CONSIDERAÇÕES GERAIS
SOBRE O ESPIRITISMO NA VERTENTE SEGUNDO ALLAN KARDEC
AGRADECIMENTO
a
Aproveito para agradecer de todo meu coração à forma
receptiva e carinhosa como os meus atuais, agora dezessete Blogs de estudos
contando com este, estão sendo visitados por milhares de pessoas no Brasil, e
em mais trinta (30) países ─ alguns
dos Temas, mais visitados no exterior do que no Brasil ─;
e agora este, para o qual peço a mesma atenção.
Isto enseja o meu muito obrigado, e ouso ainda lhes pedir mais, que
divulguem esses meus estudos sobre Temas (assuntos) específicos, porquanto,
como pode ser constatado nos mesmos, eles foram e são produzidos com a máxima
seriedade na direção de ser útil a todos nós seres humanos... Também lhes
informo que estou aberto às contestações sérias que visem ajudar esse
intercâmbio de idéias e conseqüentemente a todos nós como indivíduos... Também
informo que este Tema ganha presentemente a sua prioridade em função de
solicitação de amigos... Para acessar os demais, dos atuais dezessete Blogs,
clique no link perfil geral do autor (abaixo da minha foto) e a lista aparecerá,
bastando clicar no título de cada um para acessá-lo.
b
Esse
é o meu décimo oitavo Blog, de uma série de muitos outros sobre vários assuntos
que pretendo postar. Embora tenha dito no décimo sexto que o seguinte a ser
postado (o décimo sétimo), cujo Tema ainda não teria definido; se sobre a
TRINDADE ─ entendida e estudada no
decorrer da história como tri-unidade ─,
o ESPIRITISMO ou que poderia até se fazer necessário abordar outro Tema antes
desses, de fato, mais uma vez adiei estes assuntos em função do novo Tema, que
foi décimo sétimo Blog, endereço www.paradocola.blogspot.com , e não o Tema Espiritismo... Agora, neste Blog, o
assunto espiritismo está sendo estudado. Ficando tão-somente como promessa
futura o Tema DOUTRINA DA TRINDADE; que no seu tempo ótimo será pastado na
Rede.
c
Ainda, vale à pena informar de forma
antecipada aos estudiosos de filosofia que possivelmente discordarão da
leitura que faço das obras de Platão nos comentários feitos neste trabalho , que antes de estribarem-se naquilo que têm
aprendido sobre elas no decorrer da história quanto a autoria atribuída a Platão, por exemplo: da
“Alegoria (não mito) da Caverna”, e outras coisas atribuídas a ele; que leiam
antes, depois ou concomitantemente o meu primeiro Blog SÓCRATES VERSUS PLATÃO VERSUS MACHADO (clicar link do perfil do autor e depois o nome do
Blog na lista que aparecerá), no qual identifico o genialíssimo Platão como
MODERADOR CONTEMPLATIVO aquele que não emite opinião, nem modera de forma incisiva os debates dos
fóruns que criou nas suas obras sobre vários assuntos e os legou a nós, toda
humanidade.
PREÂMBULO
1
Falar, estudar e debater sobre o Espiritismo demanda invariavelmente
(pelo menos) fazer um estudo e discussão bíblico-teológica, porquanto a partir
de Hoppolyte Léon Denizard Rivail (Allan
Kardec 1804-1869) tem-se o seu chamado Evangelho
segundo o Espiritismo (1864), que diz
ter fundamento e base bíblica; daí eu ter que trabalhar esse assunto
também dentro da visão do que a Bíblia realmente ensina ou de fato submetê-lo
ao crivo do texto sagrado, com toda a seriedade necessária... No qual, não
farei contraposição a essa mesma crença, que está presente em outras religiões
ou vertentes filosóficas-religiosas, que não professam o cristianismo (ou não
têm a sua base de fundamentação na Bíblia), porque se assim fosse, esse pequeno
estudo ficaria muito dispersivo e improdutivo, até porque a confissão cristã
evangélica, por si, já refuta essas outras crenças. Daí, não me cobre essas
específicas confrontações; porque, sendo esse pequeno Estudo sobre o Espiritismo, é na realidade no seu
desenvolver o Estudo de ressurreição versus
reencarnação. O aqui explicado é a exata contraposição à reencarnação
em qualquer outra cultura, crença ou religião filosófica.
2
Segundo os espíritas pós Kardec a
importante vertente espírita quanto à reencarnação viria de Platão (427-347
a.C.), que na realidade seria de Sócrates (470-399 a.C.) em Platão, entretanto, foi também presente no filósofo grego
Pitágoras (582 - 497 a.C.) o do teorema do triângulo retângulo, da
matemática e da metafísica; essa vertente dita espírita ou espiritualista. De
igual modo, esse tipo de entendimento ─ pelo menos, no que diz respeito ao invocar a
mortos ─ não que eles realmente
venham, mas, era forte e já existia desde a antiguidade em muitas culturas; com
aparece nos registros do texto sagrado desde as leis que proibiam esse tipo de
coisa, conforme Deuteronômio 18. 10-12 ─ (...)
nem encantador, nem quem consulte um espírito adivinhador, nem mágico, nem
consulte os mortos; pois todo aquele que faz essas coisas é abominável ao
Senhor, e é por causa destas abominações que o Senhor teu Deus os lança
fora de diante de ti. Também Levítico 19. 31 e 20. 27 (15 séculos a.C.) e
Isaías 8. 19 ─ Quando vos disserem: Consultai os
que têm espíritos familiares e os feiticeiros, que chilreiam e murmuram, respondei: Acaso não consultará
um povo ao seu Deus? Acaso a favor dos vivos se consultará aos mortos?
(sete séculos a.C.). Especificamente
sobre “espíritos familiares” voltarei a falar no decorrer do Estudo.
3
Uma questão que já a priori quero ressaltar como mais que
importante é o fato, de que sendo ou se apresentando o Espiritismo como uma Idéia ou doutrina espiritualista com o
pressuposto de ser essencialmente cientifica; peca por ter de igual modo toda a
sua base de fundamentação praticamente a partir de revelações de “ditos
espíritos” que explicarei mais à frente a afirmação, ditos espíritos que
não é ofensiva, como será visto no decorrer do Estudo; quando revelações de espíritos, diferentemente seria
exatamente um contraponto ao empirismo cientifico; até porque essas ditas
revelações vieram se harmonizando no decorrer da história, e mais ou menos se
ajustando paulatinamente ao senso-comum desse pensar ─ todavia, revelações espirituais são objetivamente matéria de fé e
não científica... O interessante quanto a isso é que a Bíblia não pretende ou
pretendeu ser científica; entretanto, se produziu por inspiração de Deus a
homens de diferentes níveis de instrução; paulatinamente em épocas diferentes, e
se fechou nos ensinamentos do Senhor Jesus e de seus apóstolos, estando
totalmente completado o suficiente ensino dessas questões, sem demandar
constantes adaptações revelatórias
posteriores, ainda que pretensamente de ditos espíritos de luz;
porém, aquilo que é entendido como metafísico o é também cientifico, racional e
empírico se avaliado pela verdadeira ótica cristã ─ com parâmetro último, os ensino de Jesus e o dos apóstolos ─ sem revelações posteriores, quer de
espíritas, evangélicos e qualquer ramo cristão que o pretenda.
4
A outra questão sobre o Espiritismo que também é importante que
estudemos, está justamente na negação da ressurreição, que se constitui na
doutrina básica e fundamental da fé
cristã; para a qual o Espiritismo
interpõe a Idéia da chamada reencarnação, defendendo-a como doutrina bíblica e
apoiada em Platão ─ o correto seria Sócrates, que a enuncia nos registros de Platão
na sua obra Fédon ─, quando busca fazer isso “usando
vários textos da Bíblia”, como veremos a seguir.
5
Os estudos espíritas no pressuposto
de serem a partir do Evangelho, citam enfaticamente o dito por Jesus ao fariseu
Nicodemos, conforme João 3. 7b ─
(...): Necessário vos é nascer de novo, quando na realidade Jesus usa isso para
explicar de forma alegórica a transformação que tem que haver em todo aquele
que o aceita como Salvador; quando Ele posteriormente mostrou isso por meio de
uma espécie de dinâmica de grupo, na qual tomou as crianças e as colocou entre
Ele e ou seus discípulos, conforme Mateus 19. 13-15, Marcos 10. 13-16 e Lucas
18. 15-17, ensinando-lhes e a nós, que devemos ter procedimentos como os das
crianças, como se tivéssemos nascido de novo para herdarmos a vida eterna.
6
O Espiritismo quando da sua doutrina básica, inicialmente permeia
parte da visão filosófica de Epicuro quanto ao não crer e aceitar a
ressurreição, mas ao mesmo tempo esse entendimento dito espírita se mostra por
demais aleatório e sem consistência ─
embora se apresente como lógico e cientifico, o empírico, aquilo que se prova. Entretanto, Epicuro quando nega a
ressurreição é coerente, pois diz que devemos buscar a plena felicidade e tudo
de bom nessa vida porque morrendo acabou tudo. Já o Espiritismo cria uma forma ilógica, até irracional; de que eu que
posso ser umas das mais maravilhosas pessoas ou o pior dos seres humanos. Na
realidade eu não sou eu e sim José, que foi Antônio, que fora Francisco, que
fo..., faltou pretérito, mas é exatamente assim caminhar na direção do
passado e também do futuro ou: eu sou o que será Paulo, Pedro, João, sendo
perfeitamente repetitivo, é assim que caminha e caminhará rumo ao futuro essa
doutrina. Só que surge aquela constante e objetiva afirmação do meu amigo e
pastor, Rogério Luís Leitão, a famosa pergunta que não quer calar: Quem
é de fato o responsável pelos atos de todos esses indivíduos?.. Não diga que é
o espírito número tal ─ número sim, porque se ele fora um dos
já denominados, isso invalidaria a cadeia de reencarnações, porque Epicuro irá
rir de você; e eu além de lhe cobrar coerência bíblica, pelo seu “Evangelho segundo o Espiritismo”,
colocaria também no seu encalço todos os Renascentistas,
os Antropocentrista, os Empiristas e todos os Iluministas, todos dentro do universo
humano científico.
7
As considerações do parágrafo
anterior estão exatamente em função do pretenso fundamento lógico e cientifico
do Espiritismo; pois o Renascimento marca o final da Baixa
Idade Média (Idade das Trevas); que
foi o momento em que se começou a contestar o Teocentrismo ─
que não se constituiu exatamente no reconhecimento da soberania de Deus
(grego, Θεός ─ Theos) e sim a
hegemonia do Império Romano dito cristão e posteriormente da igreja Católica Romana;
a qual usando o nome de Deus assolou os povos e cometeu grandes atrocidades. A
contestação dessa forma de poder exercida em nome de Deus teve o nome de Antropocentrismo, homem, grego, ﬞανθρωπος
- antropo, que veio resgatar o valor
do ser humano, seus direitos e responsabilidades. Que remete para a visão e
ensinamento bíblico, no qual, Deus ama, respeita e se interessa pelo bem-estar
do ser humano. Não que Ele (Deus) tenha delegado a governantes e líderes
despóticos o direito de perseguir, maltratar, espoliar e até matar àqueles que
a eles não se submetessem.
8
Alguém que gostaria também de
colocar no calcanhar de Kardec seria o filósofo empirista John Locke
(1632-1704); que em uma de suas obras defende a “Tabula rasa, que inclui, inclusive o espírito” ou que todo ser
humano quando ao nascer, não tem informações anteriores, pois é como um papel
em branco ─ coisa, que obviamente
todos nós sabemos ou, já imaginaram? Um bebê ao nascer, se dirigindo a todos em
vários idiomas e falando de coisas que a maioria de nós semi-analfabetos não
sabemos ─ considerando que esse bebê
em outra vida fosse alguém de instrução acadêmica e poliglota ─ porque dentro do ponto de vista
empírico, se esse bebê tem espírito (melhor alma, que é o depositário da
cognição e realizações daquele que morreu) de alguém que morreu adulto já
alfabetizado ou até com doutorado, terá sim, invariavelmente que ter esses
conhecimentos ou se não os tem, será um espírito e alma novos; “Tabula rasa” portanto... Estou dizendo
essas coisas aqui e dessa maneira, sem nenhuma brincadeira, e com toda a
gravidade que o assunto merece, porque é exatamente isso que Sócrates em Platão
explicou com nome de Reminiscências
ou; as pessoas que nascem não aprendem e sim lembram o que aprenderam em vidas
passadas ─ como veremos mais a
frente. Só que na visão de Sócrates esse indivíduo é a alma (grego, ψυχή
- psique) e no entendimento de Kardec e dos espíritas, esse ser é o espírito.
Quando na realidade após a morte não existe nenhuma pessoa, que seja alma ou
espírito como se fora um fantasma ─
ou uma espécie de indivíduo transparente
─ que no cinema e na televisão
aparecem com a roupa que morreram (talvez por uma questão de pudor e moral) ─, como alude Sócrates em Fédon de Platão... Ainda, com relação a
essa espécie de alinhamento dos vocábulos alma e espírito que evoluiu como
sendo sinônimos ─ quando aconteceu
basicamente na visão lingüística de facilitação etimologia e não na intrínseca
essência teológica de cada um. Coisa essa, considerando que isto aconteceu também
com o idioma grego, que é a principal matriz filosófica e teológica ─ o texto original bíblico é grego, o
koiné... Essa nuance da evolução da língua, à meu juízo prejudica tremendamente
o entendimento real e correto da Tricotomia
para àqueles desavisados quanto a essas particularidades, de forma contrária e
muito ruim, isto, favorece o errado
conceito da Dicotomia do ser
humano.
9
Entre o século XVIII e o XIX, do
qual Kardec é contemporâneo, teve-se o surgimento de maneira efetiva da Antropologia ou o estudo do homem, que
dentro da visão do espiritismo versus
reencarnação colide de maneira clara e objetiva com que a Bíblia ensina sobre o
ser humano; sendo que agora não estou considerando ainda questões espirituais,
e a Antropologia, que é uma ciência,
que o espiritismo diz ser; começou a estudar na época contemporânea a Kardec a origem, evolução e comportamento do
homem, e tem ampliado os seus conhecimentos na direção da plena valorização da
raça humana que é coisa perfeitamente compatível com que a Bíblia ensina;
entretanto o espiritismo numa doutrina tremendamente absurda (herdada de
Sócrates em Fédon de Platão), a da
reencarnação, diz detalhadamente que dezenas ou não sei até onde esse número
pode ir; de seres humanos nascerão e morrerão em função de purificar um
determinado espírito ou para executar determinadas missões, agora por meio
dessa pessoa, quando esses ─ em suas
realizações aqui e ali, com essa ou aquela finalidade ou toda a vida, desses indivíduos;
se de bom, se de mal. Segundo essa idéia Espiritismo
versus Reencarnação, seja o número que for; sejam Antônio, Berenice,
Carlos, Dolores, Edson, Fabiana, Geraldo, Helena, Inácio, Janice, Lauro,
Márcia e Nestor... Sejam esses ou quantos a necessidade de
reencarnações venha exigir. Serão simples e absolutamente nada como pessoa que
aqui viveu, e não merecedores de tudo de bom que fizeram, e o pior, serão
totalmente irresponsáveis cada um pelos seus atos; e o seu espírito
correspondente também (ou alma segundo Sócrates em Fédon de Platão), pois não estando ele ainda
purificado poderá usar outro ou outros seres humanos para continuar essa
caminhada de ritual macabro, desumano e pecaminoso ─ desumano sim, porque é contra a raça humana e
pecaminosa porque é contra a maior obra das mãos de Deus, o homem... Quando
formei o rol de nomes, observem que o fiz em ordem alfabética e intercalando um
nome masculino, depois um feminino, em seguida masculino novamente e assim
sucessivamente, não que eu queira responder se o espírito de José que morreu
pode reencarnar-se como Maria, porque caberiam ainda outras perguntas, pois
também ─ nas religiões
filosóficas-espiritualistas orientais e em Fédon
de Platão se ensina a reencarnação também em animais irracionais, não presente
na doutrina espírita segundo de Kardec.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO ESPIRITISMO
10
Concordo plenamente com os
espíritas quanto à idade do Espiritismo,
e com Kardec, quando identifica através do Antigo Testamento, como os textos
que citamos no início, inclusive o de Isaías 8. 19, sobre o qual voltarei a
falar, sobre a presença da prática de invocar a mortos, que foi e é tida como
abominável por Deus; amplamente condenadas na Bíblia, cabendo, inclusive, as
detalhadas ponderações que farei no subtítulo posterior a esse; por enquanto,
prossigamos na evolução da narrativa histórica.
11
Dentro dessa evolução histórica que
procurarei sintetizar ao máximo e simplificar, quero pedir, e assim farei. O
trabalhar os fatos na sua identificação cronológica a partir da unidade século,
para melhor facilitar o andamento do estudo e não se ter controvérsias quanto à
exatidão de algumas datas: isso sem prejudicar a veracidade dos fatos, é claro!
12
As citações feitas pelos espíritas
quanto à presença ou a existência da prática de consulta aos mortos no Antigo
Testamento referem-se a textos da lei mosaica que listei no início; que nos
levaria dentro dessa visão de evolução histórica há 15 séculos a.C., também
abordarei no subtítulo seguinte sobre o profeta Samuel (10 séculos a. C.) e o
profeta Isaías (sete séculos a. C.). Essa prática era antiga e generalizada
entre os povos da antiguidade; e por esse motivo a sua condenação é ostensiva
no texto bíblico em vários momentos no decorrer da história da vida do povo de
Israel. De igual modo, essa prática estava presente nas culturas orientais,
entre os gregos (hegemonia quatro séculos a.C.), como o próprio Kardec
identifica o crer na reencarnação nos filósofos gregos, e entre os romanos
(hegemonia primeiro século a.C.)... Passei aqui rapidamente nessa abordagem
cronológica, porque há algo muitíssimo interessante com relação a essa prática
veementemente condenada na Bíblia, que talvez os próprios espíritas não tenham
atentado para ela, que é o fato identificado por Isaías quanto aos “espíritos
familiares”, que explicarei no decorrer do estudo.
REENCARNAÇÃO E O TEXTO SAGRADO
13
Quem me conhece sabe o quanto
valorizo e sou veemente quanto à necessidade de conhecimento do texto sagrado;
sendo a conseqüência quanto a isso contundente e gravíssima, pois o Senhor
Jesus disse de maneira enfática que a única maneira de sermos libertos é
conhecendo a verdade, conforme João 8. 32, pois, neste texto, de igual modo, é
ensinado ser o único meio de conhecer essas questões por meio do conhecimento
bíblico, que obviamente demanda sincero e aplicado estudo.
14
Dentro dessa trajetória de avançar
paulatinamente nos assuntos, gostaria de agora trabalhar ou analisar os textos
do Novo Testamento usados por Kardec para fundamentar pontos da doutrina
espírita. O primeiro deles e o de João 14. 1-3, quando a partir desse texto
Kardec fundamenta a hierarquia, estágio ou o grau de pureza espiritual de cada
espírito; em função, segundo ele, de que Jesus estaria dizendo ou efetivamente
informando aqui nesse texto a existência de diversos lugares onde cada espírito
está ou estaria em compatibilidade com seu grau de purificação. Não vou
comentar essa interpretação dele para esse texto por ser infantil, descabida e
sem nenhuma racionalidade para qualquer um que tenha o mínimo de bom senso
quanto ao avaliar um texto escrito, inclusive com os seus contextos... Senão,
leia esse texto e interprete-o ─
Não se turbe o vosso coração;
credes em Deus, credes também em mim. Na
casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito, vou
preparar-vos lugar. E, se eu for e preparar-vos, lugar virei outra vez, e vos
tomarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também.
15
O segundo sobre o comentário dos
discípulos quanto ao que dizia os populares, o povo de um modo geral sobre
quem seria Jesus, Mateus 16. 13-17,
Marcos 8. 27-33 e Lucas 9. 18-20 ─
(...) Responderam eles: Uns
dizem: João Batista; outros: Elias; e ainda outros, que um dos antigos profetas
se levantou. A partir desses três
textos dos Evangelhos, que são a mesma narrativa Kardec e os espíritas modernos
buscam fundamentar a reencarnação; inicialmente esquecendo que a afirmação é
claramente oriunda da crendice popular
─ com base até na filosofia grega
que defendia a reencarnação através da alma, e mais ainda; sendo dessa crendice
carrega dentro de si erros, como é comum ás crendices elementares de
conhecimento bíblico que não deveria passar despercebido por quem pretende
ensinar cientifica e empiricamente. João Batista havia sido morto há pouco
tempo antes desse fato, sendo ele seis meses mais velho que o Senhor Jesus;
quanto ao profeta Elias, segundo o texto sagrado: fora arrebatado vivo (I Reis
2. 1-11), no que, decididamente João Batista, que foi contemporâneo de Jesus, e
Elias que recebeu corpo imortal, pois não morreu, foi arrebatado, não poderiam
de forma alguma reencarnar em Jesus ou até ressuscitar Nele. Reiterando: João
Batista, até pouco tempo vivera junto a Jesus, sendo quase que da mesma idade,
não podendo encarnar nem ressuscitar em quem ainda está vivo. Elias não
morrera; conseqüentemente não podia reencarnar ou até ressuscitar. Quanto a
Jesus ser um dos profetas reencarnado; que valor poder-se-ia dar a crendices
populares tão infantis e descabidas como essas?
16
O terceiro tem novamente a ver com
o profeta Elias, quando é usado o texto de Mateus 11. 7-14, porquanto deveriam
ler até o verso 19. Aqui novamente se insiste na idéia de João Batista ser o
profeta Elias reencarnado; ─ o que
objetivamente já está explicado e respondido acima. Essa afirmação ou profecia
alegórica quanto ao ministério de João Batista, como consta do livro do profeta
Isaías 40. 3-5 Malaquias 3. 10 e 4. 5-6 e foi identificada por Jesus nesse
texto de Mateus 11. 12-15 ─
que é usado pelos espíritas de forma literal para fundamentar a
reencarnação de Elias que não morrera, foram plenamente explicadas como
alegórica pelo próprio João, no Evangelho do seu xará (mesmo nome), conforme
João 1. 19. 23 ─ E esse foi o testemunho de João, quando os judeus lhe enviaram de
Jerusalém sacerdotes e levitas para que lhe perguntassem: Quem és tu? Ele, pois confessou e não negou; sim,
confessou: Eu não sou o Cristo. Ao que lhe perguntaram: Pois quê? Eis tu Elias?
Respondeu ele: Não sou. És tu o profeta? E respondeu: Não. Disserem-lhe, pois:
Quem és? Para podermos dar resposta aos que nos enviaram; que dizes de ti
mesmo? Respondeu ele: Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o
caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías.
17
O quarto texto, que persegue (trabalha) a mesma idéia,
refere-se à fala de Jesus após a descida do monte onde houve a transfiguração,
conforme Mateus 17. 10-13 e Marcos 9.
11-13, quando Jesus explica aos discípulos sobre as citações alegóricas das
profecias de Isaías e de Malaquias, como está plenamente mostrado acima, sendo
o interessante a considerar sobre o questionamento dos discípulos, é que, se
vimos Moisés e Elias lá no monte, como os escribas dizem que é necessário que
Elias venha?.. Eles em momento algum misturaram essa vinda de Elias (que era
simbólica) ou de qualquer outro com reencarnação.
18
Creio poder agora entrar nessa avaliação de
Elias e Moisés na transfiguração (Mateus 17. 1-13, Marcos 9. 2-13 e Lucas 9.
28-36). Com relação a Elias, e Enoque, que não estava presente na
transfiguração; tem-se no que aconteceu com eles a evidência do que acontecerá
conosco pós-ressurreição, que também por conseqüência, mais uma vez nesses
textos é zerada qualquer possibilidade desses textos serem utilizados para
fundamentar reencarnação. Considerando a presença de Moisés na transfiguração;
além de todas as ponderações sobre o seu não falecimento. Tem-se: 1º ─ Que, não tendo ele morrido, também não
poderia reencarnar, e se tivesse morrido não poderia estar presente ali,
porquanto não poderia ter ressuscitado antes de Jesus; e se fosse o caso de
reencarnação, seria ilógico, uma nova regra, e ridículo para a reencarnação,
pois seria ressurreição o alguém morrer e ser de novo, a mesma pessoa...
2º ─ Obviamente vê-se no tão-somente uso da parte
final dos textos da transfiguração, uma clara confissão dos espíritas de que só
lhes interessa o alguém dizer que João Batista é o Elias; porque queiram os
espíritas ou não a Bíblia de Gênesis a Apocalipse é vida humana terrena e posterior Ressurreição para a vida
eterna com Cristo.
19
Já foi visto em parágrafo anterior,
que o buscar identificar os ensinamentos de Jesus ao douto fariseu Nicodemos;
não foi inicialmente entendido por ele, justamente por Jesus estar explicando
coisas espirituais com interligação direta com o que é terreno e humano, que
consistia simplesmente no a partir de aceitar a Jesus como salvador; para que
então essa ou aquela pessoa passe a ser alegoricamente no que diz respeito ao
intrínseco corpo uma criança que cresce espiritualmente para a vida eterna, e
efetivamente quanto aos seus atos, uma de fato nova criatura, conforme II
Coríntios 5. 17 ─ Pelo que, se alguém
está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se
fez novo.
20
Ainda, quanto à questão nascer de
novo ou “reencarnar-se”, tem-se ─ e
vou usar o termo para mostrar o que falta aos espíritas ─ embora sinceros ─, o abrir o coração para Cristo como salvador e não como o
espírito iluminado que simplesmente ensina; e sim abrirem-se ao melhor estudo
da Bíblia e de todas as ciências de maneira mais efetiva.
21
No mesmo Evangelho de João 1. 14,
de onde os espíritas basicamente tiram as suas ditas fundamentações bíblicas,
ele, Kardec, diz que o verbo ─ tradução
muito inteligente para (grego, λόγος) ─, se fez “carne” ou literalmente encarnou
e não, reencarnou, como preceitua a doutrina espírita: ato único de se
tornar carne, o de Jesus; e posteriormente foi morto e depois ressuscitou.
22
Se tivermos observado o decorrer
desse estudo, lembraremos que ao falar sobre as razões pelas quais Deus nos
induziu estudar o não ter acontecido a morte de Moisés, conforme nos parágrafos
de 19 a 35 nos foi ensinado ou aprendemos; e isso é ponto básico ou a essência
de todo o ensinamento bíblico de Gênesis a Apocalipse, de ser Jesus na sua vida
humana e posterior ressurreição e ascensão aos céus, o protótipo de todo nosso
relacionamento com Deus, quando reiteradas vezes ele nos concita a imitá-lo na
sua dependência, comunhão e amor para com o Pai e a futura vida junto a eles
pós nossa também ressurreição.
23
Esse grave paradigma posto na
humanidade (ter-se feito carne) do Senhor Jesus remete para o assim como Ele
encarnou uma só vez e ressuscitou; de igual modo esse processo percurso ou
modelo, é e será o mesmo para nós seres humanos: o nascer, morrer e
ressuscitar, conforme registrou o escritor aos Hebreus 9. 27-28 ─ E,
como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois disso o juízo,
assim também Cristo ofereceu-se uma só vez para levar os pecados de muitos,
aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que esperam para a salvação.
24
Também antes de concluir essa
questão reencarnação gostaria de citar outro texto do Evangelho de João, no
qual o Senhor Jesus, antecipando em muito os Renascentistas e os demais movimentos na direção do reconhecimento
do valor do ser humano; vimos Jesus, numa fala elementar e acessível até para
analfabetos que a ouçam, no seu dialogo com a mulher samaritana, Ele fala de Antropologia, Sociologia e Teologia...
Primeiramente, como relata João era necessário a Jesus passar por Samária, que
reproduziremos com um acréscimo paráfrase, conforme João 4. 4 ─ E
era-lhe necessário passar por Samária,“
para ensinar àquela mulher e a toda raça humana sobre Antropologia, Sociologia
e Teologia”... Se você está
lembrando de todo o relato do dialogo do Senhor Jesus com aquela mulher, ela o questionou,
porque ficou surpresa de que um judeu ─
que se consideravam superiores aos samaritanos
─, estivesse justamente
pedindo água a uma mulher samaritana; sendo o problema existente entre judeus e
samaritanos, exatamente o antropológico, pois os samaritanos eram aqueles
descendentes de judeus que se uniram maritalmente com pessoas de outros povos,
perdendo conseqüentemente a sua dita pureza étnica... Falou também aquela
mulher da diferença de costume quanto à adoração, questionando não ser só em
Jerusalém, mas, de igual modo ali naquela região. Jesus como já havia feito
desde o início do diálogo volta á questão teológica da salvação, usando pontos
do dia-a-dia dela, agora falando do seu relacionamento marital, que como o
costume de adoração, referia-se à questão sociológica.
25
O que reproduzi no parágrafo anterior
não é fruto de retórica e sim mostrar como para Deus e seu filho o Senhor Jesus
é importante o ser humano ─ não porque sejamos invólucros
descartáveis para serem usados por espíritos nas suas escaladas descendentes ou
ascendentes de purificação ─; e sim, real e exatamente, espírito
(grego, πνεύμα - pneuma), que volta
para Deus na nossa morte, Eclesiastes 12. 6-7 que terá contato novamente com o
corpo e a alma para a ressurreição. Alma (grego, ψυχή - psique) que é a sede ou depositário de todos os nossos feitos,
pensamentos ou efetivamente o que fomos enquanto vivos, e o corpo (grego, σώμα -
soma) que volta ao pó, e não mais
voltará como fora anteriormente e sim, na ressurreição, será um corpo incorruptível (II Coríntios 15.
50-54), tanto para a glória como para a condenação. Voltarei a essa questão
tricotomia no subtítulo seguinte.
A BÍBLIA E A MENÇÃO AOS ESPÍRITOS FAMILIARES
26
Talvez o assunto mais importante
com relação ao espiritismo seja exatamente esse: espíritos familiares; que
remete para tudo dentro dessa questão espíritos e as chamadas entidades; que
envolve todo esse universo de relacionamento espiritual; quer dentro da visão
especifica de espíritos ou o seu forte apelo familiar. Quando na evolução e
particularidades dessa crença e prática no decorrer da história e em algumas
culturas; também as nuanças dessa crença; nas
ditas entidades e a manifestação parapsicológica; de alguma forma, atrai
pela auréola metafísica que a envolve.
27
Quando comecei esse estudo, listei
uma série de textos do Antigo Testamento nos quais o Senhor nosso Deus proíbe
terminantemente a consulta a mortos, conforme os textos de Êxodo 20. 6,
Levítico 19. 31 e 20. 27, Deuteronômio 18. 10-12 e o de Isaías 8. 19 ─ Quando vos disserem: Consultai os que têm espíritos
familiares e os feiticeiros: Acaso não consultará um povo a seu Deus? Acaso
a favor dos vivos consultará aos mortos? Como já concordei com os espíritas,
no parágrafo que inicia o subtítulo evolução histórica; sobre o que eles
apregoam como uma espécie de troféu de credibilidade; o fato de aparecer na
Bíblia a menção da existência, desde muitos séculos da presença da prática da
consulta a mortos. Que aproveito para ajudar nessa confirmação, dizendo que
essa prática era generalizada entre todos os povos antigos; daí a proibição
incisiva e veemente de Deus através do texto sagrado quanto a esse modo de
proceder.
28
A consulta a mortos no seu sentido
ou entendimento “mais ameno”, que é a pratica do espiritismo de mesa dito
científico (o qual respeito pela seriedade da maioria dos que o professam), se
identifica mais ou menos com a crença milenar combatida pela Bíblia; que vou
explicar com detalhes as razões, de que os espíritos dos antepassados de cada
família, velavam e velam e protegem os seus familiares vivos. Isso é um
entendimento milenar em praticamente todas as culturas. Daí, preliminarmente
não se importe com esse fato, e até considere que é exatamente por isso que o
texto sagrado considera essa prática como abominável diante de Deus. Sobre a
causa detalharei a seguir como o prometido... Com relação à importante coisa
chamada evolução cultural ─ é coisa
que me dá muito prazer ─, os que lêem meus Blogs sabem disto;
das coisas da cultura popular, inclusive as cito em meus escritos, como poesias
e trechos (versos) de canções populares ─; creio valer a pena ser visto o filme
(desenho) Mulan, do elenco de bons
filmes dos Estúdios Disney, produzido em 1998. O filme narra a lenda de Fa
Mulan: clássico da literatura chinesa Poema
de Mulan, que merece ser visto
quanto a essa informação cultural, no qual é mostrada a ação dos
espíritos dos antepassados (espíritos familiares) em favor dos seus parentes que
ainda vivem.
29
Primeiramente quero que você
entenda o como Satanás é sutil e inteligente; pois a idéia de que um parente
meu que morreu está por aí em espírito preocupado e agindo de todas as formas
em favor dos meus e seus familiares vivos; é, concordo, por deveras atraente, e
é exatamente por isso que ela tem seduzido a muitos no decorrer da história e
se consolidado como uma crença verdadeira a ser seguida.
30
Você que segue a doutrina espírita
ou que é simpatizante dela entenderá com facilidade o que irei explicar... E
aproveito para dizer do meu respeito e apreço pelos espíritas sérios ─
diferentemente, embora eu o seja, tenho um total mal-estar em relação a
alguns ramos dito evangélicos, os quais, conscientemente usam o nome de Deus para
ganhar dinheiro, não se importando com a educação correta dos fiéis ─; todavia os espíritas ainda não
entenderam que as suas práticas espiritualistas desagradam a Deus ─ como a dos líderes evangélicos vendilhões da
fé ─, e o pior, é o não ser o que se
apresenta como espírito daquele seu parente, aquela entidade ou coisa que se
apresenta falando em seu nome. E essa constatação é tão séria, que dentro dessa
possibilidade do poder ser enganado por algo ou alguém sobrenatural, Paulo de
maneira grave disse na sua carta aos Gálatas 1. 8 ─ Mas,
ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos pregasse outro evangelho além
do que já vos pregamos, seja anátema. Paulo, nessa espécie de hipérbole
mostra o quanto é importante o que já está informado e estabelecido na Bíblia,
também, de alguma forma mostra o possível engano através de anjos, que seria os
infiéis embora ele tenha na hipérbole usado o anjo fiel, cujo engano pelo
infiel é terrível, conforme II Coríntios 11. 14
─ E não é
de admirar, porquanto o próprio Satanás se disfarça de anjo de luz. Podendo
se apresentar aqui e ali como nossos entes queridos, ditas entidades ou o que
quiserem para nos enganar.
31
Com relação aos chamados espíritos
familiares que já disse ser uma crença milenar de praticamente todas as
culturas, teve-se entre os romanos desde o seu início como povo, particularidades
interessantes quanto à relação deles com os seus deuses e demais entidades as
quais adoravam. A primeira delas foi o compulsório e fácil sincretismo quanto às
crenças oriundas de outros povos ─
que no caso do povo grego ─
que não estamos seguindo a cronologia, porque os deuses dos gregos
aparecem na cultura romana com nomes modificados.
32
Para dar a idéia de como se deu
esse processo; vou listar os 12 principais deuses de Roma, que correspondiam
aos deuses do Panteão grego, que entre os romanos tinham mais ou menos as
mesmas atribuições: Júpiter (Zeus),
Juno (Hera), Minerva (Atena), Ceres (Demeter), Marte (Ares),
Vênus (Afrodite), Vulcano (Hefaísto), Apolo (Apolo), Diana (Artêmis),
Mercúrio (Hermes), Vesta (Héstia) e Netuno (Posseidon). Teve-se também sendo adorada pelos romanos, a deusa
Cibele de origem asiática; cujo culto envolvia orgias sexuais e autoflagelação,
que foi posteriormente abandonado, e a deusa egípcia Isis (esposa de Osíris, o
deus da morte), cujo culto era normal e dizem de grande beleza, entretanto,
após Roma ter aderido ao cristianismo; e com a queda de todos os deuses do
paganismo, inclusive a deusa Isis. Esse vazio da ausência de um deus feminino
entre os romanos gerou a adoração de Maria para preencher essa lacuna de um deus
mulher para ser adorado... Isso é o mágico poder receptivo do sincretismo!
33
Ainda, no período pagão romano;
Plutão (como Hades, para os gregos),
era o deus dos infernos, também o deus Tártaro,
que erro o deus do inferno mais profundo na mitologia grega. Alguns deuses,
entretanto, tiveram significado especial para os romanos, e nada tinham a ver
com deuses gregos, como: Juno, por exemplo, era a guardiã da porta principal de
Roma; Saturno, o deus das sementes; Quirino conservou as atribuições dos tempos
em que começou a ser cultuado, ligado às tempestades.
34
Poderíamos classificar esse
conjunto de deuses e crenças como que global ou pública, porque havia outra
particularidade mais para o individual quanto a culto e adoração, que,
inclusive tinha no Colegiado dos Pontífices
─ presidido pelo Pontifex Maximus, título que posteriormente passou para os
Papas em Leão I (440-461) ─: o
colégio (assembléia) dos Pontífices compreendia quinze Pontífices, entre
Decênviros (ligados à magistratura),
Flâmines (ligados ao culto de deuses domésticos e específicos) e os
Álgures (ligados a presságios ou questões místicas). Este Colégio (dos
quinze Pontífices), que não se sabe
exatamente qual a sua hierarquia interna quanto aos três grupos; os quais se
reportavam hierarquicamente, junto com as cinco vestais (sacerdotisas guardiãs
do fogo sagrado da deusa Vesta) ao mando do Pontifex Maximus; no que, o tópico Espíritos Familiares tem toda conexão
com o efetivamente estudado, e de forma objetiva com o universo de comando dos
Flâmines, discutido nesse trabalho e também os fatos que realmente se
interligam com o contemporâneo praticado hoje... A título de informação: sete
imperadores romanos receberam o titulo de Pontifex Maximus, e posteriormente os
Papas, e é também o oitavo rei e é dos sete (Apocalipse 17. 11), conforme o
livro que pretendo editar sobre Escatologia.
35
Essa outra particularidade a qual
me referi está objetivamente em função do assunto que dá nome a esse subtítulo,
ou o que a Bíblia chama de espíritos familiares... Eu disse desde o início
desse trabalho, que a idéia e prática de consulta aos mortos foram algo sempre
presente em todas as culturas antigas, sendo exatamente essa prática
generalizada que motivou a séria advertência e proibição de Deus exigida ao
povo de Israel ─ que inclusive os
estudiosos espíritas identificam plenamente isso na Bíblia... No caso dos
romanos havia também a crença nos numes
ou numinas (espíritos dos mortos), e
particularmente os lares, espíritos
do universo dos numes, que eram os
protetores de cada família, de onde deriva a palavra lar; e estando isso ligado
ao culto familiar a esses espíritos ser feito em torno da lareira das casas;
cujo fogo mantido aceso também estava vinculado à deusa Vesta, guardiã do fogo
sagrado... Quanto à deusa Vesta ela era
representada em um templo em Roma através de uma chama de fogo que deveria ser
mantida constantemente acesa... Para isso meninas de 6 a 10 anos eram
convocadas das famílias nobres para servirem durante 30 anos preservando-se
virgens durante esses 30 anos no serviço de manter aceso o fogo vinculado à
deusa Vesta... A criação das contemporâneas monásticas irmãs de caridade, as
freiras; são possivelmente; o sincretismo das jovens vestais da religião pagã
de Roma.
36
Creio que à medida que estamos evoluindo
no estudo, estamos ou estaremos também observando que a questão com relação ao
espiritismo ou mais precisamente quanto ao pretenso relacionamento com mortos,
no passado e presentemente é exatamente igual. De igual modo estamos ou
estaremos vendo de maneira mais objetiva que a idéia de espíritos familiares,
foi e é o vetor principal desse pretenso relacionamento. Por esse motivo ─ pode estar certo disso! Deus desde o
início não quis de maneira nenhuma que houvesse esse tipo de relacionamento,
que procurarei mostrar exatamente as razões.
37
Quanto falei no início sobre ter,
de alguma forma, que trabalhar explicações mais para o acadêmico, embora esteja
falando de algo bem popular hoje em dia como no passado também era, pois o
vemos em literatura popular, no teatro, no cinema e na televisão. Isso por
conseqüência se tornou uma espécie de senso comum e se misturando ao
sincretismo do sociocultural, que inclusive acabou até penetrando na mais pura doutrina teológica
como se tem visto no decorrer da história.
38
Essa vertente maior de consultar
aos mortos ou os espíritos familiares tem um apelo poderosíssimo; que é o da
falsa lógica da credibilidade... Porque qual de nós não acreditaria em um
espírito que diz ser o do nosso ente querido morto? Mais de 40 séculos são
passados, e essa coisa sedutora do espírito do papai, da mamãe, do titio, do
meu querido esposo ou esposa, do meu querido irmão ou irmã, continua aí
seduzindo cada vez mais pessoas que ainda não resolveram estudar a Bíblia com
seriedade ─ inclusive muitos chamados
evangélicos... Tenho ponderado no decorrer desse trabalho a devida
responsabilidade com o contraditório ou como costumo exemplificar a partir de
dois pontos distantes um do outro; que a conclusão que chegarmos nesse ponto
próximo de nós, terá invariavelmente que ser igual para todos os assuntos
congêneres até o ponto mais distante, no que, de maneira nenhuma pode haver
dois pesos e duas medidas... Ver Considerações Iniciais no meu Blog
SÓCRATES VERSUS PLATÃO VERSUS MACHADO VERSUS O AMOR, endereço ─
www.socratesplataomachado.blogspot.com
.
39
Porque, se, segundo Sócrates em Platão (as almas) e Kardec (os
espíritos), dos mortos reencarnam, sendo assim 0tão comum, os ditos espíritos
de entes queridos também reencarnam conseqüentemente nesta conclusão de lógica,
e não só são parentes desses, mas também de outros e outros mortos e vivos
anteriores; como poderiam aqui e ali se comunicar com seus crédulos parentes,
se já estão reencarnados em outras pessoas e/ou são parentes de outras famílias
e outras pessoas? Que entendo e compreendo ser muito difícil resistir a algo
sobrenatural, e ainda mais, quando envolvido pelo apelo da possibilidade do
relacionamento com um ente querido falecido, ao qual muito se amava; e essa possibilidade
lhes serem oferecidas exatamente por pessoas dignas e bem intencionadas, como é
a maioria dos espíritas... Ainda, o pressuposto de que os espíritos ou almas
daqueles que morreram reencarnam (se tornam outra pessoa); isto quer dizer
exatamente, que a pessoa que morreu perdeu a sua identidade; a qual, agora pertence
a essa pessoa que nasceu e vive com esse espírito que pertenceu àquela que
morreu. Isto contraria (colide) ou
torna basicamente nula a idéia de existir um espírito ou alma daquele ente
nosso familiar ─ que na sua reencarnação deixa de ser a pessoa anterior e
agora é aquele que está vivo. No pressuposto colocado pelo espiritismo ─ para contrapô-lo de forma filosófica
(evocando Heráclito de Éfeso, no seu Devir,
a contínua modificação) e pela física (Lavoisier (1743-1794), conservação das
massas ou seu enunciado: “Na natureza nada se perde nada se cria, tudo se transforma”) ─:
se alguém foi João ou Marta, tendo morrido e reencarnado como José ou Maria,
decididamente, não resta jamais João ou Marta, até pelo fato elementar de:
considerada a premissa de que o espírito de João ou Marta ser agora José ou
Maria, ele, o espírito aqui estaria; não podendo concomitantemente compor outra
população de espíritos familiares ou não, vivendo ou estando aqui ou ali e
também lá no passado, em duplicidade de si mesmo... Não existe (sendo
repetitivo) população de espíritos (Kardec) ou almas (Sócrates) aguardando
reencarnar ou a serviço de familiares ou de ajuda a quem quer que seja...
40
Sendo mais objetivo e didático, não
há, como defendem Sócrates (a alma) como aparece em Fédon de Platão, conforme o transcrito no parágrafo 65 e Kardec (o
espírito) o fantasma ou indivíduo sem corpo correspondendo à forma física do
corpo que morreu, até porque, a alma ou o espírito (distintos ou não no seu
existir) habitam ou estão contidos no cérebro de cada pessoa, conforme os
parágrafos de 65 a 79, não sendo decididamente possível a existência de
indivíduos alma ou espírito, já na glória ou vagando em um mundo invisível... Isso
conduz a duas importantes constatações, que são: A dita credibilidade, a plena
aceitação e a grande simpatia pelo espiritismo estão exatamente em função desse
inteligente apelo já milenar da proximidade familiar; que contemporaneamente evoca a Regressão,
perfeitamente possível na vida do ser humano, conforme a Psicanálise,
entretanto somente até o início da vida do indivíduo (do seu último dia de vida até o
primeiro) e não as ditas vidas passadas.
Que também de maneira sedutora evoca “almas gêmeas”, “vidas passadas versus vida futura”, e coisas desse
universo de entendimento ─ contraditório, porque não tem uma raiz
muito nobre na filosofia grega e em outras vertentes espiritualistas que também
contemplam a reencarnação em animais e vice-versa ─; numa visão de reencarnação não matematicamente explicada, que
não resistiria à mínima análise pitagórica, socrática, geométrica e/ou
matemática. Ainda, essa fantasia gostosamente romântica e de grande apelo
emocional: “almas gêmeas”, que se existissem seriam de Sócrates em Platão, porquanto quem reencarna para
Sócrates é a alma e não o espírito. Isto, pelo fato elementar de não haver essa
evolução romântica na reencarnação de Sócrates em Platão. Que do exposto fica até, a princípio, controverso e nada
verossímil dizer-se “almas gêmeas”, quando na doutrina espírita de Kardec quem
reencarna é o espírito.
41
A outra constatação é a de que
sendo isso abominável perante Deus, conforme diversos textos bíblicos; desde os
primórdios dos seus ensinamentos aos homens, Ele condena veementemente essa
idéia e prática. Entretanto, essa condenação e proibição não quer dizer
absolutamente que isto seja possível; porquanto essa proibição (contra algo
errado), diferentemente, é mais uma das diversas quanto a procedimentos
heréticos (doutrinas de homens) ensinados e praticados à revelia dos ensinamentos
de Deus, por meio da Bíblia à humanidade.
42
Não sei se você está observando as
minhas constantes reiterações quanto à questão específica espíritos familiares,
mas eu lhe digo a razão disso... Como foi no meu Estudo (Trabalho) anterior
sobre anjos, quando lá, sistematicamente como aqui quanto a espíritos
familiares. Reiterei várias vezes o não ser procedente o entendimento de haver
para cada um de nós o chamado anjo da guarda... Constato com tristeza que a
grande maioria dos evangélicos ainda continua com as mesmas idéias sobre anjos,
que têm como seus defensores os católicos romanos, os espíritas, os gnósticos e
os inocentes úteis evangélicos que pouco estudam a Palavra de Deus.
43
Reiterando mais uma vez: Quando
insisto na questão espíritos familiares, é exatamente porque Deus através de
homens inspirados se preocupou muito quanto a isso... Também essa questão foi e
é o pano de fundo de uma das maiores heresias iniciado por Agostinho, inclusive
criando uma versão escatológica, a chamada na época, de Pós-nicena, hoje conhecida como Pós-milenismo,
que se exauriu em 1034, mas vem sendo adaptada e continua sendo defendida por
muitos ainda hoje.
44
A heresia a que me refiro é a da vida
continuada do espírito como individuo, que tem base no seu livro Cidade de Deus cidade dos homens...
Sendo também exatamente essa idéia a base de fundamentação do Espiritismo... Creio que o já explicado
possibilita e nos remete ao detalhar o porquê Deus proibiu o consultar os
mortos e a causa de ser isso abominação para Ele.
O ESPÍRITO, A ALMA E O CORPO
45
Quem estuda a Bíblia com
seriedade, tem entendido que é improcedente o entendimento de que após a morte
exista uma espécie de vida consciente do espírito, até porque, e isso deve
ficar plenamente entendido... Embora dentro de uma visão e explicação semântica
quanto a nossa vida pós-aceitação do Senhor Jesus como salvador, quando dizemos
que a nossa vida em Cristo é vida espiritual. Não podemos misturar as coisas e
perder de vista que a essência da revelação de Deus aos seres humanos ─ sendo repetitivo, pois de alguma forma já
afirmei isso ─, é a vida, cuja
intenção inicial de Deus era e continua sendo eterna, no estado de tricotomia,
conforme diz Paulo em I Tessalonicenses 5. 23
─ E o próprio Deus de paz vos santifique completamente; e o vosso espírito,
e alma e corpo sejam plenamente
conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. Como
diz o texto: o vosso espírito (grego, pneuma),
alma (grego, psique), e corpo (grego,
soma), ou a nossa vida futura com
Cristo e o Pai se dará com a volta do nosso espírito, que nos foi dado no
nascimento e tornou para Deus com a nossa morte. A nossa alma, que é o
que efetivamente somos e tornaremos a ser na ressurreição, e o corpo ressurgido
e glorificado, conforme II Tessalonicenses 4. 13-18 e I Coríntios 15. 18-57;
que sendo o texto muito extenso reproduzirei apenas os versículos 52 e 53 ─ num
momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta; porque a
trombeta soará, e os mortos serão ressuscitados incorruptíveis, e nós seremos
transformados. Porque é necessário que isso que é corruptível se revista de
incorruptibilidade e isso que é mortal se revista de imortalidade... Tendo
ficado bem entendido o que tenho explicado de forma simples didática,
conclui-se de forma elementar: que sendo o espírito de cada um de nós uma
pequena fração do Espírito Santo de Deus, ele, essa fração do Espírito de Deus,
que é o espírito de cada ser humano, não tem ou terá, absolutamente, nenhuma
identificação com o corpo ou a alma; porquanto, como explica a Bíblia, ele, o
nosso espírito é a parte divina de cada ser humano (bons e maus), que nos torna
imagem de Deus, conforme Gênesis 1. 27, entretanto, sendo repetitivo e
repetitivo: o nosso espírito, que é uma pequena fração do Espírito de Deus, ela
não se corrompe e é sempre a presença (na mente, Romanos 2.15-16) de Deus em
cada ser humano enquanto vivo, como acontecerá na ressurreição; para formar
novamente aquele indivíduo que morreu (a mesma alma, a sua cognição) em um
corpo imortal, conforme nos explica Paulo no texto acima.
46
Em função das crendices,
sincretismo, os vários entendimentos religiosos dos povos no decorrer da
história, o pouco estudo do texto sagrado e principalmente os postulados de
teólogos de forte ascendência de formador de opinião; têm permitido que idéias
estranhas ao que preceitua a Bíblia se perpetuem e cause aquele negócio
indesejável que se exterioriza na afirmação leviana de ser isso ou aquilo coisa
difícil e polêmica.
47
O ESPÍRITO ─ Que cada ser humano tem ao nascer ─ que segundo Sócrates em Platão seria alma e não
espírito é aquela pequena parte de Deus que cada ser humano recebe quando formado num novo ser, conforme Gênesis 2.
7 ─ E
formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou-lhe nas narinas o
fôlego (hebraico, ruach ─
grego, pneuma) da vida; e o homem
tornou-se alma vivente, foi e é uma dessas coisas, que no decorrer
da história tem sido usado para significar e identificar, uma gama enorme de
coisas, ações e princípios cuja quase totalidade não têm a intrínseca relação
com ele e sim como ferramenta lingüística de comunicação dentro das diversas
figuras de linguagem que o usa pela sua força de indicar o cerne e a essência
das coisas. Voltarei a falar sobre isso.
48
Desde o início desse estudo
estivemos convivendo de alguma forma com a idéia de que o espírito após
separar-se do corpo, continua a viver em outra esfera com se fora um individuo
dito espiritual como ensina o espiritismo e indevidamente incorporado ao
entendimento dos evangélicos ─ ou
alma, segundo Sócrates em Platão ─,
sendo isso uma espécie de senso comum, todavia não entenda o senso comum como
algo efetivamente bom, porquanto o grande pensador Nicolau Maquiavel
(1469-1527) na sua importante obra O
Príncipe, que é consultada e seguida por muitos nos seus ensinamentos, Maquiavel
diz algo nada agradável quanto ao senso comum: ─ pois o
vulgo (o povo) atenta sempre para as
aparências e os resultados; o mundo se compõe se de pessoas do vulgo e das
poucas que, não sendo vulgares, ficam sem oportunidade quando a multidão se reúne
em torno do soberano, ou
idéias que ganham status de senso
comum. Também o teatrólogo Nelson
Rodrigues ─ parafraseando o dito por
Maquiavel ─, se posicionou quanto ao
senso comum dizendo que toda
unanimidade é burra.
49
Esse senso comum com relação ao
espírito ─ ensinado pelos espíritas
como base de doutrina ─; não encontra
fundamento na Bíblia e pelo contrário, o grande sábio Salomão fora usado por
Deus ao escrever o livro de Eclesiastes; que é uma espécie de desabafo daquele
importante homem quando ao falar de forma poética sobre todas as coisas que
muito valorizamos e nada mais são senão vaidades, e as ligadas ao que significa
o fim da vida terrena; ele disse em Eclesiastes 12. 7 ─ e ao pó volte para a terra como era, e o espírito volte a Deus que o
deu. O que Salomão nos disse aqui foi que o espírito de cada pessoa volta a
Deus quando essa pessoa morre; entendimento esse que desde Gênesis existia na
Teologia e na Cultura judaica, e Jesus concordam com isso; primeiro porque
também está profetizado no Salmo 31. 5 e conforme a palavra de Jesus em Mateus
27. 50, João 19. 30 e Lucas 23. 46 ─
Jesus clamando com grande voz,
disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E, havendo dito isso expirou.
Também outros textos bíblicos que evidenciam esse entendimento sobre o
espírito, conforme Gênesis 6. 17 b, Jó 33. 4, Jó 34. 14-15, Isaías 57. 16 e
Zacarias 12.1; e esse entendimento era base teológica para aqueles que detinham
o conhecimento das Leis de Deus, convivendo com o popular sincretismo espírita
dos postulados socráticos das obras de Platão no início da era cristã.
50
Embora você encontre inúmeros
textos bíblicos, nos quais, o substantivo espírito aparece de modo a ser
confundido com algum ser ou qualquer dita entidade espiritual... Leia com
atenção cada texto, considere as diversas figuras de linguagem, inclusive as
questões semânticas, que permite a uma determinada palavra poder substituir a
outra sem a exata correlação etimológica que a tornaria até antônimo quando
separadas do texto... Vou citar aleatoriamente alguns textos nos quais esse
tipo de coisa acontece. Tem-se registrado no livro de Números 14. 24 o ter
havido “outro espírito em
Calebe”; que significa exatamente o ter havido nele “uma
outra atitude”, em Ezequiel 3. 14, ele diz “no amargor do meu espírito”;
que significa “no amargor do meu interior ou exatamente da minha alma” e não espírito, ainda em Mateus 10. 1,
Marcos 1. 27, Marcos 3. 11, Marcos 5. 13 e Lucas 4. 36, o texto sagrado
registra a expressão espíritos imundos, todavia como temos estudado, só
existem três manifestações sobrenaturais, que são: A ação do Espírito Santo
do Senhor, o agir dos anjos fiéis a Deus, que agem a seu mando, e o agir dos anjos infiéis, também chamados de
demônios; sobre os quais voltarei a falar. Ainda, quanto ao uso do
substantivo espírito como forma de dar uma determinada idéia sobre a atitude,
cerne ou essência de alguém ou de alguma coisa, temos no dicionário Housais dentre os vários usos para a
palavra que não correspondem exatamente ao seu etimológico, dentre outras: espírito
das leis, espírito de corpo, espírito de
grupo, espírito esportivo, espírito público, espírito forte, espírito fraco,
espírito de contradição, espírito do vinho, espírito de observação, espírito
rude, espírito de porco, espírito de luz, espírito das trevas, espírito maligno
e espírito imundo. Se
quisermos discutir alguma terminologia (palavras, termos, vocábulos) do
passado, aproveitemos os comentários do filósofo Iluminista Voltaire, na sua obra Dicionário filosófico, no subtítulo espírito e o falso espírito, sobre o ruach (hebraico, espírito, vento) e o pneuma (grego, também espírito, vento), no qual tem-se no uso
figurado desse substantivo, coisas muito mais importantes e amplas dentro da
questão semântica, que mudam efetivamente o que se deve entender quanto à
valorização dada à terminologia (etimologia)
─ muito além do que se poderia imaginar, quando
exige-se desse substantivo ─ que estando presente, o devido cuidado
para identificar a sua devida função no texto, como nos explica Voltaire nesses
dois pequenos parágrafos ─ “O
ponto principal é saber até onde o espírito deve ser admitido. Está claro que
nas grandes obras deve-se empregá-lo com seriedade e por isso mesmo nelas é um
ornamento apenas. A grande arte está na pertinência ─ Não
se pode esquecer de dizer aqui em quantos sentidos diferentes a palavra espírito
é empregada. Não é um defeito da língua; é, pelo contrário, uma vantagem
ter assim tantas raízes ramificando-se em várias direções”.
51
E quanto ao ensinamento de que o
espírito é o indivíduo metafísico ou espiritual que transcende ao ser humano,
que seria o seu invólucro purificador; isso é exatamente a grande mentira sutil
de Satanás e seus anjos que trabalham livremente nesse vazio apresentando-se
como esse ou aquele espírito.
52
Entendida essa questão de que o
espírito que cada ser humano recebe ao nascer volta para Deus com a morte
dessa pessoa... Poderemos agora também entender que nenhum espírito se
corrompe, é mau ou não o sendo se torna; porque o espírito de cada pessoa é
como vimos no texto de Gênesis 2. 7 o sopro, vento, ruach (hebraico), pneuma (grego)
ou uma fração do Espírito de Deus dado ao homem quando nasce, sendo esse
espírito uma pequena parte ou a presença, a imagem de Deus em cada pessoa:
Genesis 1. 27. Não confundir o que estou informando aqui, com o batismo ou
revestimento do Espírito Santo; porquanto no revestimento advindo do ministério
do Espírito Santo, acontece um incremento (maior quantidade) desse poder dentro
de nós, que nos habilita a sermos mais fortes contra o pecado; como nos informa
Paulo na contraposição entre o Espírito e a carne ─ que é conduzida pela alma, a sede dos
sentimentos ─, em Gálatas 5. 19-21
(as obras da carne) e as obras do Espírito em Gálatas 5. 22-24 ─ Mas o
fruto do Espírito é: o amor, o gozo, a paz, a bondade, a fidelidade, a
mansidão, o domínio próprio; contra essas coisas não há lei. E os que são de
Cristo Jesus crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências. Se
vivemos em Espírito, andemos também em Espírito... Paulo quando fala da
tricotomia humana, diz que há uma constante luta entre a carne (o corpo), e o
espírito; pois o espírito não concorda ou admite qualquer ação pecaminosa do
corpo condenando-a veementemente, que só acontece em função do livre-arbítrio,
que é da alma e do corpo ─
não do espírito de cada um (que é uma fração do Espírito de Deus)
necessite do livre-arbítrio; pois sendo ele fração do Espírito Santo de Deus
dentro de nós (na nossa mente), só caminha na direção do que é justo e de moral.
Leia todas as epistolas de Paulo e novamente todos os pontos que abordei sobre fracionamento
do Espírito Santo até agora.
53
O pai da psicanálise, Sigmund
Freud (1856-1939) demonstrou e sistematizou de certa forma a tricotomia humana
(Id, Ego e Superego) na qual o Id
(parte mais profunda do psique, alma)
corresponderia ao corpo, o Ego à
alma, e o Superego ao espírito, que
como vimos do ponto de vista bíblico, ele patrulha na direção do bem, o justo,
e o moral de todas as ações do ser humano, ou o espírito ─ que o homem recebe quando nasce ─,
é o permanente censurador (avaliador) de todos os atos conjeturados,
intentados e praticados pelo indivíduo, enquanto ser vivente e pensante. O que
estou dizendo aqui é que o empírico cientifico de Freud explica de alguma forma
o teológico bíblico da Tricotomia humana.
54
Concluindo essa pequena ponderação
sobre o substantivo espírito e principalmente sobre o de fato espírito ensinado
na Bíblia. De maneira objetiva sabemos que o único Espírito que pode agir em
todos os sentidos junto a nós seres humanos é o Espírito Santo de Deus que se
fraciona e pode estar dentro de todos e em todos os lugares ao mesmo tempo, e
sendo essa atuação fracionada como nos ensina o texto sagrado ─ que explico de maneira prática a você que é
evangélico esse fracionamento, que é o cada um de nós ter dentro de si o Espírito
Santo, que na sua constituição amorfa, conforme Gênesis 1. 2, Números 11. 16-17
e Atos 1. 15 e Atos 2. 1-4 pode estar ao mesmo tempo dentro de milhões de
pessoas e em todos os lugares, como explicarei de maneira pormenorizada no Blog
futuro O fracionamento do Espírito Santo.
55
Dentro, ainda, dessa questão dita
espiritual é importante que se deixe claro, ressalvando os diversos usos do
substantivo espírito como ponderei acima, que só existem três manifestações
ditas sobrenaturais, que são: Espírito, anjos e demônios (anjos rebeldes). O
Espírito, que é a mais importante delas, e que somente pode ser exercida pelo
Espírito Santo do Senhor, reiterando; não existe manifestação por meio de
espírito de quem quer que tenha morrido; no que, essas manifestações se dão ou
darão por intermédio de anjos rebeldes ─
aqueles que foram expulsos junto com Satanás
─, conforme, primeiramente
Ezequiel 28. 16 (a queda) e Apocalipse 12. 7-12 (a total expulsão), nos
quais, o próprio texto sagrado, dentro da questão lingüística amplamente
já detalhada aparece a denominação espírito imundo ou maligno para ações de
Satanás e seus anjos, que num estudo atento isso será perfeitamente
identificado. Também se tem amplamente registrado no texto sagrado às ações
dos anjos fiéis a Deus, que também às vezes são chamados pela denominação de espíritos, conforme Hebreus 1.
12-14, até porque, nós seres humanos, os anjos fiéis a Deus e os infiéis, temos
cada indivíduo um espírito dado por Deus (que é a fonte de vida ou motor de
cada ser); aos quais, os espíritos de cada um, não são permitidos o intercâmbio
com seres humanos estando na condição de espíritos ─ porquanto, voltam para Deus quando morremos: não há espíritos
vagando ou a espera para reencarnar ─,
como tenho detalhado desde o início desse Estudo, porque é assim que o texto
sagrado ensina. Sendo esta a causa da proibição ostensiva do fazê-lo no Antigo
Testamento, justamente pelo fato desses espíritos não poderem vir, pois com a morte
do homem voltam para Deus. Quando há ignorância disso abre-se um espaço de fato
perigoso, e torna-se abominável quando Satanás e seus anjos se apresentarem
como quem e o que quiserem nesse vazio de conhecimento bíblico.
56
Ou você entende ─ na realidade pensa aleatoriamente sem base bíblica ─,
que tendo alguém aceitado a Cristo; o corpo, a alma e o espírito dessa pessoa
se converteram ao Senhor? Não. Não foi isso que realmente aconteceu, e sim;
essa pessoa ─ ser pensante e que age segundo esses
pensamentos ─, que estão na alma e de forma poética no coração, conforme I
Samuel 13. 14, I Reis 11. 4, I Reis 15. 14, Salmo 101. 4, Provérbios 15. 13,
Provérbios 17. 20 Provérbios 20. 9, Eclesiastes 8. 5, Oséias 2. 14, Mateus 4.
6, Mateus 15. 19, Marcos 7. 21, Atos 15. 8-9
─ E
Deus, que conhece os corações, testemunhou a favor deles, dando-lhes o
Espírito Santo, assim como a nós; e não fez distinção alguma entre eles e nós,
purificando os seus corações pela fé. Também o texto de Colossenses
3. 23 ─ Exterminai, pois, as vossas inclinações
carnais: a prostituição, a impureza, a paixão, a vil concupiscência, e a
avareza, que é idolatria.
57
Entendamos definitivamente que o
texto sagrado fala da conversão da alma ─
que de forma poética maciçamente aparece como coração e também como
sentimentos e pensamentos ─, conforme Jeremias 24. 7, Ezequiel 36.
26 e Mateus 26. 41b, entretanto, todavia, porém e certamente o espírito não se
converte, “o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca” ─ como
disse o Senhor Jesus e Paulo (I Cor. 14.
14-15) ─, porquanto o nosso espírito é a parte de Deus dentro de nós, nos
tornando Sua imagem (o espírito), e a Sua semelhança (o arbítrio) no escolher,
optar; que caminha na direção do que é justo, moral e ético, quando damos
ouvidos a ele, o espírito; que é uma pequena parte de Deus dentro de todo ser
humano (Gênesis 2. 7). O qual não se corrompe, e age sempre conduzindo-nos para
o que é bom, perfeito e agradável, isso, em luta contra as eventuais ações
ruins da alma que comanda o corpo; embora na maioria das vezes seja o corpo, o
que influencia essas ações, junto e em cumplicidade com a alma (cognição), em
detrimento do instar (mandar) constante do espírito na direção do que é bom e
justo...
58
Falei de forma geral com relação a
todo ser humano que tem dentro de si essa fração mínima do Espírito de Deus,
que garante o conseguir optar pelo que é certo, moral, ético e justo... Se
considerarmos agora alguém que realmente se converteu a Cristo, teremos nessa
pessoa a sua parte inicial do espírito ─
o seu, “que recebera quando se
tornou alma vivente” ─,
e agora também a implementação (aumento, quantidade maior) do Espírito
Santo recebido quando do ter crido e aceitado a Jesus como salvador... Falarei
com mais detalhes quanto ao Espírito Santo e seu ministério junto aos humanos
num futuro Blog sobre o Espírito Santo de Deus
─ no Estudo O
Fracionamento do Espírito Santo.
59
A ALMA
─ Que erradamente aparece nos dicionários também como sinônimo de espírito,
pois é assim defendido por muitos teólogos (os Dicotomistas). No passado, inclusive anterior aos gregos, aparece
no Antigo Testamento e também no Novo, de forma figurada significando a vida do
ser humano, conforme Gênesis 46. 27, Jeremias 39. 18 e 45. 5 (também em algumas
traduções consta como vida): Ezequiel 18. 4 e 18. 20, Mateus 16. 26-27, em outras
traduções, também vida: Romanos 13. 1 (aqui pessoa, indivíduo); amplamente no
Antigo Testamento de maneira semântica como coração, como também no Novo
Testamento e na literatura poética secular; ainda hoje a alma é identificada de
forma semântica ─ que tem o poder de
dar nuances ao etimológico das palavras fazendo-as representar ou significar
outras coisas ─, como coração (dezenas de textos), pensamento (muitos textos),
baú do tesouro (Mateus 12. 35-37), depósito (e até ventre ou estômago
(Habacuque 3. 16)... A relevância quanto à questão alma, creio, se tornou mais
que evidente; depois dos fatos que enumerei anteriormente sobre o espírito ─ que pode ser ainda melhor fundamentado
num estudo que se proponha a maior abrangência
─; todavia entendo que o
detalhado aqui sobre o espírito já possibilita entender que espírito e alma não
são a mesma coisa como defendem a maioria dos teólogos, como A. B. Langston (batista
como eu) e muitos outros; quando decididamente o texto sagrado ensina de
maneira clara Tricotomia e não Dicotomia do ser humano, ou a Bíblia
mostra, de maneira distinta: corpo, alma e espírito.
60
Por entender que o assunto alma é
muito importante, e também por constatar que existe de fato essa confusão com
relação à Dicotomia e Tricotomia. Que já discuti acima
tomando por base o espírito ─ como defendem os espíritas ─,
agora o farei exatamente usando como base a alma; e para fazê-lo, nada melhor,
senão usar a obra Fédon de Platão,
que fala de forma objetiva sobre esses assuntos, nos diversos discursos de
Sócrates, seus discípulos e amigos, que aconteceu horas antes dos seus últimos
momentos de vida, quando aguardava o ter que tomar veneno para a sua morte.
61
A obra Fédon de Platão;
constitui-se no que escreveu sobre o relato de Fédon a Echecrates, sobre
o acontecido no dia em que Sócrates tomou o veneno que lhe foi imposto como
forma de pena de morte; conforme o seu julgamento relatado pelo mesmo Platão na
obra Apologia de Sócrates, no qual,
após Sócrates ter discursado em sua defesa, foi julgado por 501 juízes, sendo
281 a favor de sua condenação e 220 contra. Na posterior reunião, no dia da
execução de Sócrates; ali estavam: Sócrates, Apolodoro, Antístenes, Cebes,
Críton, Euclides, Fedon, Símias e Xantipa ─ mulher de Sócrates, que foi retirada do
recinto, por seu descontrole emocional, face à próxima morte de seu marido ─;
e o servidor dos Onze ─ espécie de oficiais de execução penal, e ao
ali presente cabia servir o veneno para a morte do condenado. Machado de Assis em Memórias Póstumas de Braz Cubas, diz que no leito de morte do seu
principal personagem estavam presentes onze amigos; na alusão a esses Onze ─ também, Aristóteles cita esses onze da
execução penal grega na sua obra A
Política ─, presente no dia da morte de Sócrates.
62
Nessa obra de Platão, o
Fédon, a existência da alma é discutida e sistematizada e, é nela que se
fundamenta a doutrina espírita; como já expliquei, e vou continuar
desenvolvendo esse assunto dessa elementar confusão: da alma em Platão e
espírito em Kardec e outras considerações importantes para essa questão, também
no meio evangélico.
63
O Espiritismo, faz esse tipo de confusão ─ justamente porque a doutrina espírita pretende ter sua origem de
sistematização a partir da reencarnação ensinada por Sócrates em Platão ─ embora essa idéia entre os gregos,
seja anterior, em Pitágoras, mas de fato sistematizada em Platão... O Espiritismo em Kardec sistematizou a
idéia da reencarnação no pressuposto da vida continuada do espírito pós-morte
(como se fora um indivíduo, como que transparente), entretanto, não fora assim
em Pitágoras; e Sócrates em Fédon de Platão trabalha essa idéia da
reencarnação a partir da alma (psique), inclusive, a afirmação de Sócrates
quanto à dicotomia humana, quando diz em Fédon, que o ser humano tem tão-somente corpo e alma ─ Prossigamos, então, continuou Sócrates. Não
é verdade que há em nós, precisamente, duas coisas, sendo uma o corpo e a outra
a alma? Que para nós que estudamos o texto sagrado e a filosofia grega,
como Kardec afirma ter estudado; fica muito clara a inconsistência dessa
doutrina que se apresenta como empírica e quer se provar científica ─, quando não resiste a mais elementar análise bíblica e
filosófica, no que, Sócrates em
Platão afirma que o ser humano só de tem alma e corpo; e que a reencarnação
se dá por meio da alma e não do espírito,
conforme já está demonstrado nas considerações que fiz sobre Fédon e procurarei avançar mais no seguimento.
64
Sócrates, nos vários discursos nas
obras de Platão, sempre teve proeminência sobre os demais participantes nos
assuntos discutidos ─ inclusive, como
já comentei no subtítulo Sócrates versus Platão versus o Amor, sobre a obra Fedro ─ quando Sócrates discorreu sobre o mito da parelha alada, que dá a
alma gradações e degradações em função da prática das diversas acepções do Eros (amor) ─, excetuando os últimos deles (os que estou discutindo agora), que
foram parte de diálogos entre Símias, Cebes, Fédon, Críton e outro, cujo nome Fédon disse não lembrar; que aconteceu
na prisão antes da sua morte por ter que tomar veneno, cujo assunto tratado foi
unicamente sobre a alma, conforme a obra de Platão Fédon. Na qual, Símias e Cebes se contrapuseram a Sócrates de
maneira determinante contra a sua argumentação sobre a imortalidade da alma,
que da parte de Sócrates, essa questão não ficou exatamente respondida; até
porque, considerada a degradação moral da alma em função das sucessivas
reencarnações degradantes em animais cada vez piores, a levaria a uma condição
irreversível ─ Quais são, Sócrates, essas maneiras de ser que falas?
─ Por exemplo: as almas daquele que se
entregaram a glutonaria, a devassidão e bebedices, não sendo capazes de
continência, tomarão corpos nas formas de lobos, falcões e milhafres. Ou poderá
haver, segundo o nosso modo de pensar, outro destino para tais almas? ─ Não, é
claro, continuou Sócrates, que, para cada um dos outros casos, o destino das
almas corresponderá às similitudes com que praticam durante a vida? ─ Isso é bem claro, disse ele. Ainda,
nessa questão de uma degradação mais amena ─ Dize-me: em que sentido eles são mais
felizes? ─ Desse modo: a sua migração
far-se-á, de acordo com o que foram, para qualquer espécie de animal sociável e
pacífico, como, por exemplo, as abelhas, as vespas ou as formigas, ou, então,
voltarão para a sua primeira forma humana, para dar nascimento a homem de bem. E no caso da gradação, Sócrates
estabelece aqui em Fédon o
entendimento do Gnosticismo (que foi
no segundo século sistematizado por Plotino), quando disse ─ Quanto à espécie divina, a ela não chegarão
os que não filosofam, os que não se separam do corpo perfeitamente puros: a
ninguém é lícito ali chegar senão ao filósofo. E no seguimento, no
discurso A filosofia e a sua função,
Sócrates mostra ser a filosofia como que a trajetória ascendente daquele que
filosofa na direção da divindade (como mostra no texto transcrito acima); que
concluiria a Idéia do Gnosticismo.
Sendo que seria verossímil essa conclusão de Sócrates; porquanto é evidente nos
seus discursos essa conclusão a partir de sua própria vida e pessoa, que foi de
amor ao saber (conhecimento) e totalmente desprovida de apego às coisas materiais.
E esse seu discurso, como o discurso final de sua defesa no seu julgamento em Apologia de Sócrates, também de Platão.
De igual modo, deveria ser lido por todos os pastores e ovelhas ávidas de poder
e riquezas (os avarentos de plantão).
Quem tem desejos como esses reprovados aqui podem aprender de Jesus e de
seus apóstolos e pelo nível de inferioridade espiritual desses desejos, podem
aprender e também serem repreendidos pelos filósofos gregos.
65
Nos vários argumentos de Sócrates em
Fédon na defesa ou construção da alma como centro, ou a parte mais
importante da dicotomia, corpo versus
alma (o indivíduo binômio, pessoa). Primeiro como que uma espécie de indivíduo número
dois ─ no argumento da Semelhança, o corpo seria o ser humano,
e a alma a parte divina ─, que na morte do número um ela
ganha esse status ou agora não teria
nada a ver com o indivíduo a quem estava ligada anteriormente ─
que embora não seja dito isso por nenhum dos participantes dos diálogos em
Platão ─ no entanto, é clara a inferência, que por
algum tempo, o importante será o próximo corpo em quem essa alma reencarnar, se
humano ou animal ─, ou ele (o anterior) será tão-somente o referencial que
determinará o seu imediato futuro ─
ou o futuro, da até então sua alma ─;
se para gradação (na direção da pureza) ou degradação (descendo a indivíduos
inferiores e até animais). No entanto, há ainda o pressuposto eventual dessa
alma, de alguma forma, ficar presa ao corpo que morreu e se decompôs, que
seria, segundo Sócrates as ditas aparições que acontecem à noite nos cemitérios
(fantasmas dos mortos e/ou o indivíduo ou animal na condição de sem corpo,
mas, contraditoriamente sendo aquele do corpo que morreu), conforme este texto
da obra Fédon de Platão ─ Mas essa corporeidade, meu caro, não podemos
duvidar, pesa; é coisa grave, terrosa, visível! Sendo justamente esse o
conteúdo de tal alma, ela deve sentir-se pesada e atraída para o lado visível,
por medo do invisível ou, como o chamam, o Hades ─ na mitologia grega: morada dos mortos e/ou
inferno, tendo o deus Hades como chefe, havendo ainda a parte mais profunda, o
Tártaro, cujo chefe era o deus com o mesmo nome
─; ela andará entre os monumentos
funerários e as sepulturas, em volta das quais, é um fato, que já se viram
aspectos e sombras de almas: imagens apropriadas das almas de que falamos, as
quais, não tendo conseguido libertar-se do corpo em estado de pureza, mas sim
em estado de participação do visível, tornam-se elas mesmas, em seguida,
visíveis. Há também por parte de Sócrates o entendimento de que a alma
pré-existe antes de qualquer indivíduo, que ao nascer, se torna o invólucro de
uma delas. É lamentável, que os espíritas tomem por base e referência esses
pressupostos sem nenhuma base empírica e de efetiva racionalidade ─ conforme já expliquei no início desse pequeno
Estudo ─ fique tranqüilo, pois vou avançar mais
─; e os chamem de científicos,
quando na realidade, são pura e simplesmente crenças, que não pode ser chamada
de fé, porquanto fé não pressupõe empirismo.
66
Conforme já comentei anteriormente,
a obra Fédon de Platão; fala ou é
basicamente constituída de diálogos sobre a alma; na qual, o batimento desses
diálogos é sistematizada a existência da alma em vários argumentos
(principalmente de Sócrates), que não
vou comentar todos, todavia, vou trabalhar sobre alguns ─ como já fiz quanto ao Espiritismo, cujos argumentos são exatamente os mesmos, só que no
pressuposto de considerar a alma como sendo o espírito.
67
Em Fédon, basicamente os diálogos se dão entre Sócrates, Símias e
Cebes
─ também ao final com
outros ─, que no seguimento Símias e Cebes ao serem instados por Sócrates
a alimentarem a discussão, se na
concordância ou discordância. Símias propôs a alegoria da Harmonia para o binômio corpo e alma, e
fez algumas objeções ao todo proposto por Sócrates, posteriormente foi seguido
por Cebes nas objeções. Sócrates, ao
tomar a palavra, buscou, numa fala plenamente retórica, que consistiu em
desqualificar a alegoria Harmonia
proposta por Símias, entretanto ─
como aconteceu em todos os discursos até o final ─ não se explicou de forma objetiva, física ou
metafísica o que de fato é a alma. Também a sua pré-existência em todo Fédon é balofa (frágil, inconsistente),
até numa exata visão teológica de fé por parte de Sócrates (que a fundamentou) e
dos demais. Quando digo balofa, é pelo fato de não ser explicado ou criado um Mito que a legitimasse plenamente;
também porque a sua pré-existência é totalmente desprovida de lógica ─ porque o seu plural (almas) e
preexistência exigem o seu número quanto ao que existe (o seu número total) ─; porquanto em primeiro lugar, de modo
elementar não passa pela mais simples avaliação estatística populacional
ascendente ─ que é um fato; isso sem
considerar a reencarnação em animais. Necessário seria que paralelo às almas
pré-existentes que reencarnaram; criar novas almas para suprir o excedente
gerado pelo crescimento populacional, ou então o número dessas almas
pré-existentes seria tão grande ─
sendo a população mundial atual, de
mais de sete bilhões ─, necessitando ser de dezenas de bilhões para
suprir essa questão lógica; que geraria em conseqüência uma espécie de eterna
vida sem corpo para as almas excedentes e tornaria essa coisa mais ainda
inverossímil. Sendo isso um fato incontestável à luz de qualquer confissão
matemática, filosófica ou teológica.
68
Considerado esse argumento, fica
ainda mais difícil e até insustentável esse entendimento da pré-existência da
alma; em contrapartida, o que vimos, fragiliza essa Idéia e a conduz ─ corresponder a cada indivíduo que nasce; não
o reencarnar de uma alma pré-existente, mas uma alma exatamente da mesma idade
do corpo ─ a Tabula Rasa, como nos informa o filósofo Empirista John Locke, e com as características intrínsecas que lhe
atribui o filósofo Racionalista René
Descartes.
69
Os que são evangélicos como eu, mas, que
pouco estudam o texto sagrado, a história e a filosofia. Não se escandalizem e
entendam incompatibilidade dessas informações e conhecimentos com a Bíblia,
pois nela são encontrados o batimento e confronto com esses postulados
filosóficos, que foram, inclusive, dados a esses povos, principalmente aos
gregos, por Deus, para servirem de “bigorna”
para a sedimentação do Evangelho... A Bíblia não se preocupou em provar a
existência de Deus, pois, pura e simplesmente apresenta-O como o Deus único e
transcendente, entretanto a filosofia grega o fez. Definição profunda sobre
várias questões, Deus tem capacitado a filósofos, no decorrer da história para
fazê-las, porque o Evangelho é dirigido principalmente aos de menor
conhecimento, conforme Mateus 11. 25-27. Quando falei de bigorna foi porque usei essa figura nos comentários que fiz sobre
as cartas de Paulo aos de Corinto em Estudo sobre hermenêutica.
70
O que disse sobre Deus usar
filósofos para discutir e fundamentar questões que possam servir de subsídios
para fundamentação do Evangelho ─ e
já demonstrei isso citando o psicanalista Freud quanto à tricotomia. No
caso da alma o filósofo racionalista, o francês René Descartes (1596-1650)
chamado O Cogito (penso), de maneira
objetiva demonstrou que eu como ser pensante, de fato existo, e essa alma (psique) é a sede dos sentimentos,
diversas realizações e a total depositária de toda a trajetória da vida de cada
um... Você quando olha para dentro de si, não vê ou tem visto (sentido) alguém
ou algo que pensa, planeja, ama, dirige tudo na sua vida e armazena. É essa a
nossa alma que a sentimos dentro de nós, no nosso corpo e também o espírito que
luta contra os nossos atos pouco recomendáveis, tentando administrá-los na
direção do bem ─ coisa muito clara em qualquer introspecção que façamos, conforme
o superego da psicanálise em Freud. Descartes quando questionado quanto a esse
seu COGITO (cogitar, pensar ou alma),
ele produziu a seguinte afirmação: ─ Pode
ser que o mundo não exista, que meu corpo seja uma ilusão, mas uma coisa é
certa: até agora estive duvidando de tudo, e se estive duvidando, mesmo que
meus pensamentos sejam incorretos, mesmo que eu me engane sobre tudo, há algo
do qual eu não posso duvidar: até agora eu estive pensando, certo ou errado,
mas estive pensando. A única certeza que posso ter é que penso, disto não posso
duvidar. Logo se eu penso, eu existo. Cogito ergo sum, penso logo existo.
Ainda que nada mais exista em meu pensamento, minha consciência existe. O que Descartes diz aqui e demonstrou nesse
seu trabalho que sistematiza a alma, foi que dentro de mim (no meu cérebro)
existe um algo pensante. Que ele para agravar conjetura, pensa, cogita e
desafia ao dizer que esse seu pensar é tão real, que o acontecer do dia-a-dia é
o que poderia ser ilusão; e o pensamento, o real ─ PENSO LOGO EXISTO ou diria eu ─ porque a minha alma e a de todas as pessoas
existe; pois a minha, a sinto existindo viva dentro de mim, que em cumplicidade
com a nossa carne (corpo) luta contra a
imposição moral e ética do nosso espírito que busca nos fazer justos e
agradáveis a Deus.
71
Justamente pelo fato de ser ela (a
alma) que armazena de forma global, e, ou seletiva, conjectura, reproduz de
forma mecânica (gestos, expressões, defesa ou agressão), sublima o armazenado,
evidência no cognitivo ou em expressões da fala, gestos, escrita e etc... E
mais se poderia listar do agir do cérebro, inclusive buscando na ciência
neurológica o mapeamento das regiões cerebrais nos seus lobos, os nomes dados a
essa ou aquela, e suas funções, ainda que ostensivamente estudadas e não
plenamente conhecidas, cujo conjunto, teologicamente entendo como sendo a alma
(psique), que não poderia decididamente a alma ser também o espírito
(sinônimo), e numa análise de todo esse conjunto científico-neurológico, ser
ela a alma. Só restaria agora a chamada pergunta que não quer calar
(novamente o coloquial, para o qual peço desculpas). Qual ou quem é o motor (a
vida que faz todo o corpo funcionar) de tudo isso. A Bíblia responde a esse
questionamento de maneira didática dizendo ser o espírito, que é a vida, como
expliquei anteriormente a partir de Gênesis
2. 7 e outros textos, que reitera essa informação.
72
Do exposto, fica claro que não
caminho de forma exata junto a Descartes para a localização da alma na glândula
pineal; cujo entendimento é o que norteia o moderno postulado filosófico-religioso
do Espiritismo e do específico Racionalismo Cristão, com o qual também
não concordo na idéia da localização específica, e sim no conjunto do cérebro
nas suas funções; embora tenha usado a sistematização dele quanto ao princípio
básico da questão alma registrada acima.
73
Voltando a Sócrates em
Fédon de Platão, entendo que não há verossimilhança no postulado da
preexistência da alma; do outro modo ou diferentemente há logicamente a
pós-existência da alma por um período ─
isso corroborado pelos próprios argumentos de Sócrates em
Fedro e Fédon de Platão ─ e amplamente pela Bíblia ─, que se ajusta a Descartes. Entretanto,
Descartes não viu a alma como uma espécie de fantasma ─ cópia do seu correspondente humano e, quando vinculada a um
animal, não há fantasma em Platão ─,
como também a Bíblia assim não vê. Isso exatamente pelo fato ─ como Sócrates crê e defende em Fédon de Platão ─ a imortalidade
como necessária ─, que de maneira verossímil e lindamente lógica, aponta, não para
a imortalidade da alma como “Princípio”, e sim a possibilidade do ser humano o
ser, que quando mortal recebe essa alma, que guarda tudo o que essa pessoa foi
para identificá-la plenamente no momento em que Deus, por meio do seu filho
Jesus, vier resgatar a imortalidade prometida em Gênesis 2. 17, que segundo
Paulo será restabelecida, conforme I Coríntios 15. 53-54 ─ Porque é necessário que
isso que é corruptível se revista de incorruptibilidade e isso que é mortal se
revista de imortalidade. Mas quando isso que é corruptível se revestir de
incorruptibilidade, e isso que é mortal se revestir de imortalidade, então se
cumprirá a Palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória. Todo esse entendimento sobre a alma ─ que não é o espírito, como crêem os espíritas ─,
se conclui numa afirmação parecida, colocada por Jesus sobre o sábado, e
vou fundir as duas a favor da didática: Assim como o homem não foi criado
por causa do sábado, de igual modo, o homem não foi criado por causa da alma
─ não são os seres humanos invólucros
descartáveis (sem identidade quanto ao que fizeram), quando uma determinada
alma (ou espírito, se considerado como sinônimo ─ dicotomia) os usa em quantos
indivíduos quiserem ─ ou para me aproximar mais desse argumento,
quantos forem necessários ─, e sim, a alma por causa do homem,
para ser nele, não exatamente a sua parte divina, mas a parte que o
identificará durante o período da sua morte (corpo corruptível) até o momento
da ressurreição, quando de maneira definitiva, estará ela, a alma, eternamente
junta com o seu corpo e não tendo por perto ou longe nenhuma outra ou outras
almas vagando sem corpo, como se fossem fantasmas.
74
Porque, como já expliquei no início
do Estudo, é inverossímil, sem
nenhuma lógica, não empírico ou científico, desumano, injusto, absurdo e sem
sentido algum (reiterando o dito anterior), que pessoas maravilhosas, outras
nem tanto, outras terríveis, animais dóceis de estimação, animais ferozes e
outros imundos na sua maneira de alimentar-se; sejam ou tenham sido os vários
invólucros depositários descartáveis, daquela que agora é a minha ou a sua
alma... Nada coerente e aceitável, do ponto de vista de qualquer credo; seja
religioso, filosófico, científico ou qualquer vertente que se apóie na lógica e
no bom-senso. Não obstante, perdoem-me os espíritas sérios pela veemência aqui
colocada, que no entender da defesa de idéias ela só teve essa exata direção.
75
Aproveitando as explicações
colocadas até agora sobre o que é a alma, consideremos ainda de maneira
didática o como entender isso de forma mais simples. Nisso procurarei mostrar
de maneira prática por intermédio de alguns textos bíblicos essa nossa alma,
para qual, muitos fazem uma tremenda confusão... Podemos pensar num baú ou
cofre, conforme a parábola proposta por Jesus, que reproduzirei ou mais
modernamente num disquete ou CD, DVD e Pen Drives; nos quais são armazenadas
todas as informações sobre algo ou alguém, que a semelhança do baú, conforme
Mateus 12. 35-37 ─ O
homem bom, do seu bom tesouro tira coisas boas, e o homem mau do mau tesouro
tira coisas más. (...). Esse baú do tesouro, que na maioria dos textos
bíblicos a alegoria poética é o coração, e até o ventre (estômago) conforme
Habacuque 3. 16; como se o coração ou o ventre fossem exatamente o depositário
─ já disse isso antes ─; de todas as nossas intenções e ações, tanto de mal como para o
bem. Ainda nessa direção, o texto sagrado diz em Apocalipse 2. 2 (à igreja de
Éfeso), 2. 19 (à igreja de Tiatira) e por conseqüência a nós, Ele diz que
conhece as nossas obras ─ as que estão
registradas na nossa alma; que a sua Logus
(Palavra) vê e faz distinção entre essa
alma (psique) e o espírito (pneuma)
e discerne tudo o que está contido nessa alma, que para Ele estão sempre
nuas e patentes aos seus olhos, conforme Hebreus 4. 12-13 ─ Porque
a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de
dois gumes, e penetra até a divisão de alma e espírito, e de juntas e
medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração.
Notem que o escritor aos Hebreus identifica plenamente alma e espírito como
sendo coisas distintas, quando diz que a palavra de Deus é mais cortante que
uma espada de dois gumes, que define a existência da alma e do espírito, pois
penetra entre ambos, e para evidenciar o existir dessa alma, fala dos
“pensamentos e intenções do coração” (que para nós hoje é redundância), que são
exatamente os atributos ou a própria alma no seu existir poético, pois coração
não pensa e sim reage com pulsações aos traumas, as contradições e felicidade
da alma... Paulo, seguindo a mesma alegoria do que dissera Jesus sobre o baú do
tesouro, disse em II Timóteo 1. 12 ─ Por
essa razão sofro também estas coisas, mas não me envergonho; porque eu sei em
quem tenho crido, e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu
depósito até aquele dia. Aqui
novamente a alma como depósito ou o depositário de tudo relacionado com o ser
humano. Nesses textos acima, também ─
como falei da analogia com o disquete, CD, DVD e Pen Drives ─,
na nossa alma estarão contidas todas as informações referente a cada um de nós,
e irão até o dia do juízo, conforme Apocalipse
14. 12-13 e 20. 12-13... Desde agora, quando da nossa morte; o nosso
espírito volta a Deus, a nossa alma com todas as informações da nossa vida
aguardarão; como está de forma alegórica em Apocalipse 6. 9, o dia da
ressurreição, para junto com o espírito receber o corpo incorruptível (I
Coríntios 15. 50-58 e I Tessalonicenses 4. 13-18), quer para a glória eterna
como para a perdição eterna...
76
Basicamente todos os credos
filosóficos e religiosos espíritas e espiritualistas trabalham (defendem) a
reencarnação e a imortalidade da alma... Não tinha e não tenho a intenção de
objetivamente tratar agora o desdobramento disto, que é o assunto salvação versus perdição, que remete ─ uma discussão teológica séria,
possível e amplamente documentada na Bíblia ─,
para a morte ou não da alma no juízo final. Entretanto, como se falou de
reencarnação em animais, e isso consta dos principais credos espíritas, exceto
o de Kardec... Na Bíblia se tem a informação clara e objetiva da existência de
alma e espírito.
77
Ainda, dentro da denominação semântica
da alma como coração ─ que ainda persiste no que se escreve e
em basicamente todas as falas que estão sendo gravadas presentemente sobre tudo
e em todas as línguas ─; na sua forma
poética entendida modernamente, que no passado era entendida como a real sede
dos sentimentos. É talvez para nós hoje o maior e melhor balizamento para se
entender plenamente a importância da semântica em perceber o que não é
exatamente etimológico, demandando uma melhor avaliação hermenêutica de
tudo o que examinamos para a efetiva interpretação. No que essa questão
semântica quanto ao coração, que é exatamente a alma (psique), quando hoje, por conseqüência dos transplantes de coração;
de forma plenamente empírica sabemos que a pessoa transplantada não passa a ter
os pensamentos e tudo da psique
daquele que foi o doador...
78
Já que cheguei até aqui, embora
feito acima a comparação da alma com a informática e as suas formas de
armazenamento, tenho que caminhar um pouco mais sobre a alma e o seu
desligamento do corpo. Que a princípio, obviamente, como o detalhado anteriormente,
a alma no ser humano é o conjunto do seu cérebro, que eu chamo de
sensorial ─ a que vê, ouve e sente todas
as coisas; o cognitivo ─ o que pensa,
avalia, conjectura, armazena ou não e etc; o orientador ─ o que toma as decisões, coordena atos e ações
continuadas; o motorizador ─ o
que em tudo comanda e motoriza todas as
ações mecânicas, inclusive as metabólicas, ainda que autônomas, pois fazem
parte do todo do ser humano enquanto vivo.
79
Quanto à alma e a sua localização no
cérebro, considere também a alegoria de Paulo em Efésios 6. 17a, quando
vinculou de forma alegórica a salvação da alma ao capacete do soldado, cujo
objetivo é o proteger a cabeça, onde está o cérebro, que no seu conjunto é a
alma (já explicado), que também é o indivíduo junto com o corpo... Paulo, sem o
saber exatamente ─ porque naquela
época o coração era entendido fortemente como sede dos sentimentos ─,
preferiu usar o capacete como elemento de proteção da salvação da alma e não a armadura, que é o que protege
o coração e não o cérebro. Que morrendo o corpo (volta ao pó) com a também
deterioração do cérebro; quando todas as informações nele contidas ─ entendo eu, a partir do ensino do texto
sagrado ─, que voltando o espírito a
Deus que o deu, leva até o Pai todas as informações dos seus feitos como
indivíduo, anteriormente contidas no cérebro, que é a alma (dos salvos e os não
salvos), que ficarão guardadas até o arrebatamento (para alguns) e para outros o
posterior juízo final, do qual participarão todos os outros seres humanos,
conforme Mateus 25.31-46, João 5. 24-29, I Coríntios 15. 50-58, I
Tessalonicenses 4. 13-18, Mateus 16. 27, Romanos 2. 6-7 e I Pedro 1. 3-4.
80
O CORPO
─
Que os espíritas consideram indevidamente como uma espécie de invólucro
descartável do espírito ─ numa conclusão e entendimento totalmente
dissociado do coerente, lógico, justo e até humano ─, pois considerar que diversas pessoas que já viveram, e outras
que viverão; não foram ou serão absolutamente nada e sim um negócio humano que
será usado a serviço de um determinado espírito e posteriormente descartado,
ainda, um conglomerado de elementos químicos, que tem metabolismo e pensa;
todavia, defende-se que pelo qual, um espírito desajustado precisa passar para
ver se consegue melhorar-se. Não! O corpo, ou o ser humano é o algo mais
importante da obra de Deus ou assim Ele nos valoriza, embora tendo nós os seres humanos decepcionado a
Deus, Ele, pelo seu grande amor, inclusive, demonstrado. Deu seu filho
unigênito para morrer por toda a raça humana, e não esqueçamos que em nenhum
texto bíblico é dito que Deus se preocupe com o espírito ou que Jesus tenha
morrido pelo espírito de alguém. Essa valorização do espírito em detrimento do
corpo, nesse pormenor, porquanto é o espírito (de cada um de nós) uma fração do
Espírito de Deus, conforme explicarei ao final desse Estudo. A idéia de cada um
de nós, durante toda a nossa vida, ter ou sermos o depósito eventual de
purificação de determinado espírito é a maior e mais perniciosa heresia, só se
comparando com a da idolatria inventada pelos inimigos do Evangelho do Senhor
Jesus. Coisa essa plenamente clara e elementar no texto sagrado... Sendo o mais
errado e abominável para Deus foi e é o invocar a mortos ou o espírito deles;
porque você que estuda a Bíblia com seriedade sabe não haver no texto sagrado o ensino de que o espírito
de cada pessoa tenha a identificação posterior com o indivíduo a quem pertenceu;
porquanto, o espírito de cada pessoa busca ensinar e instruir o indivíduo
somente enquanto nele está; não sendo, decididamente, passível de
corromper-se, diferentemente a nossa alma é a que tem a intrínseca relação
com o nosso corpo ou a alma é a identidade do corpo e a que pode corromper-se por intermédio
dele; porquanto, não há corpo sem identidade, pois é por intermédio do corpo
que o indivíduo existe e pratica todos os atos dignos e/ou indignos, e por
conseqüência e inferência não existirá
identidade no espírito, e sim na alma junto ao seu único e devido corpo.
81
O ter falado sobre tricotomia
humana, principalmente falar do espírito e até porque é ele o centro desse
subtítulo na avaliação corpo versus
espírito, que é algo pouco estudado, por conseqüência, pouquíssimo entendido,
todavia creio que o trabalhado nesse estudo sobre espiritismo, já cumpriu a sua
finalidade, senão? Poderei de forma mais específica nessa ou naquela direção;
nesse ou naquele momento, numa linguagem mais didática ─ depois do que se tem aqui ponderado... Até
porque, não evoluímos na direção de identificar as ditas manifestações
específicas espirituais e paranormais do universo do Espiritismo, Espiritualismo
e da Parapsicologia.
82
Quanto ao corpo, que é a base desse
tópico, tem-se na psicologia e na psiquiatria a identificação de uma patologia
(doença) chamada Psicossomática ─ psico
(da alma) e ssomática ou somática (relativo a corpo), na qual, os
problemas de ordem psicológica (da alma) interferem no metabolismo do corpo,
demandando, não somente o acompanhamento psicológico, mas também o possível e
necessário uso de medicamentos, nas psicopatologias,
graças a Deus, quando nos efeitos psicossomáticos
positivos... Observe que de forma empírica temos aqui mais uma vez a perfeita
também identificação da alma e corpo como sendo distintos, mas plenamente
associados no seu metabolismo e todo o comando exercido pela alma, conforme o
detalhado no subtítulo acima, e também concomitantemente dissociados do
espírito, cujas ações não são intrínsecas da alma e do corpo, e sim a de
orientar tentando conduzir ambos para o que é justo, bom e moral ─ assim é o espírito de cada um de nós, que não
se corrompe, porquanto é uma fração do Espírito de Deus, que a Ele retorna na
morte de cada pessoa... O indivíduo é o corpo e a sua alma, o seu cognitivo
(psique) que também é a sua, como que, impressão digital (identificação,
individualização); aquilo (conjunto): que torna, sine qua non, coerente, quiçá verossímil ─ dentro da lógica do que estamos
avaliando ─, os postulados do filósofo Epicuro, em quem não há reencarnação e
nem ressurreição ou os ensinamentos de Jesus e seus apóstolos a: A ressurreição
em detrimento da reencarnação... Como disse, a alma (cognição) é aquilo que
identifica o cidadão em tudo que ele foi e é em todos os detalhes de sua vida;
sendo a alma uma para cada ser humano.
EXPOSIÇÕES CONCLUSIVAS SOBRE O ESPIRITISMO
83
Creio que esse estudo ganhou certa
extensão, quando na realidade não era essa a intenção, todavia tenho que me
estender mais um pouco para poder concluir. E nesse concluir buscarei trabalhar
a efetiva prática do Espiritismo no
seu sentido mais elementar, buscando mostrar que na maioria dos casos, nós
somos enganados exatamente a partir de conceitos populares e/ou culturais; os quais,
nós, os estudiosos de plantão temos tratado de forma relativa e não percebendo ─ pela nossa falta de conhecimento ─, o perigo desses ensinamentos que colidem
com o que a Bíblia ensina.
84
Nós evangélicos, principalmente
pastores falamos muito do chamado culto familiar, e essencialmente o vemos com
uma cara operacional de rigidez ritualista ─
não estou falando contra o culto familiar. Se você está lembrando, no início,
quando falei sobre o sincretismo do povo romano, abordei a crença deles nos
espíritos familiares: ditos espíritos dos entes queridos mortos, que para eles eram
denominados de numes ou nominas, que nas casas ou moradias eram
chamados de lares ou exatamente os
espíritos familiares, de onde deriva a palavra lar. O culto a esses ditos
espíritos era realizado em volta de uma mesa e a beira da lareira... Contemporaneamente
os espíritas praticam O Evangelho no lar,
que é mais ou menos o culto dos romanos aos espíritos lares, de igual modo parecido com o nosso culto familiar. Quando
digo parecido é porque parece mesmo: lê-se a Bíblia, o Evangelho segundo o Espiritismo e textos psicografados de Chico Xavier, se faz considerações sobre a
doutrina espírita e orações a Deus circunscritas a esse entendimento
doutrinário.
85
Quando falo do perigo de certos
ensinamentos, tenho em mente todo o arcabouço dos rituais ─ também tenha a certeza de que em momento
algum me esqueço dos grupos ditos evangélicos que usam o nome de Jesus para
ganhar dinheiro ─, entretanto, no
momento quero me deter no que diz respeito ao Espiritismo... Quanto à prática do espiritismo, de alguma forma,
isso já é conhecida da maioria das pessoas, pois a temos presente no cinema, no
teatro e na televisão. Isso de certa forma contribuiu para o senso comum de que
existem espíritos familiares, sendo essa crença a regra básica do Espiritismo, todavia falando-se
especificamente do Espiritismo, há no
posicionamento deles algo interessante para nós evangélicos, porquanto embora
eles creiam e pratiquem o invocar espíritos de mortos; de maneira carinhosa
rejeitam as ditas entidades da Quimbanda,Umbanda,
Candomblé, Bruxaria e Magia Negra; e de outro modo, mas na
mesma direção, para quem estuda a Bíblia, ela mostra que não seria possível a
existência da dita pomba gira, pois todos sabem que não existe demônio (anjo caído)
mulher... Quanto à crítica que faço a diversas religiões. Note que as faço de
maneira respeitosa ─ dentro de
parâmetros do Direito de Liberdade de Expressão em emitir opinião sem
anonimato, coisa essa perfeitamente salutar ao convívio democrático de um País
de cidadãos livres.
86
Como já ponderei de maneira veemente desde o
início, não existe nenhuma possibilidade da vinda do espírito de quem quer que
seja que já tenha morrido, entretanto Satanás e seus anjos podem e têm se
apresentado em centros de quimbanda,
umbanda, candomblé e espíritas e das mais variadas formas que
possam ser receptivos aos ligados a esses credos... Aproveito para informar que
até ressalvando e levando em conta o uso por parte de Sócrates da palavra grega
daimonion ─ em Homero daimon ─, segundo ele uma espécie de espírito
que o protegia em decisões a tomar: vide Fedro,
Apologia de Sócrates e O Banquete, de Platão; palavra essa:
depois registrada na Bíblia, daimonion
(grego, δαιμόνιον) e traduzida para o português como demônio. Teve por parte de
Sócrates a identificação com espíritos, que ele entendia como uma espécie de
ente protetor ─ entendimento esse,
possivelmente advindo de Anaxágoras no seu noús
(grego, νούς) ─; quando diz em Fedon de
Platão ─ Anaxágoras (499-428 a C.),
em quem se aventou a idéia do noús, a
razão (grego. νούς), uma espécie de espírito controlador, que corresponderia ao
elemento “éter” em Aristóteles ─ ou mais bem próximo do Deus providência de
Voltaire. Que Sócrates no seu diálogo com Símias e Cebes em Fédon de Platão, Apud, obra de Anaxágoras, diz o seguinte: ─ Ora,
eis que um dia ouvi a leitura de um livro que era, segundo se dizia, de
Anaxágoras, e onde se dizia o seguinte: “É o espírito que, de modo
definitivo, tudo pôs em ordem; é ele a causa de todas as coisas” (sendo
exatamente isso que ensina a Bíblia). Tal causa constituiu uma alegria para mim;
parecia-me que, em certo sentido, havia vantagem em fazer do espírito uma causa
universal: se é assim, eu pensava, esse espírito ordenador, que realiza
justamente a ordem universal, deve também dispor da melhor maneira que puder
cada coisa em particular; (...). E estas minhas esperanças eu não as teria trocado
por nenhum ouro desse mundo! Com que avidez eu me apoderei daquele livro! Eu o
lia o mais depressa possível, a fim de estar logo a par do melhor e do pior. E
eis que, ao contrário do que esperava, foi-se a maravilhosa esperança!
Distanciei-me logo enormemente. Então, avançando na leitura, descubro um homem
que nada faz do Espírito, que não lhe atribui nenhum papel nas causas
particulares da ordem das coisas, alegando, ao contrário, a esse propósito,
ações do ar, do éter, da água e dando numerosas outras explicações
desconcertantes.
87
Tendo eu, de alguma forma, aceitado a idéia do
espírito controlador de Anaxágoras, como Sócrates, que não defendia a
existência o átomo, como Epicuro (341-270 a. C.); divergiu de Anaxágoras;
porque entendeu como contradição dele, aceitar esse espírito controlador e a concomitante
idéia dos elementos, que foi posteriormente sistematizada em Aristóteles como sendo quatro, que pela sua importância como filósofo, fez com
que a humanidade estacionasse nesse conceito por mais de dois mil anos em
detrimento do átomo. Todavia quanto à reencarnação a vinculou à alma (psique), mas no texto bíblico os únicos
poderes sobrenaturais que não seja o Espírito Santo do Senhor que agem junto
aos humanos, são os anjos fiéis a Deus (anjos) e os infiéis (chamados na Bíblia
de demônios).
88
Nesse final de estudo sobre o espiritismo,
no qual, quando falando da alma, o fiz de forma veemente, e ao concluir sobre a
alma pedi desculpas às pessoas sérias que professam essa religião, pela veemência necessária como tratei o assunto, e em
contrapartida falei do grande mal-estar que tenho para com os que defendem a
chamada Doutrina da Prosperidade...
89
Quero agora, ao final, numa espécie de
digressão histórica, mostrar mais uma vez
─ dessa vez comparando-a com o Espiritismo e o Epicurismo ─, o quanto é perniciosa e nada cristã
essa doutrina (a da Prosperidade). Porque quando comparamos a doutrina da
reencarnação nos pressupostos de Sócrates
em Fédon de Platão ─ o espiritismo
segue os mesmos pressupostos ─, vemos
que embora a reencarnação diga que você enquanto indivíduo, não se perpetuará e
sim a sua alma, que deixará de ser sua
para reencarnar em outra pessoa; isso não tem feito que a maioria dos que
defendem essa doutrina e entendimento, sejam na sua maioria avarentos,
depravados, incessíveis e apegados a esse mundo. Coisa que seria
perfeitamente compreensível do ponto de vista da maldade humana, considerando
que o futuro pós-morte dessa pessoa não seria o seu e sim o da sua alma.
Entretanto foi o pai ou sistematizador da reencarnação, Sócrates, que no dia em
que foi condenado, exatamente por ser contra a busca dos prazeres, poder e
riquezas, disse no final da sua defesa. Na qual censura os que o julgaram e
condenaram, dizendo, inclusive, que com isso, eles não tinham conseguido
prejudicá-lo; e os convidou, de maneira provocativa e irônica; a que fizessem
com seus filhos (que ainda continuariam entre eles) o mesmo que ele fizera, quanto aos seus
ensinamentos contra o amor às riquezas e demais coisas fúteis, quando ao ser
contra tais coisas eles o acusaram e condenaram à morte; pois, se era ruim o
que ele ensinara; para vingar-se dele, fizessem o mesmo com seus filhos; disse,
conforme consta da obra A Apologia de
Sócrates de Platão, na parte primeira, seção XXX ─ Não foi com esse pensamento, entretanto, que
eles me acusaram e me condenaram, pois acreditavam causar-me mal. Por isso é
justo que sejam censurados. No entanto tudo que lhes peço é o seguinte:
Quando os meus filhinhos ficarem adultos, puni-os, ó cidadãos, atormentai-os do
mesmo modo que eu vos atormentei, quando vos parecer que eles cuidam mais das
riquezas ou de outras coisas que da virtude. E, se considerarem que são alguma
coisa e não são nada, reprovai-os, como eu a vos; não vos preocupeis com aquilo
que não lhes é devido. E, se fizerdes isso, terei de vós o que é justo, eu e
meus filhos. Mas, já é hora de irmos: eu para a morte, e vós para viverdes.
Mas, quem vai para a melhor sorte, isso é segredo, exceto para Deus. Na mesma direção, vemos nos ensinos de Epicuro,
o pai do Epicurismo ─ que defende que não há reencarnação
nem ressurreição, porquanto no entendimento dele, morreu, acabou tudo ─,
vêem-se as mesmas ponderações contra futilidades, amor às riquezas e coisas menores
desse mundo; e para não me estender muito fiquemos somente com dois dos seus sérios
aforismos ─ Alguns dos desejos são naturais e necessários; outros são naturais e
não necessários; outros nem naturais nem necessários, mas nascidos apenas de
uma vã opinião. O segundo,
quando ensinando a seu discípulo ─ Se
queres enriquecer Pítocles, não se lhe acrescentes riquezas: diminui-lhe os
desejos...
90
Esses conceitos e maneira de
proceder; que vimos em pessoas que não acreditam em ressurreição, para nós os
evangélicos, deveria ser de maneira geral exatamente o nosso, entretanto é
lamentável e triste, que o Senhor Jesus tenha morrido e ressuscitado, para que
também ressuscitássemos para herdar a vida eterna; estranhamente a maioria dos
que dizem professar o seu nome, está, diferente e obstinadamente buscando
riquezas e amando cada vez mais a esse mundo. Por esse motivo, tenho sido
repetitivo na crítica a esse procedimento em vários subtítulos desse Trabalho
(Estudo) e outros Blogs, justamente por entender que isso é de suma importância
e uma lamentável contradição da maioria daqueles que dizem que amam e seguem a
Jesus.
O INVOCAR MORTOS E O TEXTO SAGRADO
91
O desconhecimento do texto sagrado
e da sua correta interpretação tem levado várias pessoas a cometerem erros
sérios quanto ao que ele ensina... Esse estudo parece que veio a calhar, pois
precisava ajudar a um irmão da nossa igreja quanto ao estudar a Bíblia com mais
profundidade... Para que você tenha a idéia de como precisava de algo assim;
esse irmão, como muitos, têm idéias muito superficiais sobre a Bíblia e seus
ensinamentos, e quando conversávamos; num dado momento ele me perguntou se
Moisés havia morrido; e tendo eu dito que não, esse irmão lançou sobre mim uma
serie de imprecações e depois de eu também ter afirmado que havia um modo de
explicar o episódio da consulta de Saul à necromante de Em-Dor ─ que tem implicações com a dita morte de
Moisés, como mostrei ─; a palavra mais amena desse irmão para comigo foi a de
me chamar de “Achólogo”, porque
segundo ele Moisés morrera e o espírito de Samuel veio até a necromante e Saul;
todavia não me importei com isso, porquanto, o próprio Jesus foi rejeitado e
expulso de Nazaré e é muito comum pessoas de pouco conhecimento ─ sobre isso ou aquilo ─, emitirem opinião radical
inconseqüente... Eu disse àquele irmão que havia uma maneira correta de
explicar essa consulta na busca de falar com Samuel que já havia morrido, então
tenho que fazê-lo!
92
Como demonstrei na transcrição do
estudo sobre a morte de Moisés, há coisas que foram determinadas por Deus, que
depois o próprio Deus as modificou; todavia quando Deus proíbe uma determinada
coisa e não a modifica e pelo contrário a reitera, isso quer dizer que essa
proibição tem que ser levada a sério mesmo. Apenas para lembrar que Deus muda a
favor do homem, temos em Ezequiel 18. 2-4
─ Que queres vós dizer, citando na terra de
Israel este provérbio: Os pais
comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotaram? Vivo eu, diz o Senhor Deus, não se vos
permite mais usar deste provérbio em Israel. Eis que todas as almas são minhas;
como a alma do pai, assim também a alma do filho é minha: a alma que pecar essa
morrerá. Esse provérbio citado aqui, esta a partir da parte c do segundo
mandamento (Êxodo 20. 5 e Deuteronômio 5. 9), na qual Deus dissera que vingava
a iniqüidade dos pais nos filhos; que em Jeremias 31. 29-30 e nesse texto
transcrito acima Ele disse posteriormente que o estava modificando.
93
O não invocar a mortos foi desde o
princípio uma séria proibição de Deus; e o próprio Saul já havia mandado matar
os necromantes e adivinhos (I Samuel 28. 9), no entanto ele foi justamente a uma dessas pessoas que consultava a mortos,
e pediu que ela lhe trouxesse a Samuel ou que chamasse seu espírito... Para
melhor explicar essa questão começo primeiramente pela rejeição de Saul por
Samuel e pela autoria dos livros de Samuel. Se começarmos a ler os livros de
Isaías, Jeremias, Ezequiel, Joel, Amós, Obadias, Naum, Habacuque, Ageu,
Zacarias e Malaquias, claramente saberemos que os autores desses livros foram
os próprios profetas. No caso dos livros de Samuel, ao lermos o livro já de
início identificamos não ser o profeta Samuel o seu autor, e se alguma dúvida
pudesse haver sobre isso ela terminaria no capitulo 25 do primeiro livro, que
fala da morte dele... A primeira consideração que quero fazer foi a obvia falta
de autoridade sacerdotal acontecida após a morte de Samuel. Enquanto Samuel
ainda estava vivo, ele era profeta e juiz em Israel, com autoridade reconhecida
e acatada pelo rei ou qualquer outro poder da nação. Tanto que ele deu ordem a
mando de Deus a Saul para que destruísse totalmente os amalequitas, aquele povo
que se opôs a Israel após a sua saída do Egito, conforme Êxodo 17. 8-16 e
Deuteronômio 25. 17-19, e não tomasse nada deles como despojo, porém Saul
poupou o rei Agague e tomou o melhor dos despojos. Por esse motivo ouviu de
Samuel: ─
Samuel porém disse a Saul: Não voltarei contigo; porquanto rejeitaste a
palavra do Senhor, e o Senhor te rejeitou a ti, para que não sejas rei sobre
Israel (I Samuel 15. 26).
94
A partir desse acontecimento, Saul
foi abandonado por Samuel, que depois de algum tempo morreu, e também Deus não
respondeu a Saul através de sonhos nem por Urim (sortes) nem por profetas. Essa
situação emocional de Saul, num momento grave em que os filisteus lhe vieram
fazer guerra com um grande exército o levou a apelar para uma necromante, que
ele sabia ser coisa abominável diante de Deus (leia todo o capítulo 28 de I
Samuel)... Eu disse anteriormente que essa consulta de Saul àquela necromante é
perfeitamente explicável.
95
A primeira consideração a fazer
nessa direção é que o acontecido naquela consulta foi exatamente o que
continuou acontecendo e acontece hoje em todas as invocações de espíritos de
mortos, seja na visão espírita dos espíritos familiares ou na das chamadas
entidades da Umbanda, Quimbanda e Candomblé; pois se o pressuposto do entendimento dos praticantes
dessa abominação (segundo a Bíblia) é o de que ─ no caso dos espíritas, os espíritos de mortos; e para as outras
ditas religiões espiritualistas, a das chamadas entidades... Uma coisa muito perigosa
está posta para esses, que é o não poder provar quem exatamente vem, fala,
promove até manifestações e conseqüências sobrenaturais ─ que
inclusive a Parapsicologia mostra
evidências de forma empírica... Eu respondo a essa questão de maneira tranqüila,
porque a Bíblia se preocupou desde o início a dar resposta para isso, pois
qualquer manifestação sobrenatural ─ que
pode ser medida cientificamente e até
ser usado para fins políticos e de segurança, como já foi usado em alguns
países, veio, vem, ou virá: por meio da ação do Espírito Santo de Deus, que
não deve ser confundida de maneira alguma com nada dessas coisas demoníacas, e
essa ponderação está colocada aqui por ser a única manifestação Espiritual
possível, porquanto, espíritos de mortos não voltam e nem se comunicam com os
humanos. As outras duas manifestações sobrenaturais sancionadas pelo texto
sagrado são as de anjos, que quando acontecem por parte dos anjos fiéis a Deus;
eles se manifestam de forma física. Já a manifestação dos anjos infiéis ─ as manifestações descritas anteriormente ─;
é a que acontece no invocar espíritos de mortos e ditas entidades que sempre
acontece a partir do engano, nas quais eles se apresentam por meio dos chamados
médiuns exatamente se apresentando como sendo aquela pessoa ou entidade com
quem se quer falar.
96
Voltando objetivamente ao texto que
narra a consulta espírita feita pelo rei Saul. Gostaria de chamar a atenção do
irmão que me chamou de achólogo e de
outros que querem entender a Bíblia sem o devido estudo profundo de todo o seu
conteúdo e as demais nuances da fermenta hermenêutica, quando digo que isso ou
aquilo é assim; entenda primeiramente, ter eu seguido os pressupostos aqui
enumerados; coisa essa, sem falsa
modéstia é o que compõe basicamente todos os meus Estudos postados na Internet,
que aí estão para serem estudados, avaliados e contestados, da maneira mais
radical que se entenda necessária, entretanto com respeito e pleno fundamento,
como dignamente faço. No parágrafo acima eu disse que a consulta do rei Saul a
necromante foi exatamente como e da mesma forma como é feita hoje em qualquer
centro espírita... A você meu irmão que torce o nariz para aquilo além da sua
capacidade de entendimento, e outros
entendem ser tudo o que está escrito na Bíblia aquilo sancionado por Deus ou
que deva ser seguido literalmente; entenda decididamente que a coisa não é
assim, como por exemplo, o que está registrado em Mateus 27. 5 ─ E tendo
ele atirado para dentro do santuário as moedas de prata, retirou-se, e foi
enforcar-se (vá e faça o mesmo seria a forma estúpida de entender o texto).
Esse versículo é muito usado por pastores para exemplificar a necessidade do
profundo estudo do texto sagrado. Seguindo o raciocínio do início desse
parágrafo, procure lembrar o que você já viu sobre isso, seja num centro
espírita, no teatro, no cinema ou numa novela na televisão, e me responda se
não é exatamente assim? Alguém que está na mesa ou em pé no caso das outras
crenças espíritas, e num dado momento começa a falar com o timbre e entonação
ou exatamente copia da voz da pessoa que se pretende ouvir ou daquela entidade que
foi chamada... Voltemos ao texto de I Samuel 28, que reitero, leia todo
capítulo; do qual vou trabalhar dois versículos para mostrar como aquele
procedimento é o mesmo de hoje e conseqüentemente aquele que vem e fala é um
anjo rebelde... Em I Samuel 28. 11 ─
A mulher então lhe perguntou: Quem
farei subir? Respondeu ele: Faze-me subir Samuel. É exatamente assim que
sempre aconteceu e acontece em toda consulta a mortos; a pessoa diz a quem quer
ouvir, e o Diabo e seus anjos providenciam imediatamente o satisfazer esse
desejo através de pessoas que de maneira sincera se deixam usar como médiuns.
Ainda, em I Samuel 28. 14 ─
Perguntou-lhe ele: Como é a
sua figura? E disse ela: Vem subindo um ancião, e está envolto numa capa. Entendendo
Saul que era Samuel, inclinou-se com o rosto em terra, e lhe fez
reverência.
97
Tendo você já lido o capitulo 28 de
I Samuel ou se está lendo agora e entendeu ou está entendendo que Saul viu a
Samuel; leia o texto várias vezes; primeiro esquecendo-se de tudo que achava
que entendia e preste a atenção às duas frases
sublinhadas acima, e procure entender como alguém pode perguntar as
características da pessoa que conhece se a está vendo, ou ainda, tendo a
necromante dito que era um ancião com uma capa, ele entende que corresponderia
a Samuel... As frases sublinhadas acima e o já explicado definem de maneira
clara que Saul não estava vendo absolutamente nada; e quanto a isso não há
nenhuma novidade, pois é exatamente assim que acontece em qualquer desses
lugares ─ você diz com quem quer
falar ou ouvir, e alguém com entonação e voz parecida da pessoa da pessoa morta
fala... No caso das ditas entidades; com aqueles trejeitos, bebendo, fumando
charuto ou cachimbo, e com voz rouca e amedrontadora... Vou aproveitar para
trabalhar aqui mais um pouco de hermenêutica...
98
Quem estuda a Bíblia com seriedade
conhece toda a história de Saul e como se analisa cada personagem, suas
funções: sejam administrativas, militares de mando e as subalternas. Sabe
também que o rei Saul era pessoa de comportamento violento, de péssimo
sentimento de justiça e muito afeito à arbitrariedade e o descumprimento de
regras. No caso de agir de forma
arbitrária, tivemos na injusta matança dos sacerdotes de Nobe (I Samuel 22. 6-23), a evidência de como Saul
era arbitrário e não admitia ser contrariado... Isso pode explicar e fazer ser
entendido o porquê não houve nenhuma contestação objetiva quanto ao ato abominável
de Saul em consultar uma necromante, todavia, como estive mostrando nas duas
frases do relato daquela consulta (I Samuel 28. 14), o escriba que narrou o
evento certamente gostaria de contestar veementemente, pois era ligado aos
sacerdotes e profetas, buscou, de alguma forma, mostrar que o relato de Saul a
ele, para que fosse escrito; deveria mostrar claramente o que aconteceu e
acontece nesse tipo de consulta, na qual é o necromante ou médium dizer o que
está vendo e reproduzir o que estaria dizendo o morto consultado, conforme I
Samuel 28. 14c, quando registrou ─ Entendendo Saul que era Samuel, ou seja, a
mulher falou sobre o que teria visto e Saul, como diz o texto, entendeu que
era Samuel... A fala da necromante a Saul, como se fora de Samuel, foi mais
ou menos a mesma que Samuel havia dito a Saul, quando da volta da guerra contra
ao amalequitas, conforme I Samuel 15. 10-31, no que se conclui que
possivelmente Saul nem precisaria relatar ao escriba exatamente o que ouviu da
necromante ou até nem prestou atenção ao que ela dizia, quando notou que era
mais ou menos a mesma ponderação severa que Samuel lhe havia feito antes da sua
morte, coisa que já era do conhecimento dos escribas e inclusive já estava
registrado nos anais de Israel.
99
O que estou dizendo aqui não é
fruto de especulação e sim exatamente a maneira inteligente e correta de se
analisar um determinado texto, para que se tenha uma idéia real do que se
pretendeu informar ao se produzir àquela informação.
100
Preocupo-me com posicionamentos como o
desse irmão, de outros e até de teólogos que ao invés de se aplicarem ao estudo
sério da Bíblia se fanatizam com conclusões não bem fundamentadas e
aleatoriamente se escudam no que chamam Deus ser soberano e ficam dizendo isso
para tudo que não entendem: Deus é soberano, Deus é soberano, Deus é
soberano... Claro que Deus foi, é e será eternamente soberano! Só que uma coisa
é uma coisa e outra coisa é outra coisa; e a soberania de Deus principalmente
se manifesta nas suas proibições, que são exatamente o dizer não cometa esse
pecado, para que, objetivamente estou chamando a atenção para o pecado de
invocar espíritos de mortos. Essa advertência com relação a esse consultar a
mortos, também é válida para a consulta feita por evangélicos a ditos profetas,
que podem ser falsos profetas, por meio dos quais, Deus não fala, e se alguma
coisa falsa é dita; será fruto da pretensa e carnal habilidade dessa pessoa ou
o pior, o estar esse falso profeta sendo usado por Satanás. Sabemos que nenhum
feiticeiro, adivinho, cambono, exorcista, líder mediúnico, médium, ou seja,
quem for, pôde ou poderá trazer de volta o espírito de quem já morreu, no que,
tão-somente essa pessoa, por engano ou conveniência, poderá fingir ou
efetivamente falar através de uma ação demoníaca, e não por nenhum espírito de
alguém que já morreu e possa voltar.
101
Já estando concluso esse Estudo, espero que todos tenham entendido a
maneira ampla como o substantivo espírito é usado e a sua devida interpretação
dentro do contexto da fonte escrita na qual ele aparece, e da efetiva intenção
de quem escreveu, seja numa frase ou num extenso parágrafo. Para exercitar
isso, lhes sugiro principalmente os escritos de João e de Tiago e de um modo
especial o texto de I João 4. 1-5 e vocês verão o quanto é interessante e
imperioso estudar sobre esse importante substantivo, o espírito... E aos
Espíritas ─ pelos quais tenho grande
respeito ─, decididamente entendam
que a veemência de minhas contestações aqui reproduzidas é tão-somente, e
exatamente de sincera retórica teológica argumentativa, e sem, absolutamente,
intenção de ofensa.
102
Em atenção a esta necessidade;
postarei num futuro próximo, um novo Blog específico sobre o Espírito Santo do
Senhor, cujo título será O Fracionamento do Espírito Santo e de
alguma forma, será uma ampla repaginada (reiteração) de vários pontos já
comentados aqui, em uma abordagem teológica bem mais aprofundada, entretanto, a
mais didática possível.
ENDEREÇOS DOS BLOGS
A DOUTRINA DA TRINDADE É HERESIA II
E O MANDATO DE JESUS
CARTA ÀS INSTITUIÇÕES E AUTORIDADES
O QUE É O PLC 122 OU A DITA LEI HOMOFÓBICA? (sinopse do anterior) www.sinteserespeitoejustica.blogspot.com
O DITO CASAMENTO GAY, A
ADOÇÃO E O ENSINO HOMOSSEXUAL NAS ESCOLAS
CARTA ABERTA AO
EXCELENTÍSSIMO SENADOR PAULO PAIM SOBRE O PLC 122
NÃO EXISTE, ABSOLUTAMENTE, ORIGEM GENÉTICA DO HOMOSSEXUALISMO
ESTATUTO DA HOMOSSEXUALIDADE OU ESBOÇO DE SUGESTÃO À FEITURA DE LEI
SOBRE O ASSUNTO
A DOUTRINA DAS IDÉIAS E/OU A IDÉIA QUE SE TEM DAS PALAVRAS ─ MEU
OITAVO SOBRE HOMOSSEXUALIDADE
A LEI SECA E SUAS CONTROVÉRSIAS DITAS LEGAIS,
E PAI OU MÃE SÃO LEGALMENTE SOMENTE UM ─ www.leialcoolemiaseca.blogspot.com
DEMAIS BLOGS
SEXO ANAL NO
CASAMENTO É PECADO?
EXISTE MALDIÇÃO HEREDITÁRIA?
(inclui um estudo sobre crimes dolosos
contra a vida) ─ www.maldicaosatanasepessoas.blogspot.com
SÓCRATES VERSUS PLATÃO VERSUS MACHADO VERSUS O
AMOR www.socratesplataomachado.blogspot.com Sobre o amor Eros
(lesbianismo, pederastia e o heterossexual) nas obras Fedro e O Banquete de
Platão, e Machado de Assis, a obra Dom Casmurro, que é também sobre o amor
(heterossexual); Estudo este, com intrínseca relação com o PLC 122 no que tange
ao amor Eros.
DOUTRINA DA
ILUMINAÇÃO DIVINA E PREDESTINAÇÃO ABSOLUTA VERSUS
LIVRE-ARBÍTRIO www.iluminacaodivinaepredestinacao.blogspot.ccm
IGREJA MIL MEMBROS
OU O EVANGELHO
HORIZONTAL (+ sete fragmentos: sinopse sobre Escatologia) ─ www.igrejamilmembros.blogspot.com
O DÍZIMO II OU QUERO
A BENÇÃO E FICAR RICO
A NECESSÁRIA TEOLOGIA
CRISTOCÊNTRICA DAS CITAÇÕES E EVENTOS DO ANTIGO TESTAMENTO E DO EVANGELHO ─ www.esdraseneemias.blogspot.com
CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O
ESPIRITISMO NA VERTENTE SEGUNDO ALLAN KARDEC
A DOUTRINA DA TRINDADE É HERESIA - - - THE DOCTRINE OF
THE TRINITY IS HERESY
FINAL
Quanto ao conteúdo do
Blog anterior, deste e dos futuros; no caso do uso de parte das informações dos
mesmos; peço-lhe, usando a mesma força de expressão usada nos Blogs anteriores:
─ Desesperadamente me dê o devido crédito
de tudo o que for usado ─ não tão-somente
em função do direito autoral, mas, para que, por meio da sua citação, o
anterior, este, e os futuros sejam divulgados por seu intermédio de maneira
justa e de acordo com a lei.
Jorge Vidal Escritor autodidata
Email egrojladiv@yahoo.com.br
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