros descartáveis (sem identidade quanto ao que fizeram), quando uma determinada alma (ou espírito, se considerado como sinônimo dicotomia) os usa em quantos indivíduos  quiserem   ou para me aproximar mais desse argumento, quantos forem necessários  , e sim, a alma por causa do homem, para ser nele, não exatamente a sua parte divina, mas a parte que o identificará durante o período da sua morte (corpo corruptível) até o momento da ressurreição, quando de maneira definitiva, estará ela, a alma, eternamente junta com o seu corpo e não tendo por perto ou longe nenhuma outra ou outras almas vagando sem corpo, como se fossem fantasmas.

74
             Porque, como já expliquei no início do Estudo, é inverossímil, sem nenhuma lógica, não empírico ou científico, desumano, injusto, absurdo e sem sentido algum (reiterando o dito anterior), que pessoas maravilhosas, outras nem tanto, outras terríveis, animais dóceis de estimação, animais ferozes e outros imundos na sua maneira de alimentar-se; sejam ou tenham sido os vários invólucros depositários descartáveis, daquela que agora é a minha ou a sua alma... Nada coerente e aceitável, do ponto de vista de qualquer credo; seja religioso, filosófico, científico ou qualquer vertente que se apóie na lógica e no bom-senso. Não obstante, perdoem-me os espíritas sérios pela veemência aqui colocada, que no entender da defesa de idéias ela só teve essa exata direção.
        
75
            Aproveitando as explicações colocadas até agora sobre o que é a alma, consideremos ainda de maneira didática o como entender isso de forma mais simples. Nisso procurarei mostrar de maneira prática por intermédio de alguns textos bíblicos essa nossa alma, para qual, muitos fazem uma tremenda confusão... Podemos pensar num baú ou cofre, conforme a parábola proposta por Jesus, que reproduzirei ou mais modernamente num disquete ou CD, DVD e Pen Drives; nos quais são armazenadas todas as informações sobre algo ou alguém, que a semelhança do baú, conforme Mateus 12. 35-37    O homem bom, do seu bom tesouro tira coisas boas, e o homem mau do mau tesouro tira coisas más. (...). Esse baú do tesouro, que na maioria dos textos bíblicos a alegoria poética é o coração, e até o ventre (estômago) conforme Habacuque 3. 16; como se o coração ou o ventre fossem exatamente o depositário    já disse isso antes ; de todas as nossas intenções e ações, tanto de mal como para o bem. Ainda nessa direção, o texto sagrado diz em Apocalipse 2. 2 (à igreja de Éfeso), 2. 19 (à igreja de Tiatira) e por conseqüência a nós, Ele diz que conhece as nossas obras as que estão registradas na nossa alma; que a sua Logus (Palavra)  vê e faz distinção entre essa alma (psique) e o espírito (pneuma)  e discerne tudo o que está contido nessa alma, que para Ele estão sempre nuas e patentes aos seus olhos, conforme Hebreus 4. 12-13    Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até a divisão de alma e espírito, e de juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração. Notem que o escritor aos Hebreus identifica plenamente alma e espírito como sendo coisas distintas, quando diz que a palavra de Deus é mais cortante que uma espada de dois gumes, que define a existência da alma e do espírito, pois penetra entre ambos, e para evidenciar o existir dessa alma, fala dos “pensamentos e intenções do coração” (que para nós hoje é redundância), que são exatamente os atributos ou a própria alma no seu existir poético, pois coração não pensa e sim reage com pulsações aos traumas, as contradições e felicidade da alma... Paulo, seguindo a mesma alegoria do que dissera Jesus sobre o baú do tesouro, disse em II Timóteo 1. 12  Por essa razão sofro também estas coisas, mas não me envergonho; porque eu sei em quem tenho crido, e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele dia.  Aqui novamente a alma como depósito ou o depositário de tudo relacionado com o ser humano. Nesses textos acima, também como falei da analogia com o disquete, CD, DVD e Pen Drives  , na nossa alma estarão contidas todas as informações referente a cada um de nós, e irão até o dia do juízo, conforme Apocalipse  14. 12-13 e 20. 12-13... Desde agora, quando da nossa morte; o nosso espírito volta a Deus, a nossa alma com todas as informações da nossa vida aguardarão; como está de forma alegórica em Apocalipse 6. 9, o dia da ressurreição, para junto com o espírito receber o corpo incorruptível (I Coríntios 15. 50-58 e I Tessalonicenses 4. 13-18), quer para a glória eterna como para a perdição eterna...

76
             Basicamente todos os credos filosóficos e religiosos espíritas e espiritualistas trabalham (defendem) a reencarnação e a imortalidade da alma... Não tinha e não tenho a intenção de objetivamente tratar agora o desdobramento disto, que é o assunto salvação versus perdição, que remete uma discussão teológica séria, possível e amplamente documentada na Bíblia , para a morte ou não da alma no juízo final. Entretanto, como se falou de reencarnação em animais, e isso consta dos principais credos espíritas, exceto o de Kardec... Na Bíblia se tem a informação clara e objetiva da existência de alma e espírito.
        
77
            Ainda, dentro da denominação semântica da alma como coração  que ainda persiste no que se escreve e em basicamente todas as falas que estão sendo gravadas presentemente sobre tudo e em todas as línguas ; na sua forma poética entendida modernamente, que no passado era entendida como a real sede dos sentimentos. É talvez para nós hoje o maior e melhor balizamento para se entender plenamente a importância da semântica em perceber o que não é exatamente etimológico, demandando uma melhor avaliação hermenêutica de tudo o que examinamos para a efetiva interpretação. No que essa questão semântica quanto ao coração, que é exatamente a alma (psique), quando hoje, por conseqüência dos transplantes de coração; de forma plenamente empírica sabemos que a pessoa transplantada não passa a ter os pensamentos e tudo da psique daquele que foi o doador...
       
78
            Já que cheguei até aqui, embora feito acima a comparação da alma com a informática e as suas formas de armazenamento, tenho que caminhar um pouco mais sobre a alma e o seu desligamento do corpo. Que a princípio, obviamente, como o detalhado anteriormente, a alma no ser humano é o conjunto do seu cérebro, que eu chamo de sensorial    a que vê, ouve e sente todas as coisas; o cognitivo o que pensa, avalia, conjectura, armazena ou não e etc; o orientador    o que toma as decisões, coordena atos e ações continuadas; o motorizador    o que em tudo comanda e  motoriza todas as ações mecânicas, inclusive as metabólicas, ainda que autônomas, pois fazem parte do todo do ser humano enquanto vivo.

79
           Quanto à alma e a sua localização no cérebro, considere também a alegoria de Paulo em Efésios 6. 17a, quando vinculou de forma alegórica a salvação da alma ao capacete do soldado, cujo objetivo é o proteger a cabeça, onde está o cérebro, que no seu conjunto é a alma (já explicado), que também é o indivíduo junto com o corpo... Paulo, sem o saber exatamente porque naquela época o coração era entendido fortemente como sede dos sentimentos  , preferiu usar o capacete como elemento de proteção da salvação  da alma e não a armadura, que é o que protege o coração e não o cérebro. Que morrendo o corpo (volta ao pó) com a também deterioração do cérebro; quando todas as informações nele contidas entendo eu, a partir do ensino do texto sagrado  ,  que voltando o espírito a Deus que o deu, leva até o Pai todas as informações dos seus feitos como indivíduo, anteriormente contidas no cérebro, que é a alma (dos salvos e os não salvos), que ficarão guardadas até o arrebatamento (para alguns) e para outros o posterior juízo final, do qual participarão todos os outros seres humanos, conforme Mateus 25.31-46, João 5. 24-29, I Coríntios 15. 50-58, I Tessalonicenses 4. 13-18, Mateus 16. 27, Romanos 2. 6-7 e I Pedro 1. 3-4.

80
            O CORPO Que os espíritas consideram indevidamente como uma espécie de invólucro descartável do espírito   numa conclusão e entendimento totalmente dissociado do coerente, lógico, justo e até humano , pois considerar que diversas pessoas que já viveram, e outras que viverão; não foram ou serão absolutamente nada e sim um negócio humano que será usado a serviço de um determinado espírito e posteriormente descartado, ainda, um conglomerado de elementos químicos, que tem metabolismo e pensa; todavia, defende-se que pelo qual, um espírito desajustado precisa passar para ver se consegue melhorar-se. Não! O corpo, ou o ser humano é o algo mais importante da obra de Deus ou assim Ele nos valoriza, embora  tendo nós os seres humanos decepcionado a Deus, Ele, pelo seu grande amor, inclusive, demonstrado. Deu seu filho unigênito para morrer por toda a raça humana, e não esqueçamos que em nenhum texto bíblico é dito que Deus se preocupe com o espírito ou que Jesus tenha morrido pelo espírito de alguém. Essa valorização do espírito em detrimento do corpo, nesse pormenor, porquanto é o espírito (de cada um de nós) uma fração do Espírito de Deus, conforme explicarei ao final desse Estudo. A idéia de cada um de nós, durante toda a nossa vida, ter ou sermos o depósito eventual de purificação de determinado espírito é a maior e mais perniciosa heresia, só se comparando com a da idolatria inventada pelos inimigos do Evangelho do Senhor Jesus. Coisa essa plenamente clara e elementar no texto sagrado... Sendo o mais errado e abominável para Deus foi e é o invocar a mortos ou o espírito deles; porque você que estuda a Bíblia com seriedade sabe não haver  no texto sagrado o ensino de que o espírito de cada pessoa tenha a identificação posterior com o indivíduo a quem pertenceu; porquanto, o espírito de cada pessoa busca ensinar e instruir o indivíduo somente enquanto nele está; não sendo, decididamente, passível de corromper-se, diferentemente a nossa alma é a que tem a intrínseca relação com o nosso corpo ou a alma é a identidade do corpo  e a que pode corromper-se por intermédio dele; porquanto, não há corpo sem identidade, pois é por intermédio do corpo que o indivíduo existe e pratica todos os atos dignos e/ou indignos, e por conseqüência e  inferência não existirá identidade no espírito, e sim na alma junto ao seu único e devido corpo.

81
            O ter falado sobre tricotomia humana, principalmente falar do espírito e até porque é ele o centro desse subtítulo na avaliação corpo versus espírito, que é algo pouco estudado, por conseqüência, pouquíssimo entendido, todavia creio que o trabalhado nesse estudo sobre espiritismo, já cumpriu a sua finalidade, senão? Poderei de forma mais específica nessa ou naquela direção; nesse ou naquele momento, numa linguagem mais didática    depois do que se tem aqui ponderado... Até porque, não evoluímos na direção de identificar as ditas manifestações específicas espirituais e paranormais do universo do Espiritismo, Espiritualismo e da Parapsicologia.

82
            Quanto ao corpo, que é a base desse tópico, tem-se na psicologia e na psiquiatria a identificação de uma patologia (doença) chamada Psicossomática psico (da alma) e ssomática ou somática (relativo a corpo), na qual, os problemas de ordem psicológica (da alma) interferem no metabolismo do corpo, demandando, não somente o acompanhamento psicológico, mas também o possível e necessário uso de medicamentos, nas psicopatologias, graças a Deus, quando nos efeitos psicossomáticos positivos... Observe que de forma empírica temos aqui mais uma vez a perfeita também identificação da alma e corpo como sendo distintos, mas plenamente associados no seu metabolismo e todo o comando exercido pela alma, conforme o detalhado no subtítulo acima, e também concomitantemente dissociados do espírito, cujas ações não são intrínsecas da alma e do corpo, e sim a de orientar tentando conduzir ambos para o que é justo, bom e moral    assim é o espírito de cada um de nós, que não se corrompe, porquanto é uma fração do Espírito de Deus, que a Ele retorna na morte de cada pessoa... O indivíduo é o corpo e a sua alma, o seu cognitivo (psique) que também é a sua, como que, impressão digital (identificação, individualização); aquilo (conjunto): que torna, sine qua non, coerente, quiçá verossímil    dentro da lógica do que estamos avaliando  , os postulados do filósofo Epicuro, em quem não há reencarnação e nem ressurreição ou os ensinamentos de Jesus e seus apóstolos a: A ressurreição em detrimento da reencarnação... Como disse, a alma (cognição) é aquilo que identifica o cidadão em tudo que ele foi e é em todos os detalhes de sua vida; sendo a alma uma para cada ser humano.           

EXPOSIÇÕES CONCLUSIVAS SOBRE O ESPIRITISMO
83
            Creio que esse estudo ganhou certa extensão, quando na realidade não era essa a intenção, todavia tenho que me estender mais um pouco para poder concluir. E nesse concluir buscarei trabalhar a efetiva prática do Espiritismo no seu sentido mais elementar, buscando mostrar que na maioria dos casos, nós somos enganados exatamente a partir de conceitos populares e/ou culturais; os quais, nós, os estudiosos de plantão temos tratado de forma relativa e não percebendo pela nossa falta de conhecimento , o perigo desses ensinamentos que colidem com o que a Bíblia ensina.

84
            Nós evangélicos, principalmente pastores falamos muito do chamado culto familiar, e essencialmente o vemos com uma cara operacional de rigidez ritualista não estou falando contra o culto familiar. Se você está lembrando, no início, quando falei sobre o sincretismo do povo romano, abordei a crença deles nos espíritos familiares: ditos espíritos dos entes queridos mortos, que para eles eram denominados de numes ou nominas, que nas casas ou moradias eram chamados de lares ou exatamente os espíritos familiares, de onde deriva a palavra lar. O culto a esses ditos espíritos era realizado em volta de uma mesa e a beira da lareira... Contemporaneamente os espíritas praticam O Evangelho no lar, que é mais ou menos o culto dos romanos aos espíritos lares, de igual modo parecido com o nosso culto familiar. Quando digo parecido é porque parece mesmo: lê-se a Bíblia, o Evangelho segundo o Espiritismo e textos psicografados de Chico Xavier, se faz considerações sobre a doutrina espírita e orações a Deus circunscritas a esse entendimento doutrinário.

85
            Quando falo do perigo de certos ensinamentos, tenho em mente todo o arcabouço dos rituais    também tenha a certeza de que em momento algum me esqueço dos grupos ditos evangélicos que usam o nome de Jesus para ganhar dinheiro , entretanto, no momento quero me deter no que diz respeito ao Espiritismo... Quanto à prática do espiritismo, de alguma forma, isso já é conhecida da maioria das pessoas, pois a temos presente no cinema, no teatro e na televisão. Isso de certa forma contribuiu para o senso comum de que existem espíritos familiares, sendo essa crença a regra básica do Espiritismo, todavia falando-se especificamente do Espiritismo, há no posicionamento deles algo interessante para nós evangélicos, porquanto embora eles creiam e pratiquem o invocar espíritos de mortos; de maneira carinhosa rejeitam as ditas entidades da Quimbanda,Umbanda, Candomblé, Bruxaria e Magia Negra; e de outro modo, mas na mesma direção, para quem estuda a Bíblia, ela mostra que não seria possível a existência da dita pomba gira, pois todos sabem que não existe demônio (anjo caído) mulher... Quanto à crítica que faço a diversas religiões. Note que as faço de maneira respeitosa dentro de parâmetros do Direito de Liberdade de Expressão em emitir opinião sem anonimato, coisa essa perfeitamente salutar ao convívio democrático de um País de cidadãos livres.
     
86
            Como já ponderei de maneira veemente desde o início, não existe nenhuma possibilidade da vinda do espírito de quem quer que seja que já tenha morrido, entretanto Satanás e seus anjos podem e têm se apresentado em centros de quimbanda, umbanda, candomblé e espíritas e das mais variadas formas que possam ser receptivos aos ligados a esses credos... Aproveito para informar que até ressalvando e levando em conta o uso por parte de Sócrates da palavra grega daimonion em Homero daimon ─, segundo ele uma espécie de espírito que o protegia em decisões a tomar: vide Fedro, Apologia de Sócrates e O Banquete, de Platão; palavra essa: depois registrada na Bíblia, daimonion (grego, δαιμόνιον) e traduzida para o português como demônio. Teve por parte de Sócrates a identificação com espíritos, que ele entendia como uma espécie de ente protetor entendimento esse, possivelmente advindo de Anaxágoras no seu noús (grego, νούς)  ; quando diz em Fedon de Platão Anaxágoras (499-428 a C.), em quem se aventou a idéia do noús, a razão (grego. νούς), uma espécie de espírito controlador, que corresponderia ao elemento “éter” em  Aristóteles    ou mais bem próximo do Deus providência de Voltaire. Que Sócrates no seu diálogo com Símias e Cebes em Fédon de Platão, Apud, obra de Anaxágoras, diz o seguinte:  Ora, eis que um dia ouvi a leitura de um livro que era, segundo se dizia, de Anaxágoras, e onde se dizia o seguinte: “É o espírito que, de modo definitivo, tudo pôs em ordem; é ele a causa de todas as coisas” (sendo exatamente isso que ensina a Bíblia). Tal causa constituiu uma alegria para mim; parecia-me que, em certo sentido, havia vantagem em fazer do espírito uma causa universal: se é assim, eu pensava, esse espírito ordenador, que realiza justamente a ordem universal, deve também dispor da melhor maneira que puder cada coisa em particular; (...). E estas minhas esperanças eu não as teria trocado por nenhum ouro desse mundo! Com que avidez eu me apoderei daquele livro! Eu o lia o mais depressa possível, a fim de estar logo a par do melhor e do pior. E eis que, ao contrário do que esperava, foi-se a maravilhosa esperança! Distanciei-me logo enormemente. Então, avançando na leitura, descubro um homem que nada faz do Espírito, que não lhe atribui nenhum papel nas causas particulares da ordem das coisas, alegando, ao contrário, a esse propósito, ações do ar, do éter, da água e dando numerosas outras explicações desconcertantes.

87
            Tendo eu, de alguma forma, aceitado a idéia do espírito controlador de Anaxágoras, como Sócrates, que não defendia a existência o átomo, como Epicuro (341-270 a. C.); divergiu de Anaxágoras; porque entendeu como contradição dele, aceitar esse espírito controlador e a concomitante idéia dos elementos, que foi posteriormente sistematizada em Aristóteles como sendo quatro, que pela sua importância como filósofo, fez com que a humanidade estacionasse nesse conceito por mais de dois mil anos em detrimento do átomo. Todavia quanto à reencarnação a vinculou à alma (psique), mas no texto bíblico os únicos poderes sobrenaturais que não seja o Espírito Santo do Senhor que agem junto aos humanos, são os anjos fiéis a Deus (anjos) e os infiéis (chamados na Bíblia de demônios).

88
             Nesse final de estudo sobre o espiritismo, no qual, quando falando da alma, o fiz de forma veemente, e ao concluir sobre a alma pedi desculpas às pessoas sérias que professam essa religião, pela veemência necessária como tratei o assunto, e em contrapartida falei do grande mal-estar que tenho para com os que defendem a chamada Doutrina da Prosperidade...

89
            Quero agora, ao final, numa espécie de digressão histórica, mostrar mais uma vez    dessa vez comparando-a com o Espiritismo e o Epicurismo  , o quanto é perniciosa e nada cristã essa doutrina (a da Prosperidade). Porque quando comparamos a doutrina da reencarnação nos pressupostos de Sócrates em Fédon de Platão o espiritismo segue os mesmos pressupostos , vemos que embora a reencarnação diga que você enquanto indivíduo, não se perpetuará e sim a sua  alma, que deixará de ser sua para reencarnar em outra pessoa; isso não tem feito que a maioria dos que defendem essa doutrina e entendimento, sejam na sua maioria avarentos, depravados, incessíveis e apegados a esse mundo. Coisa que seria perfeitamente compreensível do ponto de vista da maldade humana, considerando que o futuro pós-morte dessa pessoa não seria o seu e sim o da sua alma. Entretanto foi o pai ou sistematizador da reencarnação, Sócrates, que no dia em que foi condenado, exatamente por ser contra a busca dos prazeres, poder e riquezas, disse no final da sua defesa. Na qual censura os que o julgaram e condenaram, dizendo, inclusive, que com isso, eles não tinham conseguido prejudicá-lo; e os convidou, de maneira provocativa e irônica; a que fizessem com seus filhos (que ainda continuariam entre eles)  o mesmo que ele fizera, quanto aos seus ensinamentos contra o amor às riquezas e demais coisas fúteis, quando ao ser contra tais coisas eles o acusaram e condenaram à morte; pois, se era ruim o que ele ensinara; para vingar-se dele, fizessem o mesmo com seus filhos; disse, conforme consta da obra A Apologia de Sócrates  de Platão, na parte primeira, seção XXX   Não foi com esse pensamento, entretanto, que eles me acusaram e me condenaram, pois acreditavam causar-me mal. Por isso é justo que sejam censurados. No entanto tudo que lhes peço é o seguinte: Quando os meus filhinhos ficarem adultos, puni-os, ó cidadãos, atormentai-os do mesmo modo que eu vos atormentei, quando vos parecer que eles cuidam mais das riquezas ou de outras coisas que da virtude. E, se considerarem que são alguma coisa e não são nada, reprovai-os, como eu a vos; não vos preocupeis com aquilo que não lhes é devido. E, se fizerdes isso, terei de vós o que é justo, eu e meus filhos. Mas, já é hora de irmos: eu para a morte, e vós para viverdes. Mas, quem vai para a melhor sorte, isso é segredo, exceto para Deus. Na mesma direção, vemos nos ensinos de Epicuro, o pai do Epicurismo que defende que não há reencarnação nem ressurreição, porquanto no entendimento dele, morreu, acabou tudo  , vêem-se as mesmas ponderações contra futilidades, amor às riquezas e coisas menores desse mundo; e para não me estender muito fiquemos somente com dois dos seus sérios aforismos Alguns dos desejos são naturais e necessários; outros são naturais e não necessários; outros nem naturais nem necessários, mas nascidos apenas de uma vã opinião. O segundo, quando ensinando a seu discípulo Se queres enriquecer Pítocles, não se lhe acrescentes riquezas: diminui-lhe os desejos...

90
             Esses conceitos e maneira de proceder; que vimos em pessoas que não acreditam em ressurreição, para nós os evangélicos, deveria ser de maneira geral exatamente o nosso, entretanto é lamentável e triste, que o Senhor Jesus tenha morrido e ressuscitado, para que também ressuscitássemos para herdar a vida eterna; estranhamente a maioria dos que dizem professar o seu nome, está, diferente e obstinadamente buscando riquezas e amando cada vez mais a esse mundo. Por esse motivo, tenho sido repetitivo na crítica a esse procedimento em vários subtítulos desse Trabalho (Estudo) e outros Blogs, justamente por entender que isso é de suma importância e uma lamentável contradição da maioria daqueles que dizem que amam e seguem a Jesus.                              

O INVOCAR MORTOS E O TEXTO SAGRADO
91
            O desconhecimento do texto sagrado e da sua correta interpretação tem levado várias pessoas a cometerem erros sérios quanto ao que ele ensina... Esse estudo parece que veio a calhar, pois precisava ajudar a um irmão da nossa igreja quanto ao estudar a Bíblia com mais profundidade... Para que você tenha a idéia de como precisava de algo assim; esse irmão, como muitos, têm idéias muito superficiais sobre a Bíblia e seus ensinamentos, e quando conversávamos; num dado momento ele me perguntou se Moisés havia morrido; e tendo eu dito que não, esse irmão lançou sobre mim uma serie de imprecações e depois de eu também ter afirmado que havia um modo de explicar o episódio da consulta de Saul à necromante de Em-Dor   que tem implicações com a dita morte de Moisés, como mostrei ─; a palavra mais amena desse irmão para comigo foi a de me chamar de “Achólogo”, porque segundo ele Moisés morrera e o espírito de Samuel veio até a necromante e Saul; todavia não me importei com isso, porquanto, o próprio Jesus foi rejeitado e expulso de Nazaré e é muito comum pessoas de pouco conhecimento sobre isso ou aquilo, emitirem opinião radical inconseqüente... Eu disse àquele irmão que havia uma maneira correta de explicar essa consulta na busca de falar com Samuel que já havia morrido, então tenho que fazê-lo!

92
            Como demonstrei na transcrição do estudo sobre a morte de Moisés, há coisas que foram determinadas por Deus, que depois o próprio Deus as modificou; todavia quando Deus proíbe uma determinada coisa e não a modifica e pelo contrário a reitera, isso quer dizer que essa proibição tem que ser levada a sério mesmo. Apenas para lembrar que Deus muda a favor do homem, temos em Ezequiel 18. 2-4   Que queres vós dizer, citando na terra de Israel este provérbio: Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotaram?  Vivo eu, diz o Senhor Deus, não se vos permite mais usar deste provérbio em Israel. Eis que todas as almas são minhas; como a alma do pai, assim também a alma do filho é minha: a alma que pecar essa morrerá. Esse provérbio citado aqui, esta a partir da parte c do segundo mandamento (Êxodo 20. 5 e Deuteronômio 5. 9), na qual Deus dissera que vingava a iniqüidade dos pais nos filhos; que em Jeremias 31. 29-30 e nesse texto transcrito acima Ele disse posteriormente que o estava modificando.

93
            O não invocar a mortos foi desde o princípio uma séria proibição de Deus; e o próprio Saul já havia mandado matar os necromantes e adivinhos (I Samuel 28. 9), no entanto ele foi justamente  a uma dessas pessoas que consultava a mortos, e pediu que ela lhe trouxesse a Samuel ou que chamasse seu espírito... Para melhor explicar essa questão começo primeiramente pela rejeição de Saul por Samuel e pela autoria dos livros de Samuel. Se começarmos a ler os livros de Isaías, Jeremias, Ezequiel, Joel, Amós, Obadias, Naum, Habacuque, Ageu, Zacarias e Malaquias, claramente saberemos que os autores desses livros foram os próprios profetas. No caso dos livros de Samuel, ao lermos o livro já de início identificamos não ser o profeta Samuel o seu autor, e se alguma dúvida pudesse haver sobre isso ela terminaria no capitulo 25 do primeiro livro, que fala da morte dele... A primeira consideração que quero fazer foi a obvia falta de autoridade sacerdotal acontecida após a morte de Samuel. Enquanto Samuel ainda estava vivo, ele era profeta e juiz em Israel, com autoridade reconhecida e acatada pelo rei ou qualquer outro poder da nação. Tanto que ele deu ordem a mando de Deus a Saul para que destruísse totalmente os amalequitas, aquele povo que se opôs a Israel após a sua saída do Egito, conforme Êxodo 17. 8-16 e Deuteronômio 25. 17-19, e não tomasse nada deles como despojo, porém Saul poupou o rei Agague e tomou o melhor dos despojos. Por esse motivo ouviu de Samuel:    Samuel porém disse a Saul: Não voltarei contigo; porquanto rejeitaste a palavra do Senhor, e o Senhor te rejeitou a ti, para que não sejas rei sobre Israel (I Samuel 15. 26). 

94
            A partir desse acontecimento, Saul foi abandonado por Samuel, que depois de algum tempo morreu, e também Deus não respondeu a Saul através de sonhos nem por Urim (sortes) nem por profetas. Essa situação emocional de Saul, num momento grave em que os filisteus lhe vieram fazer guerra com um grande exército o levou a apelar para uma necromante, que ele sabia ser coisa abominável diante de Deus (leia todo o capítulo 28 de I Samuel)... Eu disse anteriormente que essa consulta de Saul àquela necromante é perfeitamente explicável.

95
            A primeira consideração a fazer nessa direção é que o acontecido naquela consulta foi exatamente o que continuou acontecendo e acontece hoje em todas as invocações de espíritos de mortos, seja na visão espírita dos espíritos familiares ou na das chamadas entidades da Umbanda, Quimbanda e Candomblé; pois se o pressuposto do entendimento dos praticantes dessa abominação (segundo a Bíblia) é o de que no caso dos espíritas, os espíritos de mortos; e para as outras ditas religiões espiritualistas, a das chamadas entidades... Uma coisa muito perigosa está posta para esses, que é o não poder provar quem exatamente vem, fala, promove até manifestações e conseqüências sobrenaturais  que inclusive a Parapsicologia mostra evidências de forma empírica... Eu respondo a essa questão de maneira tranqüila, porque a Bíblia se preocupou desde o início a dar resposta para isso, pois qualquer manifestação sobrenatural que pode ser medida cientificamente  e até ser usado para fins políticos e de segurança, como já foi usado em alguns países, veio, vem, ou virá: por meio da ação do Espírito Santo de Deus, que não deve ser confundida de maneira alguma com nada dessas coisas demoníacas, e essa ponderação está colocada aqui por ser a única manifestação Espiritual possível, porquanto, espíritos de mortos não voltam e nem se comunicam com os humanos. As outras duas manifestações sobrenaturais sancionadas pelo texto sagrado são as de anjos, que quando acontecem por parte dos anjos fiéis a Deus; eles se manifestam de forma física. Já a manifestação dos anjos infiéis as  manifestações descritas anteriormente  ; é a que acontece no invocar espíritos de mortos e ditas entidades que sempre acontece a partir do engano, nas quais eles se apresentam por meio dos chamados médiuns exatamente se apresentando como sendo aquela pessoa ou entidade com quem se quer falar.

96
            Voltando objetivamente ao texto que narra a consulta espírita feita pelo rei Saul. Gostaria de chamar a atenção do irmão que me chamou de achólogo e de outros que querem entender a Bíblia sem o devido estudo profundo de todo o seu conteúdo e as demais nuances da fermenta hermenêutica, quando digo que isso ou aquilo é assim; entenda primeiramente, ter eu seguido os pressupostos aqui enumerados;  coisa essa, sem falsa modéstia é o que compõe basicamente todos os meus Estudos postados na Internet, que aí estão para serem estudados, avaliados e contestados, da maneira mais radical que se entenda necessária, entretanto com respeito e pleno fundamento, como dignamente faço. No parágrafo acima eu disse que a consulta do rei Saul a necromante foi exatamente como e da mesma forma como é feita hoje em qualquer centro espírita... A você meu irmão que torce o nariz para aquilo além da sua capacidade de entendimento, e outros entendem ser tudo o que está escrito na Bíblia aquilo sancionado por Deus ou que deva ser seguido literalmente; entenda decididamente que a coisa não é assim, como por exemplo, o que está registrado em Mateus 27. 5  E tendo ele atirado para dentro do santuário as moedas de prata, retirou-se, e foi enforcar-se (vá e faça o mesmo seria a forma estúpida de entender o texto). Esse versículo é muito usado por pastores para exemplificar a necessidade do profundo estudo do texto sagrado. Seguindo o raciocínio do início desse parágrafo, procure lembrar o que você já viu sobre isso, seja num centro espírita, no teatro, no cinema ou numa novela na televisão, e me responda se não é exatamente assim? Alguém que está na mesa ou em pé no caso das outras crenças espíritas, e num dado momento começa a falar com o timbre e entonação ou exatamente copia da voz da pessoa que se pretende ouvir ou daquela entidade que foi chamada... Voltemos ao texto de I Samuel 28, que reitero, leia todo capítulo; do qual vou trabalhar dois versículos para mostrar como aquele procedimento é o mesmo de hoje e conseqüentemente aquele que vem e fala é um anjo rebelde... Em I Samuel 28. 11    A mulher então lhe perguntou: Quem farei subir? Respondeu ele: Faze-me subir Samuel. É exatamente assim que sempre aconteceu e acontece em toda consulta a mortos; a pessoa diz a quem quer ouvir, e o Diabo e seus anjos providenciam imediatamente o satisfazer esse desejo através de pessoas que de maneira sincera se deixam usar como médiuns. Ainda, em I Samuel 28. 14    Perguntou-lhe ele: Como é a sua figura? E disse ela: Vem subindo um ancião, e está envolto numa capa. Entendendo Saul que era Samuel, inclinou-se com o rosto em terra, e lhe fez reverência.

97
            Tendo você já lido o capitulo 28 de I Samuel ou se está lendo agora e entendeu ou está entendendo que Saul viu a Samuel; leia o texto várias vezes; primeiro esquecendo-se de tudo que achava que entendia e preste a atenção às duas frases  sublinhadas acima, e procure entender como alguém pode perguntar as características da pessoa que conhece se a está vendo, ou ainda, tendo a necromante dito que era um ancião com uma capa, ele entende que corresponderia a Samuel... As frases sublinhadas acima e o já explicado definem de maneira clara que Saul não estava vendo absolutamente nada; e quanto a isso não há nenhuma novidade, pois é exatamente assim que acontece em qualquer desses lugares você diz com quem quer falar ou ouvir, e alguém com entonação e voz parecida da pessoa da pessoa morta fala... No caso das ditas entidades; com aqueles trejeitos, bebendo, fumando charuto ou cachimbo, e com voz rouca e amedrontadora... Vou aproveitar para trabalhar aqui mais um pouco de hermenêutica...

98
            Quem estuda a Bíblia com seriedade conhece toda a história de Saul e como se analisa cada personagem, suas funções: sejam administrativas, militares de mando e as subalternas. Sabe também que o rei Saul era pessoa de comportamento violento, de péssimo sentimento de justiça e muito afeito à arbitrariedade e o descumprimento de regras. No caso de agir de forma  arbitrária, tivemos na injusta matança dos sacerdotes de Nobe  (I Samuel 22. 6-23), a evidência de como Saul era arbitrário e não admitia ser contrariado... Isso pode explicar e fazer ser entendido o porquê não houve nenhuma contestação objetiva quanto ao ato abominável de Saul em consultar uma necromante, todavia, como estive mostrando nas duas frases do relato daquela consulta (I Samuel 28. 14), o escriba que narrou o evento certamente gostaria de contestar veementemente, pois era ligado aos sacerdotes e profetas, buscou, de alguma forma, mostrar que o relato de Saul a ele, para que fosse escrito; deveria mostrar claramente o que aconteceu e acontece nesse tipo de consulta, na qual é o necromante ou médium dizer o que está vendo e reproduzir o que estaria dizendo o morto consultado, conforme I Samuel 28. 14c, quando registrou   Entendendo Saul que era Samuel, ou seja, a mulher falou sobre o que teria visto e Saul, como diz o texto, entendeu que era Samuel... A fala da necromante a Saul, como se fora de Samuel, foi mais ou menos a mesma que Samuel havia dito a Saul, quando da volta da guerra contra ao amalequitas, conforme I Samuel 15. 10-31, no que se conclui que possivelmente Saul nem precisaria relatar ao escriba exatamente o que ouviu da necromante ou até nem prestou atenção ao que ela dizia, quando notou que era mais ou menos a mesma ponderação severa que Samuel lhe havia feito antes da sua morte, coisa que já era do conhecimento dos escribas e inclusive já estava registrado nos anais de Israel.

99
            O que estou dizendo aqui não é fruto de especulação e sim exatamente a maneira inteligente e correta de se analisar um determinado texto, para que se tenha uma idéia real do que se pretendeu informar ao se produzir àquela informação.

100
            Preocupo-me com posicionamentos como o desse irmão, de outros e até de teólogos que ao invés de se aplicarem ao estudo sério da Bíblia se fanatizam com conclusões não bem fundamentadas e aleatoriamente se escudam no que chamam Deus ser soberano e ficam dizendo isso para tudo que não entendem: Deus é soberano, Deus é soberano, Deus é soberano... Claro que Deus foi, é e será eternamente soberano! Só que uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa; e a soberania de Deus principalmente se manifesta nas suas proibições, que são exatamente o dizer não cometa esse pecado, para que, objetivamente estou chamando a atenção para o pecado de invocar espíritos de mortos. Essa advertência com relação a esse consultar a mortos, também é válida para a consulta feita por evangélicos a ditos profetas, que podem ser falsos profetas, por meio dos quais, Deus não fala, e se alguma coisa falsa é dita; será fruto da pretensa e carnal habilidade dessa pessoa ou o pior, o estar esse falso profeta sendo usado por Satanás. Sabemos que nenhum feiticeiro, adivinho, cambono, exorcista, líder mediúnico, médium, ou seja, quem for, pôde ou poderá trazer de volta o espírito de quem já morreu, no que, tão-somente essa pessoa, por engano ou conveniência, poderá fingir ou efetivamente falar através de uma ação demoníaca, e não por nenhum espírito de alguém que já morreu e possa voltar.

101
            Já estando concluso esse Estudo, espero que todos tenham entendido a maneira ampla como o substantivo espírito é usado e a sua devida interpretação dentro do contexto da fonte escrita na qual ele aparece, e da efetiva intenção de quem escreveu, seja numa frase ou num extenso parágrafo. Para exercitar isso, lhes sugiro principalmente os escritos de João e de Tiago e de um modo especial o texto de I João 4. 1-5 e vocês verão o quanto é interessante e imperioso estudar sobre esse importante substantivo, o espírito... E aos Espíritas pelos quais tenho grande respeito , decididamente entendam que a veemência de minhas contestações aqui reproduzidas é tão-somente, e exatamente de sincera retórica teológica argumentativa, e sem, absolutamente, intenção de ofensa.
  
102
            Em atenção a esta necessidade; postarei num futuro próximo, um novo Blog específico sobre o Espírito Santo do Senhor, cujo título será O Fracionamento do Espírito Santo e de alguma forma, será uma ampla repaginada (reiteração) de vários pontos já comentados aqui, em uma abordagem teológica bem mais aprofundada, entretanto, a mais didática possível.  

ENDEREÇOS DOS BLOGS

A DOUTRINA DA TRINDADE É HERESIA II E O MANDATO DE JESUS

CARTA ÀS INSTITUIÇÕES E AUTORIDADES
O QUE É O PLC 122 OU A DITA LEI HOMOFÓBICA?  www.verdaderespeitoejustica.blogspot.com                        
O QUE É O PLC 122 OU A DITA LEI HOMOFÓBICA?  (sinopse do anterior)     www.sinteserespeitoejustica.blogspot.com
O QUE É O PLANO NACIONAL LGBT?               www.direitoshumanosrespeitoejustica.blogspot.com

O DITO CASAMENTO GAY, A ADOÇÃO E O ENSINO HOMOSSEXUAL NAS ESCOLAS
CARTA ABERTA AO EXCELENTÍSSIMO SENADOR PAULO PAIM SOBRE O PLC 122
                                        www.cartasenador.blospot.com
NÃO EXISTE, ABSOLUTAMENTE, ORIGEM GENÉTICA DO                HOMOSSEXUALISMO
ESTATUTO DA HOMOSSEXUALIDADE OU ESBOÇO DE                 SUGESTÃO À FEITURA DE LEI SOBRE O ASSUNTO
A DOUTRINA DAS IDÉIAS E/OU A IDÉIA QUE SE TEM DAS PALAVRAS ─ MEU OITAVO SOBRE HOMOSSEXUALIDADE
A LEI SECA E SUAS CONTROVÉRSIAS DITAS LEGAIS, E PAI OU MÃE SÃO LEGALMENTE SOMENTE UM         www.leialcoolemiaseca.blogspot.com

DEMAIS BLOGS

SEXO ANAL NO CASAMENTO É PECADO?
EXISTE  MALDIÇÃO  HEREDITÁRIA?  (inclui um estudo sobre crimes dolosos contra a vida)     www.maldicaosatanasepessoas.blogspot.com
REAL  EVOLUÇÃO  DA  FEITURA  DA  OBRA  DOM  CASMURRO    www.verdadedomcasmurro.blogspot.com
SÓCRATES VERSUS PLATÃO VERSUS MACHADO VERSUS O AMOR www.socratesplataomachado.blogspot.com   Sobre o amor Eros (lesbianismo, pederastia e o heterossexual) nas obras Fedro e O Banquete de Platão, e Machado de Assis, a obra Dom Casmurro, que é também sobre o amor (heterossexual); Estudo este, com intrínseca relação com o PLC 122 no que tange ao amor Eros.
DOUTRINA DA ILUMINAÇÃO DIVINA E PREDESTINAÇÃO ABSOLUTA VERSUS LIVRE-ARBÍTRIO     www.iluminacaodivinaepredestinacao.blogspot.ccm
IGREJA  MIL  MEMBROS  OU  O  EVANGELHO  HORIZONTAL  (+ sete fragmentos: sinopse sobre Escatologia)   www.igrejamilmembros.blogspot.com
A  ORAÇÃO  DE  JABEZ  E  A  ORAÇÃO  DE  SALOMÃO    www.oracaodesalomao.blogspot.com
CÂNTICOS DE LOUVOR E ADORAÇÃO A DEUS                                                          www.canticosdelouvoreadoracao.blogspot.com
O QUE É BOM SABER SOBRE IGREJAS EM CÉLULAS                                                       www.igrejasemcelulas.blogspot.com
O  SOFRIMENTO DE  JESUS  NA CRUZ           www.osofrimentodejesusnacruz.blogspot.com
O DÍZIMO, A BÍBLIA  E  A  ERA  DA GRAÇA  www.odizimoabibliaegraca.blogspot.com
O DÍZIMO II OU QUERO A BENÇÃO E FICAR RICO
SE POSSÍVEL ENGANARIA ATÉ OS ESCOLHIDOS                                                www.riquezasatodocusto.blogspot.com
A NECESSÁRIA TEOLOGIA CRISTOCÊNTRICA DAS CITAÇÕES E EVENTOS DO ANTIGO TESTAMENTO E DO EVANGELHO     www.esdraseneemias.blogspot.com
CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O ESPIRITISMO NA VERTENTE SEGUNDO ALLAN KARDEC
A DOUTRINA DA TRINDADE É HERESIA - - - THE DOCTRINE OF THE TRINITY IS HERESY

FINAL
             Quanto ao conteúdo do Blog anterior, deste e dos futuros; no caso do uso de parte das informações dos mesmos; peço-lhe, usando a mesma força de expressão usada nos Blogs anteriores: Desesperadamente me dê o devido crédito de tudo o que for usado não tão-somente em função do direito autoral, mas, para que, por meio da sua citação, o anterior, este, e os futuros sejam divulgados por seu intermédio de maneira justa e de acordo com a lei. 

                    Jorge Vidal  Escritor autodidata        

                                                    Email  egrojladiv@yahoo.com.br 

Nenhum comentário: